Com amor, sua Anne..

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GILBERT

Eu entro de novo no apartamento com a companhia do pessoal, e decido ir até o quarto de Anne pra ver se está tudo em ordem... Ando devagar e ascendo a luz quando entro, olho em volta e a parede está cheia de fotos com frases em volta, Winnie que está do meu lado também parece observar tudo.

No centro da parede tem uma frase escrita "A história da minha vida", e do lado de algumas fotos em outras frases também que foram coladas com durex, eu não deixo de ler. "Eu não quero se esqueça de como éramos, não se esqueça do que a gente viveu" estava do lado de uma foto minha e dela, não evitei deixar as lágrimas caírem. Minha mente não entendeu ainda, mas ao mesmo tempo sim...

Observo cada foto com cuidado e passo a ponta do dedo naquela, eu e ela dançando na chuva, com cuidado retirei o papel colado da parede e peguei pra mim.

— Winnie.. - Chamo e a olho, seus olhos estão vermelhos e inchados de tanto chorar, ela só me olha e eu completo - Ela planejou isso tudo... Como não percebemos?

— Eu... eu não sei. Parecia estar tudo bem, ela parecia ter melhorado. - Winnie diz com a voz trêmula, eu permaneço em silêncio e percorro meu olhar até sua cama, e tem um papel com meu nome, junto de uma camiseta branca simples e o cordão... A minha camiseta, aquela que ela roubou e o cordão de Marte que eu a dei.

Me aproximo e pego com delicadeza, ela deixou uma carta para mim.
Não estava acreditando que ela planejou, isso é o que mais me magoa, eu não percebi.

— Você não pode se culpar, tá bem? - Winnie diz se aproximando e tocando em meu ombro - Você não pode saber o que o outro sente, não importa o quanto tente se colocar no lugar dela, você nunca realmente soube. A culpa não é sua, não é nossa. - Ela diz delicadamente e eu respiro fundo.

O silêncio está sendo a única coisa presente agora.

— Ela escreveu uma carta pra mim. - Digo baixo.

— Vai ler? - Ela pergunta.

— Vou... mas não agora.

— Tudo bem, leve o tempo que precisar... - Ela diz e me abraça. Eu me solto, não quero sentir isso agora.

— Preciso sair daqui, realmente preciso... - Digo afobado e saio rapidamente do quarto, passo pelo corredor igual The flash e não evito olhar pro banheiro onde ela se matou.

Continuo a andar rapidamente e saio do apartamento correndo, chego lá fora e respiro fundo, está sendo assim desde que cheguei aqui, respiro fundo, ando, respiro fundo, ignoro.
Sabe que não dá para entender que Anne está... morta?

Bash vem até mim e me abraça, eu não o solto mas não o abraço de volta, a verdade é que eu não conseguia sentir nada porque pra mim ela não morreu de verdade e isso é somente uma mentira.

— Vamos para casa descansar, depois você pode voltar! - Sebastian diz e eu suspiro assentindo, entramos no carro e eu permaneci em silêncio até dizer:

— Delphine não conheceu a madrinha dela. - Digo baixo, mas sei que Bash escutou.

— Poderá contar à ela a garota incrível que ia ser madrinha, e pode contar de como você enxergava Anne. - Bash diz calmamente, ele estava sendo cuidadoso com as palavras, eu percebi isso.

— Ela está morta. Não da pra acreditar... É como se essas palavras nem fizessem sentido. - Digo.

— Eu sinto muito, Blythe. - É o que ele diz.

Eu sinto muito é o caralho. Se isso pudesse a trazer de volta eu falaria essa frase quantas vezes fosse preciso.

— Eu sonhei... sonhei mesmo. E ela estava machucada, na pele mesmo. Eu não sei, talvez ela estivesse assim por dentro mas eu não conseguia ver... Ninguém conseguiu ver.. - Digo, tentando fazer essas próprias palavras fazerem sentido.

It broke me!Where stories live. Discover now