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Um ano depois

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Um ano depois.


A placa de bronze cintilou ao ser colada à parede de pedra com um feitiço adesivo. Isis se afastou, lendo as palavras cunhadas em baixo relevo pela décima vez só naquela tarde ensolarada de agosto. Levaria quantos minutos fossem necessários para admirar seu projeto, após meses se dedicando à estruturação da Casa Rhys para Crianças Excepcionais. Boa parte do trabalho fora preparado às margens do lago Victoria, que ficava a poucos metros de sua casa em Jinja.

A comunicação com Kingsley ocorria semanalmente, tão pontuais quanto suas consultas no hospital Sanyo, com a medibruxa responsável pelo seu tratamento. A ideia inicial cresceu e se modificou no decorrer dos dias, amadurecendo até chegar ao ponto em que se encontrava naquele instante de euforia. Havia muito a ser feito, e a expectativa era de que o local só abrisse ao final do ano letivo que estava prestes a iniciar em Hogwarts.

— Está perfeito, Isis — disse Aurora, dando três tapinhas no ombro da amiga. — Ainda é difícil de acreditar o que você fez com este lugar. Nem de longe lembra aquele orfanato terrível. Será um lar maravilhoso para as crianças.

— Bom, com certeza será melhor que os abrigos trouxas. — Isis cruzou os braços, inclinando a cabeça para o lado. — A placa ficou torta? Parece que ficou.

A astrônoma suspirou, puxando-a para dentro da casa, cujas paredes descascadas ganharam novas demãos de tinta, painéis de madeira e quadros doados de Hogwarts. Um presente de Minerva e dos demais professores. Elas subiram a escadaria, que não rangia mais, e entraram no primeiro corredor à direita, onde estava localizado o escritório recém criado da diretora. Ao contrário da escola de magia, uma placa na porta identificava Isis como a responsável pelo abrigo.

— Você não esconde mesmo a qual casa pertenceu, não é mesmo? — brincou Aurora ao ver a decoração do cômodo.

Prateleiras de madeira escura, abarrotadas com livros, cobriam o fundo do escritório, coberto com papéis de parede verde, em um tom mais escuro que os das cortinas pesadas. Isis sorriu, caminhando até sua mesa e indicando uma das poltronas Catarina à frente.

— Fazer o quê? A cor verde cai muito bem em mim. — Com um aceno da varinha, uma garrafa de vinho e uma taça voou da cristaleira para a mesa de canto. — Além do mais, tenho que compensar os meses em que passei na sala comunal da Grifinória.

— Certo, certo — Aurora se serviu e olhou surpresa para a jovem. — Não vai me acompanhar? — Isis negou com a cabeça, sorrindo.

— Estou evitando. Também tenho que enviar um relatório ao ministro hoje, sobre as últimas modificações nos dormitórios. — Ela coçou a nuca, apreensiva. — Não sei se posso dar conta disso, Aurora. E se eu fizer uma burrada? Nunca cuidei de crianças antes.

— Você não estará sozinha. Além do mais, a sua posição não é de babá, mas de diretora. Zele por elas como fez na época da guerra.

A tentativa de confortá-la não funcionou. A responsabilidade era astronômica e, mesmo orgulhosa de si mesma, não tinha certeza de que era a melhor escolha para gerir o abrigo. Atulhar fugitivos em um porão em nada se comparava a cuidar de jovens que, provavelmente, já chegariam ao Lar Rhys com bagagens pesadas demais para tão pouca idade. Se cometesse um erro, colocaria muito a perder.

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