capitulo 14

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 Suzana

Depois do jantar, Daniel pediu licença pegou o notebook e o celular, se trancou em uma sala, me mandando ficar à vontade. Não sei o que se passa com esse homem, e na verdade, nem é da minha conta. Coloquei mais vinho e me deitei no sofá. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Mariane, pedindo que ela fosse até a minha casa e pegasse uma muda de roupa para mim e levasse na empresa, amanhã. Ela me chamou de louca quando eu contei onde eu ia passar à noite.

Coloquei meu fone e selecionei a playlist de músicas. O cansaço do dia começou a tomar conta do meu corpo. Acabei dormindo. Despertei quando Daniel me colocava na cama. Olhei para o quarto e vi que estávamos dessa vez no quarto de hóspedes. Ele me olhou, passou a mão pelo meu rosto e me beijou.

***

Acordei sonolenta, estranhando ainda não estar na minha casa. Olhei para o lado da cama e Daniel não estava mais lá. Essa noite foi um tanto diferente, ele parecia reverenciar meu corpo com as mãos, com a boca e com os olhos. Dei um suspiro profundo. Não quero pensar muito sobre isso.

Tomei um banho e coloquei minha roupa. Pelo menos elas estavam limpas e passadas. O que já era um alívio.

Quando desci, Agnes me disse que  Daniel tinha já saído e o motorista dele estava me esperando para me levar ao trabalho. Tomei um café e fui embora. Definitivamente, Daniel era um cara muito estranho. Mas disso, eu já sabia.

Pedi ao motorista  me deixar quatro ruas antes da empresa. Quando cheguei à porta da empresa, Mari já estava lá, me esperando com uma sacola na mão. Fomos direto para o banheiro e eu troquei de roupa.

E o dia inteiro, Daniel não apareceu no trabalho.

No dia seguinte, quando cheguei à empresa, ele já estava lá. Lindo... e frio, como sempre. Me encheu de tanto trabalho que teve horas que me vi dividida em duas. Nem o horário de almoço eu tirei. No final do dia, meus pés já doíam tanto que minha vontade era jogar aqueles sapatos de salto pela janela.

Daniel me chamou na sala dele, eu bufei. Eu não entendia esse cara. E eu já estava tão cansada que não queria nem tentar pensar em entender. Entrei na sala dele, se ele achava que hoje ia tirar uma comigo, ele estava muito enganado, eu ia ferrar com ele. Quer saber, ele que se ferre, três vezes.

— Sim, senhor Daniel.

Ele deu um suspiro e se levantou

— Já disse, me chame de Daniel.

— Não, senhor. Mesmo o senhor transando comigo de vez em quando, aqui na empresa, o senhor é o meu patrão ainda. E é assim que vou te tratar.

— Suzana, não foi assim que combinamos.

Ahhh, aquele filho da puta! Ele queria falar do acordo agora. Ele muito mal me deu um bom dia. Ele me paga.

— Combinamos o quê, Daniel? De você transar comigo, dormir comigo e depois sair como se eu fosse uma leprosa odiosa. Quer saber? Esse acordo acabou, não quero saber de seus problemas, porque já tenho os meus. Você se acha o deus do sexo, e devo admitir, isso você faz muito bem. Mas eu não sou sua prostituta, fui uma vez, mas hoje eu não sou. Escolhi transar com você, porque eu quis. Mas suas brincadeirinhas de querer ser um carinha difícil me tira a paciência e eu não tenho mais paciência para homens assim.

Apontei o dedo do meio para ele, e antes de sair da sala, gritei.

— Se quiser, pode me demitir!

Nossa! Nem acredito que fiz isso. Comecei a rir de mim enquanto esperava o elevador. Entrei no elevador, ele entrou logo depois e parou o elevador.

— Olha, Daniel, nem me vem com suas mãozinhas mágicas em meu corpo. Nem muito menos com essa história que você é sombrio. Todo mundo tem problemas, ok. Agora coloca esse elevador para descer, eu quero ir embora.

— Suzana, você é linda, mas você fala demais. Cala a boca, agora!

— Não calo, Daniel. E aí? Vai fazer o quê, você vai me bater?

Ele se aproximou de mim e realmente achei que ele iria me bater. Daniel pegou meu rosto e deu um sorriso fazendo um biquinho no canto dos lábios.

— Ah, Suzana, você, às vezes, é tão inteligente, mas tão patética. — E me beijou. Transamos dentro daquele elevador mesmo. Peguei minha calcinha, outra rasgada no chão.

— Daniel, você tem que parar de rasgar minhas calcinhas. Assim não dá, eu já avisei.

— Suzana, em minha casa tem uma caixa de calcinhas que comprei para você.

Ele disse enquanto tirava a calcinha rasgada da minha mão e colocava no bolso dele.

— Você é maníaco por calcinhas, Daniel. A maioria dos homens dá flores às mulheres para poder transar e você dá calcinhas.

— E está funcionando pelo que vejo, Suzana...

— Daniel, a câmera do elevador. Puta que pariu, Daniel, eu fiz um filme pornográfico e não estou sabendo? Essa hora, todos os seguranças estarão me vendo...

Ele me interrompeu

— Calma, eu sou o dono. Te garanto que assim que Garcia viu, ele desligou.

— Você faz muito isso, né, Daniel?

— Você nem imagina, Suzana. Vem, vamos para a minha casa.

— Não. Eu não vou. Me trate como um homem normal que não está contratando uma prostituta.

— E você não vai me tratar como michê, Suzana? Que você pagou muito mal, diga -se de passagem. Fala as suas regras, o que você quer?

Ele diz com aquele sorriso de novo.

— Me trate como pessoa, Daniel. Não um robô que você aciona com o seu comando. Não me trate como uma prostituta, apenas isso.

Ele assentiu.

— Vem, vamos para minha casa. E a propósito, Suzana, amanhã você vai ser minha assistente em uma reunião fora da empresa. E depois, você só volta a trabalhar na segunda.

Chegamos a casa dele, ele me levou direto ao quarto de hóspedes, onde eu acordei essa manhã. Ele abriu o closet do quarto, estava cheio de roupas, sapatos, camisolas. Tudo do meu número. Olhei para ele.

— Você é definitivamente um psicopata.

— Não Suzana, eu sou calculista.

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Intenso Demais - Série Destinos Traçados - Livro 1 ( Degustação )Where stories live. Discover now