ESCOLHIDOS - EARTH CHILDREN - Livro Um - #Wattys2015

CAPITULO XIX

**TYLER**

A NOSSA ESQUERDA AVISTO UMA SOMBRA REPLETA DE SINAIS ELÉTRICOS. NUVENS PESADAS PAIRAM SOBRE ELA.  Sinto que precisamos ir lá, mesmo que isso pareça loucura. Não tenho certeza, mas acho que levaríamos um dia para chegar.

_O que acha que seja? -Kiara pergunta, sem mesmo tirar os olhos do estranho fenômeno.

_Não faço a mínima ideia, mas sei que precisamos ir lá e descobrir -digo.

_Aquilo são descargas elétricas? -indaga David -Acho que seja algo bastante intenso.

A noite já está a cair, se seguimos pela manhã podemos chegar ao fim do dia.

_Por que acha que devemos ir lá? -Kiara pergunta, um pouco receosa.

Apenas a encaro. Não sei por que devemos ir lá. Não sei por que meus pés querem disparar em direção ao novo fenômeno. Não sei por que David e Kiara não sentem o mesmo que eu e estão me encarando.

_Acreditem em mim -digo um tanto chateado pelo fato dos dois não perceberem o quanto isso tudo é incrível.

Kiara e David se entreolham. Depois de um longo momento de silêncio Kiara me faz soltar um largo sorriso.

_Acredito em você. Talvez nem tanto, mas vou tentar.

David assenti.

Ainda estamos em terreno arenoso, porém, estamos á duas horas de um campo intensamente verde. 

Embora pareça perto, preferimos passar a noite por aqui. Encosto a cabeça sobre a areia, sinto como se meu corpo mergulhasse em um mar de areia. Adormeço olhando as estrelas e perdido em meus pensamentos.

                                                                                     

                                                                          ▀▀▀

Nós levantamos antes mesmo que o sol apareça. Pouco depois já estamos seguindo caminho.

_Estou cansada disso tudo. Espero conseguir respostas hoje mesmo, se não juro que vou matar alguém -Kiara brinca.

O sol já se ergue em nossos ombros. Logo depois nossos pés encontram a relva verde e macia do campo. Sinto um grande alívio por estar pisando sobre a relva em vez da areia quente das últimas horas.

O céu azul se estende até as nuvens negras, de onde escapam vários relâmpagos em todo o tempo. O vento com aroma de grama molhada penetra em nossas narinas.

A cada passo um ruído contínuo ganha força. Nunca ouvi nada parecido, nem mesmo sei se um dia esquecerei tal ruído.

O campo relvado sofre um pequeno declive, nos fazendo andar com mais cautela. O sol já está acima de nossas cabeças quando encontramos uma pequena linha de água. Mesmo sendo pouca, nos saciamos. A agua é incrivelmente doce e gelada. Ela desce em nossas gargantas como uma cachoeira deságua em um seco deserto.

_Eu. Precisava. Disso! -David diz em quanto bebe e lava o seu rosto.

_Precisamos descansar -Kiara anuncia desabando no chão.

Eu poderia discorda, mas estou muito cansado para isso. Igual a Kiara, desabo no chão. David continua em pé, ele caminha até a pequena margem e começa a cavar.

_O que ele está fazendo -Kiara indaga.

Apenas dou de ombros.

Minutos depois ele se vira e larga um sorriso besta. Um pouco depois ele volta com algumas raízes. "Como não pensei nisso!" ,penso em quanto digo:

_Já disse que você é muito inteligente?

_Acho que não -ele responde sorrindo.

_Então espere mais, um dia eu direi.

Nós rimos, não muito, mas já é alguma coisa.

Por incrível que pareça, as raízes de cor avermelhada, têm um sabor incrivelmente bom. Comemos e seguimos caminho sem demora.

                                                                                     ▀▀▀

Já caminhamos o bastante para saber que em poucas horas estaremos lá. Apesar da distância, já conseguimos distinguir algumas coisas. Colunas elétricas se erguem de forma alternada, nos permitindo observar além delas por um breve momento, até que voltem. No centro de tudo existi um grande buraco, e no céu há um buraco exatamente do mesmo tamanho e formato do outro. É tudo muito eletrizante, e agora sei de onde vem o ruído, das cargas elétricas.

_Eu não estou com medo. Não estou com medo. Não estou com medo -Kiara repetia para si mesma.

_O que será isso? -David questiona.

Em menos de uma hora chegaremos lá, e como prevíamos, o céu já está escurecendo.

_Acha que os outros também viram isso e como nós, virão conferir de perto? -pergunto, mas ninguém de certo responde. -Assim finalmente os encontraríamos.

Kristen precisa vê isso. Sei que ele não hesitaria em saber do que se trata.

Pequenas gotas começam a cair do céu escuro. Sei que só está chovendo por aqui, me viro e o campo por onde passamos está completamente limpo como antes. O céu acima de nossas cabeças e negro e sombrio.

Já estamos perto o bastante para acreditarmos que se aproximar mais do que isso, seria o mesmo que se matar. As gotas não param de cair do céu. O ruído está mais alto e potente do que nunca. As colunas elétricas se estendem por toda a extensão do abismo a nossa frente.

Estamos boquiabertos diante de tudo isso quando ouço uma voz bem longe me chamar.