Um.

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smells like teen spirit

Quase não acreditei quando minha mãe disse que estava me mandando para Califórnia para morar com um velho e minha querida tia, mas com a minha mãe é sempre sério.

Nunca cheguei a conhecer meu avô, eu nem sabia da existência dele. Pra ser sincera, achei que ele já estava morto. E minha tia eu já tive o desprazer de conhecer, extremamente irritante e sorri mais do que deveria ser considerado normal.

Continuo procurando a área de desembarque número 7 mas esse aeroporto é 3 vezes maior do que o da minha cidade. O voo foi extremamente entediante e tinha um homem na minha frente que não parava de falar gritando mas depois de eu dar uns três chutes no encosto de seu assento, ele voltou a falar em um volume humano. A minha acompanhante de voo não parou de encher meu saco o voo inteiro falando para sentar direito, colocar o cinto ou abaixar o volume do meu fone de ouvido. Quando finalmente me separei dela não exitei em apontar o dedo do meio pra ela.

- Mãe, eu estou falando, não tem ninguém em frente ao desembarque 7 - reclamo novamente com minha mãe pelo telefone.

"Espere, tenho certeza que sua tia já está chegando aí", minha mãe garante.

- Onde essa velha se meteu? - bufo.

"Não chame sua tia assim! Ela e seu vô concordaram em te receber de braços abertos aí, acho bom você se comportar", ela me repreende pelo outro lado da linha.

- Isso parece improvável - digo olhando para minhas unhas.

"De qualquer jeito, não saia daí", minha mãe diz e encerra a chamada.

Eu ignoro suas palavras completamente e entro em um cafézinho em frente ao tal desembarque 7 e peço um café. Minha mãe tirou todo meu dinheiro uma semana antes de eu vir achando que eu iria comprar maconha. Sorte a minha que já tinha juntado dinheiro há um tempo - eu já sabia que um dia minha mãe ia cansar de mim, era só questão de tempo.

- Savannah? - uma voz atrás de mim, me viro lentamente - É você mesmo! Está tão grande!

Uma mulher com cabelos loiros se aproxima para um abraço e eu me esquivo de seus braços me virando para pegar o copo de café.

- Sua mãe disse que você estaria no desembarque mas eu não esperava mesmo que você ficar parada. - a mulher continua falando mesmo sem eu estar demonstrando qualquer interesse.

Deslizo uma nota de 10 dólares pelo balcão para atendente do caixa que olha para mim de cima à baixo e levanta a nota para conferir se é verdadeira. Sim, eu estou pagando a porra de um café de 8 dólares com uma nota falsificada.

Estalo a língua já impaciente e ela finalmente me entrega 2 dólares de troco, dou um sorriso sem emoção e me viro para minha tia.

- Está pronta? - ela pergunta e eu respondo com um aceno de cabeça.

Paramos em frente a um carro brega com porra de cílios no farol e minha tia o destrava com o aperto de um botão.

- Esse é seu carro? - pergunto segurando o riso.

- Sim, quer guardar sua mala no porta-malas ou vai levar nos seus pés? - ela pergunta sem perceber o divertimento em minha voz.

- Posso deixar nos meus pés - abro a porta de passageiro e me sento.

Ficamos em silêncio por um tempo e eu agradeço a Deus por ela nem tentar puxar conversa.

- Você sabe dirigir? - ela pergunta.

Agradeci cedo demais.

- Sei, só não tenho carteira de motorista - respondo simples.

- Não vou nem perguntar como você aprendeu - ela diz rindo.

- Que bom.

Estou olhando para a janela então me viro para ela.

- Qual seu nome mesmo?

Ela olha divertida.

- Você não sabe o meu nome e está indo morar comigo?

- Na verdade, eu estou indo morar com meu avô, você só vai estar lá como um bônus - digo.

- Touché - ela inclina a cabeça - Meu nome é Margot.

Volto meu olhar para a janela.

Depois de uns 20 minutos finalmente estaciona em frente a um alto prédio com grandes janelas. Margot aperta alguns dígitos em um teclado e a porta para o condomínio se destrava. Entramos no elevador e ela aperta o botão do 11.º andar.

Assim que a porta é aberta tenho a visão de uma sala com pé direito alto e uma cozinha conceito aberto enorme. Acho que estou assistindo muito Irmãos a Obra recentemente...

- O seu quarto é no final do corredor à direita. O da sua prima é em frente ao seu - ela diz colocando as chaves em cima do balcão.

- Meu Deus, quantas pessoas moram aqui?

Daqui a pouco aparece um primo de sétimo grau pra morar aqui, também.

Entro no quarto que ela mencionou e é um bom quarto, pequeno, mas bom. Tem uma parede branca que vou fazer bom proveito pichando mais tarde. Deixo minha mala do lado da cama de tamanho mediano, abro uma porta achando que é o armário mas é um banheiro. Eu tenho uma suíte! Ok, talvez minha estadia aqui não vá ser tão ruim como eu esperava...

Me jogo de costas na cama encarando o teto, não sei quanto tempo fico ali até ouvir duas batidas na porta.

- Sim?

A porta é aberta e vejo um senhor baixinho, deve ter aproximadamente 60 anos.

- Oi Savannah... Você já deve imaginar quem eu sou...

- Eu espero que seja meu avô porquê eu não estava planejando encontrar nenhum senhor de meia idade no meu quarto hoje.

Ele dá um riso sincero.

- Eu sei que você acha que sua mãe te despejou pra cá mas eu espero que no futuro você veja que isso foi a melhor coisa que te aconteceu.

- Acho difícil essa ser a melhor coisa que me aconteceu.

Ele dá de ombros.

- Enfim, se precisar de qualquer coisa... -  ele diz e encosta a porta do quarto novamente.

Segundo ano do ensino médio. Como isso pode ser uma coisa boa?

bom dia bom dia bom dia!

eu tenho tantas ideias e não
sei pôr em prática pqp, espero
que essa história fique pelo
menos legalzinha e vcs fiquem
um pouco entretidos🤠🤠

Savannah TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora