|CAPÍTULO 1|

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Taki Auditore

A chuva caía fortemente sobre minha cabeça, o céu estava mais escuro do que o normal, as nuvens enegrecidas cobriam a lua tirando-lhe todo o seu brilho.

Eu corria o mais rápido que podia, tentando fugir deles, não estava em condições de lutar, estava perdendo muito sangue por conta do ferimento em minha barriga e meu corpo não queria mais reagir, se eu eu caísse sabia que não levantaria mais e tudo estaria perdido.

Meus pés vacilavam de vez em quando me fazendo escorregar, vi uma pessoa entrar na mesma rua em que eu estava e percebi que íamos nos esbarrar. Tentei diminuir a velocidade, mas não deu muito certo, acabei batendo um pé no outro e a água no chão ajudou para que eu caísse, só não dei de cara no chão porque havia batido naquela pessoa.

Nossos olhares se cruzaram e ficamos nos encarando, depois olhei pra sua cabeça e vi uma bandana que cobria seu cabelo, observei cada feição de seu rosto e novamente voltei meu olhar para seus olhos. Senti uma coisa estranha dentro de mim, como se algo tivesse sido ligado e conectado. Aqueles olhos pretos enigmáticos estavam me deixando hipnotizada.

-ELA ESTÁ AQUI!!!!!

Saí da transe que aqueles olhos me prendeu e olhei meu ferimento, estava pior do que eu pensava.

-Se você não sair daqui agora será pega.

Olhei novamente pra pessoa em baixo de mim e lembrei que não podia ser presa de forma alguma. Esforçando meu corpo mais uma vez, fiquei de pé. Aquele par de olhos olhou para meu machucado e depois para sua roupa ensanguentada e antes que dissesse algo mais, uma flecha passou perto da minha perna e se prendeu no chão. Aquilo foi o ápice para me por em movimento novamente e saí correndo retomando meu caminho, minha vontade era de olhar pra trás, mas me contive e segui meu caminho, estava com tanta dor que não percebi que deixei algo para trás.

3 MESES DEPOIS

-Você precisa de uma aliança, Taki. Vai ser melhor pra você alcançar seu objetivo.

-Ah meu caro amigo... Sabe que isso não vai acontecer porque não me dou bem em grupos, eles só pensam em si mesmos e ninguém entenderia minha causa. Além do mais não estou com paciência para procurar aliados.-Virei pra ele e o vi me imitando fazendo uma careta.- Você sabe ser ridículo Raphael.

-Já não sei mais o que fazer com você.- Ele sorriu esbanjando seus dentes brancos e alinhados.- Parando pra pensar... faz tempo que não vejo você usando sua corrente, o que aconteceu? Você não tirava ela pra nada.

Mudei minha expressão automaticamente, Raphael é meu melhor amigo mas não sabe o que aconteceu há três meses, quando trombei com aquele homem misterioso e desde então penso nele frequentemente. Eu perdi a minha corrente naquele dia e sei que nunca mais vou vê-la. 

- Eu perdi ela...

-Entendi, é uma pena. Eu sei o quanto aquela corrente era importante pra você.- ele saiu de trás do balcão e me abraçou.- Mas vai dá certo. Você vai que horas mesmo?

-De madrugada.- retribui o abraço.- É uma pena você não ir comigo, mas é necessário você ficar.

-Sim, queria muito te ajudar... Mas tenho outras coisas pra resolver. Vá descansar.

Ele beijou minha testa e saiu do esconderijo.

Sentei na cadeira e comecei a pensar em meus planos, se eu quisesse realmente salvar ele, precisava agir rápido e me por em movimento. Exatamente 04:00 irei entrar em um barco e seguir minha rota até o próximo país.

Nesse tempo andei treinando bastante pra quando o momento certo chegasse. A Grand Line era um lugar totalmente perigoso e se perder ali era muito fácil, sem um log de nada adiantaria sair do lugar.

Já era dez da noite quando fui me deitar, mas não consegui pregar os olhos. A ansiedade consumia cada parte do meu ser, não sabia nem mais no que focar, meus pensamentos estavam me sufocando e fiquei nesse estado até a hora de ir embora.

Levantei da cama e me arrumei rapidamente, colocando apenas o essencial na mochila, coloquei minha máscara no rosto e dei uma boa olhada no lugar que havia me servido de casa nos últimos três meses.

-Se tudo der certo eu nunca mais entro nesse lugar.- susurrei pra mim mesma e suspirei.- Certo... hora de ir.

Evitei as ruas principais, preferindo ir por cima das casas. Não faltava muito para chegar no porto, mas não é bom arriscar.

Não encontrei Raphael no esconderijo, não queria ir embora sem me despedir dele, mas não podia esperar mais. Minha localização já havia sido revelada e ele já estava enchendo a ilha com seus malditos soldados.

Quando estava me aproximando do meu pequeno barco percebi que tinha alguém encostado nele. Entrei na defensiva e saquei minha Rekki-Maru e me abaixei.

-Sabe.. pra uma ninja você não está sendo nem um pouco discreta.- sua risada ecoou alto e no mesmo instante a raiva tomou de conta do meu corpo.- Saia do escuro senhorita Auditore.

-Um dia ainda acabo com a sua cara, Raphael.- guardei minha espada e fui em sua direção.- Seu idiota! Você me assustou.

-Já está possessa coleguinha? Mesmo com a máscara escondendo seu rosto posso ver nitidamente a raiva em seus olhos. Até me arrepiei.

-Eu podia muito bem ter enfiado a espada nesse seu bucho.- abracei ele forte e esperei o mesmo retribuir o abraço.- Vou sentir sua falta.

-Também vou sentir a sua... não poderia deixar você ir sem me despedir. Afinal.. nunca sabemos quando é a última vez.- e com isso, ele retribuiu meu abraço, me apertando contra seu corpo.- Não está levando muita coisa não, né?

-Não, apenas o essencial.

-O essencial que você diz quer dizer suas armas.

Dito isso ele sorriu, o sorriso mais lindo que eu já vi. Conheço Raphael desde que eu era pequena e sempre o achei muito bonito, mas nunca nutrimos sentimentos a mais do que amizade.

-Que bom que você sabe.- rompi o abraço, devolvi o sorriso e entrei no barco.- Vou indo, se cuida.

-Se cuida também, Taki-lyn.

Ele desapareceu nas sombras e eu coloquei o barco em movimento. Depois de já ter me distanciado o suficiente da ilha, tirei a máscara e repassei o plano em minha mente.

-Eu estou indo, Tobi.

Entre Máscaras E BandanasWhere stories live. Discover now