Me Chame de Yoongi

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POV YOONGI

Tentei por algumas vezes olhar o rapaz, mas ele não deixou. Sim, me pareceu realmente que ele não queria me deixar vê-lo, o que me deixou frustrado a ponto de perguntar. Eu ia perguntar, Deus, eu não podia mais não perguntar.

— É impressão minha ou... você não quer que eu te veja?

— Porque quer me ver, senhor? — ele perguntou. Ótimo, Yoongi, não quis ver o rapaz antes, e agora, porque quer vê-lo?

— Não é nada, é que... pareceu.

— Verdade. Não quero que me veja. — ele disse mais baixo.

— Por que?

— Se te incomoda, senhor, apenas me veja como um enfermeiro comum, sem minhas... habilidades.

— Ah, sim.

Me sentia um pouco mal agora. Ele me fez deitar novamente, olhando para cima.

— Senhor, posso fazer o seu jantar? O que gostaria de comer?

— Você cozinha?

— Sim, espero que seja do seu agrado.

Suspirei, tão formal, Jimin... mas a culpa era minha mesmo.

— Tudo bem, pode cozinhar. — disse sem desviar meus olhos do teto branco. — No andar de baixo fica a cozinha, pode ficar à vontade.

— Obrigado, senhor. Eu ouço muito bem, então, se precisar é só me chamar.

— Tudo bem. — eu disse por fim e ouvi o rapaz se afastar. Ainda pude ver uma leve sombra dele virando a porta.

Mordi o lábio, estava cada vez mais curioso em ver o rapaz, mas como já tinha notado, ele mesmo não tinha muitas intenções disso, então... não tinha muito que eu podia fazer, a não ser aceitar o fato. Fechei os olhos, era o que eu podia fazer, e talvez ele estivesse certo, eu não precisava vê-lo se eu não gostava de híbridos. Tentando não pensar sobre e falhando miseravelmente, eu adormeci.

Acordei um tempo depois com a voz de Jimin, suave e baixa perto de mim; apenas fingi que não tinha acordado, queria ouvir mais da voz dele, mas algo deve ter me denunciado, porque ouvi o que parecia ser o rapaz segurando o riso.

— Eu sei que está acordado, senhor.

— Ah, sabe?

— Sim, eu sei. Por favor, fiz o seu jantar. Gostaria que eu o trouxesse ou que comesse na sua sala de jantar?

— Quero me movimentar um pouco, pode me levar até lá? — perguntei me virando na cama.

— É claro que sim. Sente os olhos arderem?

Olhei para cima, tentando focar o teto, mas era em vão.

— Não muito.

— Vou levar seu curativo, tente ficar um pouco sem ele e talvez comer, para se recuperar. Se sentir muita ardência eu o coloco de volta.

Assenti com a cabeça e me levantei, ficando um pouquinho zonzo, mas nada que não passasse logo, talvez fazia muito desde minha última refeição. O híbrido me ajudou a levantar, eu ainda não consegui vê-lo, mas estava menos irritado com isso; conformado, eu diria. Fui guiado até as escadas e ele me ajudou a descer, sem escorregões dessa vez. Me sentei na cadeira da mesa de jantar, que eu quase não usava, e senti um delicioso cheiro de macarrão frito e legumes com frango.

— Macarrão frito? E... legumes. E frango?

— Tem um ótimo olfato, senhor.

— Sua comida que está muito cheirosa.

Blind Love (yoonmin hybrid)Onde histórias criam vida. Descubra agora