capitulo 15

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Daniel...

Suzana me entorpecia, me deixava tonto. E por mais que eu tentasse manter o controle, ele não existia quando eu estava com ela. Ela era tão linda e ao mesmo tempo tão infernal.

Com ela, eu não conseguia controlar nada, tudo era fora do meu controle. Eu a queria para mim. Eu não me importava mais em controlar, em me controlar.

Eu quero olhar dentro dos olhos dela e ver a alma dela. Ver e sentir que ela é minha. Há muito tempo, eu não me sentia assim. Eu estava me sentindo vivo e isso me dava medo. Mas o que me dava mais medo, mais atraia. Não sou um homem piegas, há muito, esqueci o que é o amor. Mulheres para mim são usadas, descartáveis. Uso-as apenas para o meu prazer. Mas com Suzana, eu não conseguia, e isso me dava raiva. Raiva de mim, raiva dela.

E tudo por causa da Júlia, tudo por causa do viciado que me tornei. Trazendo desgosto a minha família. Passei três meses internado em uma clínica de reabilitação, para eu tentar voltar a ser o homem normal, não viciado. E eu consegui. Mas não consegui voltar a ser o mesmo homem.

Voltei a ter minha razão de volta, e a controlar as minhas dores, meus medos. Mas as cicatrizes ainda existem, e essas cicatrizes são na alma, em minha mente. Quando fecho os olhos, me lembro de tudo, todas as noites. Tudo o que eu fiz pela Júlia, todo o meu fracasso como homem, como pessoa. Tudo que eu fiz para Julia me amar.

Mas quando estou com a Suzana, eu não tenho sonhos, eu apenas durmo. Quando ela sorri para mim, eu me quebro em dois. Vejo que ela sente algo, vejo algumas vezes que uma dor passa pelos olhos dela, quase tão suportável quanto a minha. Mas não pergunto. Não tenho esse direito, ela nunca me pergunta nada. Quando me isolo, ela entende. Me dá um sorriso com os olhos, parecendo adivinhar o que vai na minha cabeça.

Quando estou junto dela, eu me divirto. Por incrível que pareça, aquela capetinha sabe fazer a gente sorrir mesmo quando não queremos. Quando estou com ódio ou raiva, ela fica junto comigo, enumerando todas as razões do porque eu não posso reclamar de nada da minha vida. Ela inventa de fazer as maiores doideiras da vida. Entre voar de asa delta até pular de bungee jump. Claro que eu já tinha feito tudo isso, mas foi há muito tempo. Eu realmente não sabia aproveitar a vida, eu não sabia relaxar.

Esses dias, eu falei para ela que sabia dirigir moto, mas que nunca na verdade tive uma, prefiro carros, é mais seguro. Ela pediu, a um de nossos clientes, uma moto emprestada. Me fez faltar o trabalho quando o Júnior meu motorista trouxe a moto. Ela colocou o capacete, sentou no carona mandou-me acelerar. Ela disse que confiava em mim. Algumas voltas depois, eu me sentia vivo, relaxado. Ela colocou no Ipod um rock do Metálica. Me disse que no celular dela, estava tocando a mesma música. Que era para aumentar no último volume e confiar nela.

Nunca gostei do Metálica, mas coloquei. E por incrível que pareça, me esqueci de tudo. A cada ultrapassagem em alta velocidade que eu dava, ela gritava de satisfação e sorria. Eu sorria mais ainda. Acabei comprando uma Ducati para mim. E um Ipod para ela, que recusou na minha cara, dizendo que estava satisfeita com celular dela.

Falta apenas uma semana para acabar o nosso acordo. E, eu não sei o que fazer.

Intenso Demais - Série Destinos Traçados - Livro 1 ( Degustação )Where stories live. Discover now