Onde tudo deu inicio pt2

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Logo que cheguei na escola, eu nao recebi olhares. Isso quer dizer que ninguém de avonlea sabe. Até que eu consiga ser independente, não posso deixar que meu pai me encontre.

Mas avonlea é pequena, ou melhor, a população aumentou demasiadamente desde 2007. Então é provável que ele demore me achar, ja temos mais de 80mil habitantes.

Isso não é TANTO comparado a outros lugares, mas é bem grande comparada há alguns anos. Gilbert me viu saindo do banheiro e logo veio falar comigo, o conheci pois vi sua foto no twitter. Bom, ele tinha lindas madeixas enroladas e escuras, seu rosto era singelo e ele tinha uma mandíbula muito marcada. Havia também uma expressão boa e era meio alto.

– Anne... - Ele disse. - tudo bem?

– T-tá!- Respondi meio nervosa, pois como disse anteriormente, nunca fui próxima de ninguém daqui.

Ele estendeu o seu braço pra que eu segurasse e passássemos no meio dos alunos, logo chegamos ao estádio, estava totalmente vazio e nos sentamos nas arquibancadas.

– Anne, eu falei com meus tios hoje de manhã e, eles aceitaram. - Ao mesmo tempo em que me sentia aliviada, o coração estava acelerado.

– O que é que voce disse?- Perguntei, colocando mil e uma possibilidades na cabeça.

– Os disse que você precisava passar o tempo na casa de um amigo. Que seu pai irá viajar alguns dias e, eles disseram que tudo bem, e perguntaram quanto tempo seu pai ficaria longe. Eu disse que era bastante tempo, que era relacionado a trabalho, mas que até la você arranjaria outro lugar. - Gilbert terminou de contar, e de repente se aproximou. Com cuidado, disse - Me deixe ver seus braços?

– Você já viu nas fotos. - Respondi, sem consegui sustentar o meu olhar nele.

– Você está certa. Mas, por favor, deixe-me ver agora - Pediu novamente, e eu estiquei o braço, erguendo o moletom. Gilbert tentou fingir normalidade quando viu, mas não conseguiu e reparei em seu espanto. - Eu estou contigo. - disse e segurou minha mão, senti naquele momento que, talvez, eu pudesse contar com ele.

De supetão, lhe fiz vários questionamentos:
– Como eu vou pra sua casa? Onde a Avenida fica? Lembro de ter uma Avenida perto do meu bairro, mas não fica lá mais.

– Avenida fica perto do Starbucks. - Explicou.

Eu sabia aonde ficava.

– Meu Deus, é longe! - Exclamei.

– É sim, mas olha pelo lado bom, é mais afastado da cidade. - Ele diz e eu concordo com a cabe. - Pode ir depois da aula.

– Eu...eu tenho que passar em casa. - Uma gaguejada de lei, infelizmente.

– Sem problemas, te levo!

– Você dirige?

– Sim!- Ele responde levantando.

Resolvi ir junto. O resto da aula foi insuportável, já que tudo estava uma merda, estar na escola era pior ainda, minhas notas só decaiam e eu me sentia muito impotente.

Quanto bateu o sinal, dei de cara com Gilbert na saída. Ele pediu que eu explicasse meu endereço certinho, daí seguimos até minha casa, especificando, fomos de moto.

– Quer que eu entre com você? - Ele perguntou.

Meio sem jeito e o olhando de canto, afirmei com a cabeça.

Ao entrar, senti arrepios. Era um ar gélido, pesado... sei lá como explicar. Fui andando até meu quarto em silêncio, e fiz sinal para que Gilbert não dissesse nada, ele compreendeu imediatamente. Dei de cara com os vidros estilhaçados no chão, o sangue seco e algumas gavetas abertas e reviradas. Filho da puta. Além de me espancar, ainda fuça minhas coisas.

It broke me!Where stories live. Discover now