|CAPÍTULO 13|

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Roronoa Zoro

Eu sentia que Taki estava aflita em relação a alguma coisa e então fui atrás dela, fiquei parado em frente sua porta pensando se realmente entraria ou se daria meia volta. Escutei uma voz feminina assustadora  e logo em seguida ouvi a voz dela.

Nunca imaginei que minha boneca teria passado por tudo isso. Ver o homem que criou ela como um pai sucumbir as trevas deve ter sido muito difícil.

Quando ouvi sua doce voz carregada de dor e de tristeza não me contive e abracei ela. Queria tirar toda dor que ela estava sentindo, queria colocar o sofrimento dela em mim. Ver Taki tão frágil e chorando em meus braços partiu meu coração e eu tive que respirar bem fundo pra não chorar junto com ela.

Ela sabia que quando o momento certo chegasse teria que tomar medidas drásticas pra que seu mentor nunca mais procure um demônio. Quem olha pra Taki vê uma garota forte e independente que sabe se cuidar e segue seus objetivos com garras e unhas, mas aqui em meus braços eu vejo uma garota que não sabe o que fazer com seus medos, uma garota humana.

Depois de longos minutos dolorosos para mim vê-la chorando, ela finalmente dormiu. Suas mãos estavam firmadas em meu peito e sua cabeça repousava suavemente em meu ombro.

Passei a observá-la naquele momento. Sua face ainda estava molhada e a pontinha de seu nariz estava vermelho, sua respiração estava serena e sua barriga se movimentava lentamente. Comecei a acariciar sua cabeça, fazendo cafuné em seus cabelos pretos e brilhantes.

-Como você consegue ser linda até com o nariz vermelho e o rosto inchado?

Falei baixinho ainda contemplando a boneca que parecia ser de porcelana em minha frente.

-Será que você não sabe o quanto é bela? Você não tem nenhuma noção do quanto você me arranca suspiros?

Meus olhos começaram a pesar e minha visão foi ficando turva. Apertei mais um pouco meu abraço e fechei os olhos inalando seu perfume delicioso que me faz delirar.

-O que você está fazendo comigo, Taki Auditore Caçadora de Demônios?

E com minhas últimas palavras saídas em um sussurro, apaguei com minha boneca nos braços.

*

Acordei com barulhos vindo do corredor, olhei pra cama e vi a cena mais linda do mundo. Taki estava deitada de lado com seu longo cabelo espalhado pela cama e alguns fios cobrindo seu belo rosto, suas pernas torneadas estavam em perfeita sintonia com seus braços, sua regata estava um pouco acima de sua barriga. A luz da lua invadia e iluminava o local, fazendo Taki igual um anjo, acho que pra ela realmente ser um, faltou só as asas e a auréola.
É irônico ela ser um anjo enquanto dorme, porque quando está acordada ela é uma completa diaba que quer me fazer pecar a qualquer custo.

Me levantei da cama e peguei o lençol que estava caído no chão. Embrulhei seu corpo formoso, dei uma última olhada naquela visão perfeita e saí do quarto.

Estava indo pro meu quarto mas parei no convés ao ver Franky construindo alguma coisa.

-Franky...- chamei sua atenção e ele olhou pra mim.- Que horas são?

-São exatamente cinco e meia da manhã, maninho.

Cinco e meia da manhã? Mais ?! Então significa que eu e Taki dormimos de seis da tarde até cinco da manhã? Caramba... nunca imaginei que ao lado dela eu dormiria extremamente bem.

Larguei o ciborgue no convés e fui pro meu quarto, me joguei na cama e fiquei pensando em como aquela mulher, dormindo a corredores de distância me faz sentir bem até quando eu durmo ao seu lado.
Como se tivesse dormido ao lado dela mais vezes.

Minha vontade era de matar o canalha que fez tudo isso para minha boneca. Ela não merece nada do que está passando ou do que passou. E pensar que por trás daquele lindo sorriso grande esconde uma enorme marca do passado que ainda dói.

Não se passaram nem meia hora e todos já estavam de pé, se encaminhando pra cozinha. Saí do quarto e fui pra lá também, todos estavam lá menos Chopper que estava em seu consultório fazendo alguns medicamentos.

Taki estava sentada no canto da cozinha com uma xícara em suas mãos, seu olhar estava perdido na mesa. Automaticamente lembrei da perfeita visão dela deitada em sua cama igual um anjo.

Ela reparou em minha presença e percorreu meu corpo com seus olhos já que eu estava sem camisa e depois de analisar meu abdômen ela sorriu. O maldito sorriso que desconcerta minha cabeça.
Eu disse que ela acordada é uma diaba que quer me fazer pecar... qual a necessidade de sorrir tão perfeitamente assim uma hora dessa da manhã?

Retribuí o sorriso e me sentei ao seu lado. Tomamos o café da manhã em silêncio, ninguém perguntou porque estávamos sumidos ou juntos desde a tarde de ontem e pra mim foi melhor assim.

A boneca terminou de comer e foi lavar a louça ignorando totalmente os protestos do cozinheiro de merda. Ela parece mais tranquila e despreocupada, como se um peso tivesse saído de suas costas.

Fitei seu corpo e lembrei da tatuagem em seu pescoço.
Qual o significado daquele emblema?

-Quer um balde pra não babar no chão?- olhei com ódio pra bruxa e ela sorriu.- Relaxa Zoro, ninguém sabe que vocês ficaram juntos a noite toda. Eu e Robin cuidamos pra que ninguém sentisse a falta de vocês.

Dito isso Nami saiu. Por que ela e Robin fizeram isso? Fiquei muito confuso com essa afirmação dela, bom... melhor assim.

Taki passou por mim e saiu porta a fora, ela está com um macacão vermelho, parece ser o mesmo do cartaz de procurado e seu cabelo está preso em um rabo de cavalo.

Uma nostalgia me invadiu. Lembrei do dia que nos vimos pela primeira vez, ela está igual aquele dia... tirando o ferimento na barriga, o cabelo desengrenhado e a chuva sobre nós.

Apenas eu permaneci na cozinha. Estava perdido em pensamentos, tirei a corrente de dentro do bolso da calça e coloquei em meu pescoço.

Aquele T do pingente era de Taki? Tobi? Ou outra coisa que eu desconhecia?

Entre Máscaras E BandanasOnde histórias criam vida. Descubra agora