Apenas um amigo

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Eu tinha acabado de vestir o meu short, quando o James entrou no meu quarto.

- Como assim você já se trocou? Eu ainda nem me vesti direito.

O James se arrumava bem rápido, diferente de mim, que enrolava muito.

- Agora, quer me explicar o que houve com o seu braço? - perguntou, se deitando na minha cama.

Eu estava apenas de short e sutiã, então seria esquisito se ele não tivesse reparado no meu braço.

- Não foi nada demais.

- Mal se recuperou da sua mão e já se machucou de novo? Assim fica difícil cuidar de você.

Apenas fiquei olhando para a minha mão que há um tempo estava bem machucada, e agora apenas doía um pouco por conta de ainda está no processo de cicatrização, mas sem os pontos.

- O aluno novo entrou na sala na hora que eu me levantei para jogar algo no lixo e me acertou com a porta. - respondi, calmamente. - Mas ele me pediu desculpas, então ficou tudo bem.

Ele ficou me observando por mais alguns instantes quando o ouvi falar:

- Não é apenas isso que está te incomodando, aconteceu alguma outra coisa.

Eu odiava o jeito que ele percebia as coisas, por mais que eu tentasse disfarçar, ou algo parecido, quase nunca dava certo.

- A Karen apareceu na escola hoje.

- O que?? O que ela queria?

Ele parecia mais incrédulo que eu quando a vi mais cedo.

- Queria saber como você estava e disse que eu o roubei dela. - dei de ombros. - Mas não me importei e pedi para ela ir embora.

- Esse seu "pedi" foi esquisito. - brincou. - Você não é assim, ainda mais se ela aparecer na sua frente.

O James estava realmente certo, mas eu preferi manter a minha educação do que perder a cabeça com alguém que não valia o meu surto.

Eu apenas ri do que ele falou e logo mudei de assunto.

- E o seu pai?

- Deve está infernizando a vida de alguém por aí. - disse, e logo em seguida tentando mudar de assunto. - E o novato? Como ele é?

- Todas essas perguntas para saber se eu me senti atraída por ele? Sério, amor??

- Claro que não. Eu sei que ele não chega aos meus pés.

- Você está com ciúmes. - constatei.

- Óbvio! Você é minha. - falou, me deitando na cama.

Ouvir isso fez cada parte do meu corpo se arrepiar, me fez sentir algo inexplicável.

- Sua? Quanta presunção. - resmunguei, querendo provocá-lo.

- Por acaso, eu estou errado?

- Quem sabe.

Nós iríamos continuar essa conversa se não tivéssemos ouvido a voz da Amélia vindo lá de baixo, mostrando que ela havia chego e que estava nos procurando.

Descemos as escadas para ir até ela.

- O que houve, mãe? - James perguntou, enquanto pegava as sacolas que estavam ao lado da porta para levar até a cozinha.

- Seu pai. - Respondeu, em um tom de desanimo. - Vai vir jantar conosco hoje.

- É sério???

No início, pensei que talvez eles exagerassem em questão a isso, mas depois de conhecer o ex marido da Amélia, percebi que ainda estavam sendo razoáveis com as palavras.

- Posso ficar fora desse jantar? - perguntei, querendo fugir disso.

- Se você quiser, sim. A escolha é sua, filha.

- Posso ir com a Marianna? - ele perguntou logo em seguida, na esperança de que pudesse escapar também.

- Não mesmo! O pai é seu e ele vem por você e pela Emma.

Ele bufou e foi para a cozinha.

- Sortuda demais. - resmungou, assim que me viu parada ao seu lado.

- Deixa disso e me ajude a guardar essas compras.

Assim que terminamos recebi uma ligação do Teddy, ele disse que precisava conversar comigo, senti a preocupação na sua voz, então me afastei do James e fui para o meu quarto.

- O que houve??

- Vai parecer loucura, mas eu vi o Thomas conversando com a Karen no estacionamento mais cedo.

- O que? Como ela poderia conhecer ele??

- Eu não sei...mas achei que você deveria saber disso. Agora, preciso ir, tenho que cuidar da minha irmã.

- Tudo bem. Obrigada pela informação.

Assim que desliguei comecei a pensar em mil e uma coisas, algumas até impossíveis.

Será que ele realmente é quem diz ser? Como ele sabia quem ela era?

- O que foi, babe? - James perguntou, interrompendo meus pensamentos.

- Que?

- Você está bem?

- Estou sim. É apenas uma tarefa que lembrei que tenho para amanhã e eu ainda não fiz.

- Não sei não. Acho que uma tarefa não seria capaz de tirar a sua paz.

- Sabe que eu odeio quando você começa a fazer isso. - falei, me aproximando dele e colocando minhas mãos em sua cintura.

Ele tinha essa mania de começar a fazer várias perguntas, como se não quisesse nada e de persuadir as pessoas.

- Eu sei, desculpa. - pediu, meio sem graça. - Mas não tem a menor chance de você ficar para esse jantar?

- Não mesmo. Mas, qualquer coisa, vou estar aqui no quarto.

Meu último ano(Concluída)Where stories live. Discover now