Meu último ano(Concluída)

Disposta a me estressar

Eu estava no meu quarto quando James entrou.

- Marianna, por favor, janta com a gente. - implorou enquanto vestia uma camisa social.

- Que susto, garoto!

- Faz isso por mim. - começou com o drama dele para me convencer.

Estava fechando a blusa de botões dele enquanto pensava no que havia pedido, eu faria tudo por ele, mas não sei se isso seria uma boa ideia.

- Eu não sei...

- Se for realmente uma droga, como nós estamos esperando, você simplesmente pode se retirar.

- Tudo bem. - respondi, puxando e soltando o ar calmamente.

Eu não estava tão animada, mas era pelo meu namorado que estava  fazendo isso.

- Encontro você lá em baixo. - falei, dando um beijo em seu rosto antes dele sair do quarto.

Vou precisar de muita paciência para aguentar esse jantar.

Resolvi usar um vestido verde escuro, um pouco colado, que eu geralmente usava para ir em restaurantes e essas coisas. Enquanto me arrumava para esse jantar, percebi que James e eu ainda não tínhamos tido um primeiro encontro.

Quando terminei, desci as escadas e fui para a sala, onde eu sabia que ele estaria com a Emma e me sentei ao seu lado.

- Obrigada por fazer isso por mim. - agradeceu, passando seu braço sobre meus ombros.

- Estou sempre disposta a passar raiva por você. - brinquei. - Sabe o que tava pensando ainda agora?

- O que?

- A gente nunca..

- Ele chegou. - Emma me interrompeu assim que ouviu a campainha.

É agora. Se controla, Marianna.

- Nunca o que??

- Deixa. Depois falamos sobre isso. - me levantei e fui logo atrás dele.

Ele tratou os meninos muitos bem, realmente disso eu não tinha o que reclamar sobre ele, mas, também, só isso mesmo.

- Marianna, querida. - ele disse, se aproximando e me cumprimentando.

- Creio que ainda não sei o seu nome.

- Phillipe. - falou, com a pronúncia italiana de seu nome.

Amélia estava descendo as escadas quando ela o viu, eu gostaria de saber exatamente o que de tão terrível ele havia feito para ela sempre congelar ao vê-lo.

Fomos para a sala de jantar e eu me sentei próximo ao James.

- Animado para a viagem, James? - perguntou enquanto servia o seu prato.

- Você não imagina o quanto... -respondeu.

- Espero que a sua namorada já saiba disso.

- Sim, eu sei.

- Então por que ainda estão juntos?

- Porque não queremos nos separar e eu não quero dar esse gostinho a você pai. - James disse.

- Mas e você, Marianna, quais são os seus planos para o futuro? - Phillipe perguntou querendo mudar de assunto.

- Para o futuro?

Ele assentiu com a cabeça.

- Vários, mas no momento é apenas me formar na escola.

- Mas e depois?

- Pai. - James chamou a sua atenção.

- Tudo bem. Não precisa se preocupar, amor.

- E depois? Bom, acho que isso diz respeito apenas a mim, já que é a minha vida, não acha?

Isso o fez parar de falar e me encarar com um olhar mortal. Na verdade eu não estava me estressando com aquilo, apenas achando interessante.

Depois ele voltou a sua atenção para a Emma, podia perceber que com ela era completamente diferente, ele a tratava realmente como uma princesa e o seu maior tesouro, mas com o James era um pouco diferente, exigia demais dele.

- E você, Amélia, como andam as coisas? Já encontrou alguém?

Eu não precisava ouvir aquela conversa e provavelmente me estressar, já que ele estava mexendo com a minha segunda mãe, então pedi licença dizendo que precisava alimentar o meu hamster e me retirei.

- Mas ela...

- Emma, você quer mais um pouco? - Amélia perguntou para interrompê-la.

Ao invés de subir as escadas, fui em direção a porta que me levaria até a piscina, precisava de um pouco de ar puro.

Fiquei parada olhando para a piscina e para o céu, ali era realmente muito bonito, pensando em mil e uma coisas e que eu conseguiria aguentar mais um pouco.

- Marianna?

- Oi. - respondi, assim que ouvi a voz do meu namorado.

- Hamster? - riu ao se aproximar.

- Foi o que veio na minha cabeça.

- Sinto muito por te insistido que você jantasse com a gente.

- Não tem nada demais.

Ele se aproximou e me abraçou por trás, apoiei minha cabeça em seu peito e fiquei olhando para o céu.

- Eu percebi que o seu pai pega muito no seu pé.

Ele continuou em silêncio.

- Se não quiser falar sobre isso, sabe que pode dizer que não quer.

- Não é isso, é que eu não sei o que falar.

Me virei para ele e coloquei uma mão em cada lado do seu rosto.

- Seu pai não merece você. - falei. - Agora, vamos voltar lá para dentro e irritar ele mais um pouco.

Eu fui na frente e quando percebi que ele não estava me seguindo, parei e estendi a mão.

- Vamos?

- Vamos.

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