Cinco.

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#STREAMPOSITIONS

Nesse ponto em que Logan e eu estamos, o cigarro já acabou e estamos apenas curtindo o vento em nossos rostos sem dizer nada.

Não costumo ficar perto de garotos sem estarmos fazendo algo obsceno, mas confesso que é legal ter a companhia de Logan mesmo que em silêncio.

— Me chamou? — uma voz masculina interrompe a nossa vibe.

Me distancio de Logan e olho para o garoto a nossa frente. Cabelos lisos loiros e olhos escuros, não consigo ter certeza da cor por causa da distância entre nós, já que eu estou sentada no chão e ele está em pé, mas isso não me impede de saber que ele é bonito.

— Foi mal, quer que eu volte mais tarde? — o garoto fala olhando para Logan, que nega com a cabeça e se levanta.

Ele estende a mão para me ajudar a levantar mas eu a ignoro e levanto sozinha.

— Savannah, esse é o Brad. — Logan diz — Eu pedi pra ele vir já que você estava tão desesperada.

— Valeu! — um sorriso escapa dos meus lábios — Então, o que você tem? — pergunto ansiosa para Brad.

— Você é bem direta, né? — ele ri.

Muito. — Logan ironiza como se já me conhecesse há anos.

— Não curto enrolação. — dou de ombros.

Os dois se entreolham e Logan sai da varanda revirando os olhos e fechando a porta de vidro atrás de si depois de um olhar de censura de Brad, me deixando sozinha com o loiro. Não entendo muito o que esse olhar significa, mas eles devem se conhecer há tempos para conseguirem decifrar os olhares um do outro sem precisar dizer uma palavra.

— Vocês são muito amigos? — pergunto.

— Achei que não curtisse enrolação — o loiro irozina.

— Você já está enrolando mesmo.

Ele dá um sorrisinho.

— Não somos exatamente amigos, é complicado... Então, eu tenho ecstasy, maconha e cocaína. — ele muda de assunto e eu prefiro não aprofundar no tópico "Logan".

Agora, mais perto dele, percebo que seus olhos são quase pretos. Isso, ou ele usou muita cocaína pra suas pupilas estarem tão dilatadas.

— Eu quero um comprimido de ecstasy. — peço fuçando o bolso da minha jaqueta.

— Beleza. — ele me entrega um pequeno comprimido rosa — O primeiro é por conta da casa. — ele dá uma piscadinha.

— Sendo assim — ergo o comprimido, como se brindasse com Brad e logo em seguida o coloco debaixo da minha língua.

E assim, sem mais nem menos, ele me beija. Não recuo, apenas abro a boca dando espaço para sua língua, fazendo o comprimido passear entre nossas bocas.

Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas o comprimido já se dissolveu em nossas bocas e já consigo sentir a euforia tomar conta de meu corpo.

Ava limpa sua garganta atrás de nós, eu nem tinha ouvido ela entrar na varanda. Paro de beijar Brad mas ainda permaneço com a mão em sua nuca e ele com a mão em minha cintura.

— Não quero atrapalhar o casalzinho, mas preciso falar com você, Savannah — a menina pede aparentando raiva.

— Certo. — me distancio de Brad e balanço a cabeça como um cumprimento — Até.

O menino retribui o cumprimento e me dá um sorris galanteador.

Ava me segura pelo pulso e me puxa até a cozinha que está mais vazia. O pessoal daqui tem essa mania irritante de ficar me puxando pela mão aos lugares, eu não sou a porra de uma criança perdida no parque, não.

— O que aconteceu? — pergunto me livrando de sua mão.

— Eu que te pergunto! — ela rebate com os braços cruzados no peito —Você beijou o Logan e agora tá beijando o Brad? — ela é muito mais alta do que eu lembrava.

Deve ser de família, pois Logan também é muito alto.

— Sim, como você sabe que eu beijei o Logan? — anuncio simples.

— A porta é de vidro, todo mundo viu você beijando os dois, filha — ela fala... irritada?

— Tá, e o que você tem haver com quem eu beijo, ou não? — falo indo até o balcão e abrindo uma garrafa de vodka, com Ava me seguindo para onde eu vou.

— Então é pra isso que você se mudou pra cá? Para ficar com todos os garotos possíveis? — ela me provoca.

— O motivo de eu vir pra cá não é da porra da sua conta, muito menos com quem eu fico. — digo dando um longo gole na garrafa e passando reto por ela, indo para aonde a maioria das pessoas estão dançando.

Está tocando alguma música do The Weeknd em um volume ensurdecedor, mas no momento não ligo para nada, apenas para a sensação de leveza do meu corpo quando eu danço e a euforia crescendo cada vez mais dentro de mim.

Sinto o mais puro bem-estar e prazer, como nunca tinha sentido em toda minha vida. Mas isso é o que eu digo sempre que uso.

Depois do que parecem horas dançando na pista, me chamam para jogar ping-pong de cerveja e eu aceito. O ecstasy sempre me causa uma vontade repentina de socializar, diferente de quando não estou chapada e prefiro não falar com ninguém.

Faço time com Riley e ela é péssima de mira então acabamos tendo que beber o dobro que a outra dupla, não que isso seja uma coisa ruim.

— Não é justo, você já foi a mil festas, já jogou esse jogo mil vezes, tem mais experiência que eu. — resmunga Riley quando erra o copo de novo.

Savannah TaylorWhere stories live. Discover now