Piquenique

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POV YOONGI

Uma semana havia se passado e eu nunca na minha vida pensei que pudesse ser tão fácil, apesar de eu ter recebido um bom gelo de Jimin depois do episódio com a água no chão.

Ele tinha ficado muito, muito irritado com aquilo e se afastado de mim por um tempo. Dois dias para ser exato, ele mal falou comigo, e isso me causou uma estranheza muito, muito grande. Pedi desculpas por não sei quanto tempo até que ele aceitou que foi apenas uma brincadeira e eu tive que jurar que não faria nada perigoso para mim ou para ele de novo. Mas eu não estava exatamente arrependido, porque conservava na memória o calor do corpo do outro, o cheiro doce e o toque suave da pele dele.

CARALHO YOONGI, É UM HÍBRIDO.

Dia após dia depois disso, eu repetia para mim mesmo. ele era um híbrido e eu tinha mais era que deixar que ele se irritasse comigo, mas eu não podia. Parte de mim não conseguia sequer cogitar que ele ficasse irritado comigo. Eu queria ser querido por ele, e talvez eu estivesse entendendo o motivo. E isso me espantou muito.

Depois de ter me acostumado com meus novos limites do que fazer e não fazer, e ser levado de um lado para o outro com a ajuda de Jimin, eu comecei a me habituar. A casa não me era tão estranha, os degraus já estavam em uma certa distância um do outro e eu não tropeçava com a mesma frequência. Conseguia até mesmo comer algumas coisas sozinho, como sorvete ou pipoca, o que eu podia levar diretamente aos lábios sem cair.

E sem que eu pudesse notar, estava baixando minhas barreiras com o rapaz. Sorria mais, conversava mais, me sentia mais leve; a voz dele era a presença que deixava toda aquela escuridão em algo suportável. Eu me agarrava a ela, porque me trazia um pouco de luz, me contava como estava o dia, e o que estava passando na tv, até mesmo lia o jornal para mim, mesmo não entendendo as notícias todas. Ele atendia meu telefone, explicava pacientemente que eu não estava fazendo esculturas e que por um tempo eu iria ficar afastado, e respondia as mensagens de texto com Namjoon, rindo vez ou outra de como o rapaz era estabanado ao ler as histórias e colocar os áudios que ele enviava. Eu tinha sentido falta disso no momento em que ele havia se irritado comigo, e agora que tinha ficado tudo no nosso "normal", eu não queria mais irrita-lo. Sentia falta dele.

Jimin havia se tornado um amigo em uma semana, alguém que eu não conseguia mais acordar sem esperar me dar bom dia. Eu estava acostumado, e mais que isso, eu gostava da presença dele e quando ele ia ao supermercado e me deixava sozinho em casa, tudo parecia muito grande e vazio. Só melhorava quando ele voltava, e para compensar sua saída, me trazia algum doce, ou uma revista de decoração que ele leria comigo e perguntaria mil coisas, porque não sabia o que era, mas tinha interesse em saber. E era um interesse genuíno.

Eu estava trocando de roupa para ir ao consultório, verificar minhas condições. Meus olhos ardiam menos e eu estava mais acostumado com claridade, mesmo que ela incomodasse e me fizesse chorar. Coloquei o casaco e chamei Jimin, com o tempo descobri que não precisava gritar, ele me ouvia muito bem, mesmo que eu falasse baixo. Ele veio e conferiu minhas roupas, se estavam alinhadas e me ajudou com os sapatos, e quando pronto, ele me levou até o carro e nós fomos para a clínica. Estava animado, esperava bons resultados; depois de alguns minutos, nós pudemos entrar.

— Senhor Min, vejo que está se dando bem com o seu híbrido. — o doutor Konsee disse, animado.

— Com Jimin? Sim, eu estou me dando bem com ele. — Aish, pra que chama-lo de "meu hibrido" se ele tinha nome?

Espera. Era eu mesmo pensando isso?

— Que ótimo! Podemos ver esses olhos?

— Sim, sim. Estou ansioso.

Blind Love (yoonmin hybrid)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora