As pessoas erram

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Acordei e fui até o banheiro tentando me lembrar como cheguei em casa. Minha cabeça estava atordoada e não me lembrava de muita coisa, o que me preocupava bastante, o que eu poderia ter feito?

Sai do quarto e vi Emma passando no corredor.

- Oi, Mari. O que houve com você? Tá um caco.

- Por favor, fala baixo. - pedi.

- Tudo bem. Mas o que aconteceu?

- Como assim?

- Deixa. Vamos tomar café e que tal irmos ao shopping de tarde?

- Tá. Claro.

Ela desceu as escadas e eu estava prestes a fechar a porta do meu quarto quando algo me impediu.

- Bom dia, Marianna.

- Bom dia, James. - falei, desistindo de fechar a porta e caminhando até a cama.

- Como está se sentindo? Lembra de alguma coisa?

Então quer dizer que foi ele? Pra está me fazendo essa pergunta...

- Foi você? Você que me trouxe para casa?

- Sim.

- Espero que não tenha te dado muito trabalho. Eu não costumo beber e quando isso acontece não fico daquele jeito, mas eu não sei o que bebi.

- Você sempre me dar trabalho, Marianna. Mas não fez nada demais ontem.

- Ai, ainda bem. - falei, fechando os olhos e agradecendo por não ter feito besteira.

- Exceto me beijar e tentar ir pra cama comigo.

Quando ouvi isso arregalei meus olhos e fiquei em choque com o que ele tinha falado, não podia ser verdade.

Puta merda!

- Não!

Afundei meu rosto nos travesseiros e fiquei assim por uns dois minutos ouvindo o James rir de mim.

- Marianna, não foi nada demais. E pra completar, eu tenho namorada.

Nossa, ele me deu um fora indiretamente. Parabéns, Marianna.

- Então estamos bem?

- Sim. - falou, sentando na cama ao meu lado e limpando o rímel do meu rosto. - Vamos dar uma pausa nas brigas?

- Você? Propondo isso?

- É. Eu tenho meus momentos de delírio.

- Tudo bem. Vamos ver quanto tempo isso dura. - falei, apertando os olhos.

Quando ele estava se levantando e saindo do quarto eu me levantei e perguntei aonde ele estava indo, não sei porque fiz isso.

- Vou passar alguns dias no campus. Até quarta, Marizinha.

Fiquei jogada na cama pensando nos dias que eu teria paz absoluta em casa, mas no fundo não queria que ele fosse, iria estranhamente sentir falta.

Para, Marianna! Não pira!

Desci para tomar café e não conseguia parar de pensar que o James iria passar 4 dias fora de casa, nunca pensei que eu fosse ficar assim. Eu o vi passeando pela a casa enquanto preparava meu café

- Você não ia sair?

- E vou, mas só mais tarde. Ainda vou no shopping com vocês.

- Se fosse a Marianna de antes iria perguntar quem chamou você. - falei, rindo ironicamente. - Mas como estamos em uma pausa, não vou falar nada.

- Quer que eu vá com vocês? - Perguntou sabendo do nosso trato.

- Claro. Óbvio que eu quero. O que faria sem você lá??

- Era isso que eu precisava ouvir.

Revirei os olhos rindo e voltei a comer. Estava segurando uma das minhas torradas quando ele me distraiu e pegou da minha mão, então corri atrás dele por causa da minha torrada, não era um dos melhores motivos para perseguir ele pela casa, mas era meu café da manhã. O segui até seu quarto que até então eu nunca havia visto.

- Até que seu quarto é organizado.

- Ah, um elogio vindo de você realmente é algo novo.

- Tenho meus momentos de delírio também.

Vi vários porta retratos em cima do armário em que ficava a tv, fui até lá para dar uma olhada. Quando me aproximei vi fotos deles três, apenas ele e a Emma quando era bebê, uma dele criança e com a sua namorada.

- O que aconteceu com o James de 5 anos?? Eu prefiro ele, é mais fofinho. - falei, apontando para o porta retrato.

- Vou fingir que acredito nisso.

- É sua namorada? - perguntei.

- Sim, as vezes não parece, mas é.

- Por que? Ela é realmente tudo o que a Emma falou?

- É bom você não dar muito atenção para algumas coisas que a minha irmã fala, ela costuma exagerar.

- Será? Ou você apenas está cego de amor que não consegue ver os defeitos?

- Vai bancar a psicóloga agora? - perguntou, rindo da cara que fiz. - Acho que não sou eu que preciso.

- Você a ama?

Pensei que ele fosse responder aquilo de imediato, mas não, ele ficou olhando para o porta retrato que estava em suas mãos e parecia está pensando em como responder aquilo, ou até mesmo avaliando seus sentimentos.

- Vamos deixar isso para lá. Se eu namoro com ela, eu devo amá-la. - respondeu, colocando o porta retrato no lugar.

- Não parece ter tanta certeza. - falei hesitantemente.

- Sabe o que é? Eu ando bem confuso ultimamente, pensando em várias coisas e tem uma específica que eu não deveria dar tanta atenção assim.

- Compreendo. Estou passando por isso também.

Eu realmente estava sendo honesta com ele, estava pensando demais em algo que não deveria dar tanta importância. Preferi mudar de assunto antes que ele se tocasse da minha resposta e resolvesse questionar e ficar me perguntando sem parar no que eu estava pensando tanto.

Meu último ano(Concluída)Where stories live. Discover now