XVIII

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Caio estava na porta do Cofre San Francisco, ainda faltavam alguns minutos para as 14:00 horas, havia reservado a mesa vinte e três e sua convidada já o aguardava sentada de frente para a rua.

Helena ao longe parecia uma bela mulher, talvez perigosa mas sem dúvidas extremamente atraente.
Ele observou a sua volta por alguns minutos, precisava se sentir seguro o suficiente para se aproximar. A final, sabia o quanto os mafiosos desejavam sua cabeça em uma bandeja de prata.

- Boa tarde! - ele disse a estendendo a mão  direita para uma singela saudação.

- Boa tarde Caio, é um prazer conhecelo- ela sorriu mostrando os dentes brancos e alinhados.

- Creio que possamos ir direto ao assunto que nos trouxe até aqui, nao é necessário formalidades - ele foi cauteloso

- Claro! Eu preciso que me garanta que estas informações serão noticiadas o quanto antes e obviamente meu nome não será envolvido.

- quanto a isto não  se preocupe, nunca divulgo minhas fontes. O que realmente quero saber é se tenho motivos para perder meu tempo aqui lhe ouvindo.

- Eu sou amante de Gian Lucca Berllusconi a muito anos, era apenas uma menina quando meu pai me entregou a ele para pagar uma dívida. Desde os meus quatorze anos sou abusada por aquele monstro, ele me mantém presa em uma casa no centro de Milão.

Caio ouvia com atenção, mantinha uma cara inexpressiva mas o olhar estava fixo em Helena.

- Certo, mas o que isto tem a ver com o núcleo criminoso da máfia?

- Tenho acesso a várias conversas e assuntos sigilosos que correm dentro deste núcleo,  inclusive o que planejam para tirar a atenção da polícia e da imprensa sobre eles.

- Certo Helena, se o que diz realmente é verdade como chegou aqui sem ser seguida? É porque não usou esta oportunidade única par
a fugir de seu algoz? Sinto muito mas apenas sua palavra é muito pouco para mim - Ele se mantinha firme com aparência rígida.

- Eu consegui um aliado dentro da equipe de segurança, é  uma longa história no momento não  posso explicar. Estou aqui agora escondida de Gian Lucca e jamais poderia fugir enquanto ele estiver vivo ou livre, seria como assinar minha sentença de morte e você sabe bem disto. - Ela levantou o olhar deixando a luz do sol invadir seus olhos cor de mel

- entendo, me diga o que tem a dizer, vamos ver até que ponto conseguimos nos ajudar.

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Ja se passavam das duas da manhã, Dimitri andava de um lado para o outro com o celular na mão, os gritos ecoavam pelo espaço e assustariam a quem precisasse transitar  pelo corredor.

A chuva lá fora estava forte batendo contra o vidro das janelas

- Romano são mais de duzentos milhões em drogas! Eu não  posso assumir um prejuízo deste tamanho sozinho ! Eu quero todos  os membros do Cartel de Moscou reunidos.

- Senhor eu ...

- Esta é minha última palavra Romano, quero isto no máximo pra amanhã- Dimitri gritou arremessando seu copo de Wisk contra a parede do escritório

Duas cargas haviam sido saqueadas e até  o momento  nenhuma pista do paradeiro delas.

Os negócios como sempre o atormentavam e extraiam o pior de seu ser.

Ísis sabia que aquela seria uma noite longa, ela nunca soube lidar bem com chuvas o barulho das trovoadas a deixava insegura. 
Rolou de um lado para o outro da cama sem conseguir dormir e decidiu procurar pelo marido.

- Dimitri posso entrar - ela bateu a porta do escritório

Ele não  respondeu, e ela não  hesitou em o interromper em seu momento de fúria.

O escritório estava quase colocado a baixo, peças quebradas e misturadas pelo chão.
Ele estava em pé  olhando em direção a janela  que o dava a visão  do belo jardim montado pela esposa.
Muitas coisas haviam mudado na mansão Adamovic nos últimos tempos, as paredes possuíam cores e os ambientes jarros de flores, os móveis eram modernos e o jardim vistoso.
Dimitri aceitou todos os pedidos da esposa, é ao contrário do que pensava ter a casa como era nos tempos de Lizandra não o atormentou, ao contrário o trouxe a paz interior que ele só conhecia enquanto a mãe ainda estava viva.

A brisa da noite entrava pelo ambiente e de certa forma o refrescava a mente, os negócios do Cartel o irritaram demais nas últimas horas.

Ísis o abraçou por trás, o beijando a pele do pescoço,

- Ísis agora não - ele se esquivou caminhada até a garrafa de Wisk

- não quer minha companhia ? - ela se aproximou novamente o confrontando com o olhar

- Eu quero ficar sozinho por um tempo, estou cansado, estressado precisando respirar

- Eu não vou incomodar, só quero sua companhia e um abraço apertado- ela repousou a cabeça no peito masculino e o apertou contra si.

- aconteceu alguma coisa? - ele acariciou os cabelos dela

- não, apenas senti saudades de ter você ao meu lado na cama, não gosto destes barulhos de chuva

- Eu não vou demorar a ir, pode subir e me esperar.

- não Dimitri, eu não quero ir sozinha - ela o lançou um olhar tristonho

- tudo bem, vamos - ele caminhou para fora,  a segurando o braço delicadamente

Ísis o queria além do que ela planejava querer. O marido a despertava desejos muito profundos e isto de certa forma a incomodava, a presença masculina a deixava confortável.

Ela caminhou ao lado dele até chegarem ao quarto do casal

- preciso de um banho demorado - ele disse caminhando até o banheiro

- vou me deitar e o esperar- ela disse colocando o Hobby sobre a poltrona

Ísis sabia o quanto seria perigoso brincar com o Capô da máfia, mas não era uma escolha sua estar naquela situação. Mas seria sua escolha sair dela.

Dimitri retornou ao quarto com uma toalha envolta na cintura, Ísis caminhou até ele e o beijou com paixão

Ele entendeu o pedido da mulher é a puxou para si a engolindo com seus beijos quentes.

- Eu não consigo dizer não a você- ele sorriu ao deslizar a alça fina da camisola de seda.

- Eu sei que não - ela o beijou novamente puxando a toalha do marido o deixando completamente nu para ela

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