Capitulo 13

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SUZANA...

Desço junto com ele. Ele me leva até a área da piscina. Me lembro de ontem de manhã e me sinto arrepiar. Sento na cadeira de onde dá para ver a praia inteira. É realmente linda a vista de toda praia.

Daniel se aproxima de mim e me entrega uma taça de vinho.

— Obrigada.

— Realmente você gosta da vista, não é, Suzana?

— E quem não gosta, Daniel? É realmente mágico ver a praia daqui de cima.

Ele assente.

— Suzana, quero conversar sobre o nosso acordo. Preciso saber algumas coisas sobre você, já que vamos ter bons momentos e prazerosos juntos.

Assenti.

— Bom, tenho vinte e quatro anos, estou no primeiro ano de faculdade de marketing, à distância. Não sou viciada em drogas, mas gosto de beber. Moro em Santa Tereza e não tenho nenhuma doença sexual. Sou clinicamente atestada como saúde de ferro até. E olha, diga-se de passagem, você paga um excelente plano de saúde para os funcionários. E não posso me encontrar com você nas quartas-feiras. E você tem alguma doença?

Ele se entala com o vinho e fica me olhando pasmado

— Suzana, sou o seu chefe. Tenho toda a sua ficha e isso tudo já sei sobre você. A única coisa que eu queria saber é se você toma algum anticoncepcional. E porque você não pode nas quartas-feiras?

Puta merda, o que vou dizer agora. Que eu fui uma louca obsessiva e que frequento a um grupo de apoio. Não dá, por incrível que pareça, eu tenho vergonha ainda sobre o meu passado. Ai Senhor, me perdoa pela mentira que vou falar.

— Às quartas, eu vou na igreja rezar. Faço parte de um grupo de oração, e saio de lá tarde.

— Você não me parece nem um pouco religiosa, Suzana. — Ele me diz suspirando fundo, um tanto debochado.

— Ah... mas eu sou. E muito até... você nem imagina.

Bebo mais um gole de vinho, pedindo a Deus perdão pela minha mentira. Mas lá no grupo rezamos, damos apoio uns aos outros. Não deixa de ser uma mentira total.

— Suzana, quando você for à igreja amanhã, reze por mim, ok. Peça aos seus amiguinhos anjos, por mim. — Ele me diz sorrindo, levantando a taça de vinho no ar.

Que filho da mãe...

— Daniel, com as coisas de Deus, não podemos brincar, tudo bem?

— Exatamente, mas não sou eu que estou mentindo, Suzana, é você. E você não me respondeu. Você usa algum anticoncepcional? Ou vou ter que chamar um médico?

— Tomo sim, Daniel, mesmo que meu período menstrual não te diga respeito, eu tomo. Está feliz? E você, não me respondeu. Você tem alguma doença?

Ele se levantou e sentou atrás de mim

— Não tenho nada, capetinha. E se você dúvida, te dou o número do meu médico para você ligar.

— Daniel, eu não sou capetinha!!

Minha taça de vinho caiu no chão quando ele me pegou no colo, sorrindo

— Você é uma capetinha, Suzana. E toda capetinha sai de um lugar quente. E eu preciso te esfriar.

E aquele filho da mãe me jogou dentro da piscina. Senti o baque da água em minhas costas. Que filho da puta, ele é. Aquela piscina era funda. Fiquei uns dez segundos tentando subir. Senti uma mão em minha cintura me levando para cima.

Quando subi, ele estava lá todo debochado e lindo, zombando de mim.

— Esfriou, capetinha?

— Seu filho da puta bastardo. Você não é apenas um psicopata. Você é um sociopata homicida.

— Capetinha, você tem que se decidir entre sociopata ou psicopata. — Seu sorriso singelo, era de deboche.

— Você é uma praga, sabia, Daniel!? Que merda, você me molhou toda! Como vou embora para casa?

Ele se aproxima de mim e encaixa minhas pernas ao redor dos quadris dele. Todo frio, que eu estava sentindo, vai embora. Ele olha a minha boca e começa a desabotoar os botões da minha blusa

— Fica hoje. Amanhã resolvemos o problema de suas roupas. Essa noite, você não vai precisar delas.

Minha respiração já estava falhando. Eu o queria, e sim, amanhã, eu daria um jeito.

— Eu fico, Daniel.

Olhei Daniel ao meu lado na cama. Se eu tivesse mais desses orgasmos, eu poderia até acabar enfartando. Olhei para ele. Ele estava sério, olhando para o teto. Parecia que nem ali estava. Uma hora, ele me queria tanto, que parecia que queria possuir minha alma. Outras, me repelia. Parecendo não me querer por perto. Era apenas um acordo, não um casamento, não é para eu ficar tentando adivinhar o que se passa com ele. Acorda, Suzana, não é para você pirar de novo, é apenas prazer.

Dou um suspiro e levanto da cama. Ai, eu estou morrendo de fome! Fico olhando ao redor, tentando ver onde é a porta do banheiro. Ele se levanta junto comigo

— Suzana...

Sorrio e me viro para ele

— Ei, você não vai perguntar igual a esses caras né? "E aí, foi bom para você?"

Ele sorri e balança a cabeça.

— Não, capetinha, eu sou bom no que faço. E você sabe disso.

Eu faço uma careta para ele.

— Ei!! Eu também sou boa, não é? Senão não seria eleita a amante do mês do senhor Daniel.

— O que eu faço com você, capetinha?

-Primeiro, não sou capetinha. Segundo, preciso de um banho, e terceiro, aquele jantar ainda vai ser servido? Estou morrendo de fome.

Ele se levanta da cama maravilhosamente nu e lindo e me pega pela mão. Olho para o corpo dele e me sinto com fome de outra coisa, e não é comida. Ele percebe o meu olhar e pisca para mim, sorrindo

— Calma, capetinha. Vamos nos alimentar e podemos comer a sobremesa aqui.

Ele me leva até o banheiro dele e diz.

— Fique à vontade.

— Sabe, Daniel, quando você não está sendo um psicopata, sociopata, homicida e egocêntrico, você é até divertido, sabia?

Ele sorri para mim, com sorriso hesitante e um olhar meio distante.

— Sim, Suzana. Eu sei... Vou deixar uma blusa minha para quando você sair do banho, te espero lá em baixo.

E ele virou as costas e saiu.

Que cara mais estranho. Mas, vai entender esses riquinhos e suas excentricidades. Entrei no banho e lembrei-me de Pedro. Eu tinha dedo podre pra homem, só podia ser. Mas dessa vez, eu estava no controle dos meus sentimentos    

Intenso Demais - Série Destinos Traçados - Livro 1 ( Degustação )Where stories live. Discover now