Capítulo 5

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Estou deitada no sofá da sala pensando em tudo que aconteceu ultimamente, já tinha dado a janta ao Chris e o posto para dormir, um filme passava na TV sendo assistido pelas paredes.

Ouço a companhia e vou até a porta devagar pegando uma sombrinha como fonte de segurança,não que ela fosse me proteger ,mas sonhar não custa caro. Quem será que tá me incomodando a essa hora ? Já se passava de 00 hr e Paula era a única que vinha aqui e mesmo assim era só de tarde quando seu marido estava no trabalho .

Abro uma fresta e seguro a sombrinha com metade do corpo escondido ,logo a luz bate na cara do indivíduo e me revela ser o carinha que me buscou na porta do presídio,penso um pouco antes de abrir totalmente a porta revelando uma mochila em sua mão,solto o objeto em minhas mãos  aliviada.

Ele olha para o chão vendo a sombrinha caída e começa a gargalhar.

- Achou mesmo que isso iria te proteger de algo ?

E riu ainda mais alto,tive medo dele acorda o meu pequeno.

- Veio aqui pra tirar uma com a minha cara ? - o olho zangada ,sempre que o vejo ele vem com deboche pro meu lado. - ou vou ter que te dar uma sombrinhada ? - pego minha arma do chão apontado pra ele .

- Epa... Calma aí morena- ele levanta as mãos em rendição e segura a mochila no meio das pernas ,a cena até que era engraçada .

- Então comece a falar bombadinho !

Ali estava eu ,na cara e na coragem, apontando uma sombrinha pra um cara com um fuzil nas costas , uma mochila no meio das pernas ,sem blusa as calças caindo e uma .40 na cintura. Não aguentei e comecei a rir que nem doida dessa cena,me recomponho assim que lembro de Chris e olho pra cara de bravo dessa criatura.

- estarei aqui de manhã e pra tu levar essas paradas pro BM ,sem atrasos morena.

- O que ? Ma...- antes mesmo deu terminar de fórmula a frase seu olhar já me repreende e suas palavras né calam.

- o papo tá dado ,se não já sabe.

- mas achei que a dívida estava paga - meus olhos se enchem de água e as palavras saem entrecortadas.

- O Chefe mudou de idéia.

Ele sai andando me deixado ali em plantos e sem escolha, pego a mochila e fecho a porta.Me deixo chorar e pensar no que o chefe queria agora, semana passada não precisei ir.Tinha a certeza de  que outra mulher havia ido até lá  e agora ele volta atrás? Será que ela  vai me fazer algum mal ? Ele não aceitou o sexo como pagamento ? O que ele queria dizer com o Chefe mudou de idéia?

Me levanto e me deixo ser levada pelo sono assim que ligo meu despertador.

(...)

Truuuuuuuu truuuuu

A vontade de dormir mais me domina, só que esse despertador maldito me acorda para a realidade, são 4:00 hrs da manhã e eu tenho apenas alguns minutos para me arrumar e sair.

Visto uma calça larga preta,uma blusa da mesma cor,e uma fina de frio,com saltos médios, não consigo usar sapatos baixos porque minha mãe sempre foi rígida com isso e nunca me deixava usar , então por consequência hoje não tenho nada baixo além de tênis e também não tenho grana pra comprar novos. Os mais caros já vende pra comprar remédios e só me sobrou poucos pares para usar quando sair.

Coloco os documentos dentro do bolso da calça e fecho o zíper,colocando a alça da mochila no ombro e correndo até a cozinha para pegar um copo de suco já que não tinha nada para fazer um café da manhã

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Coloco os documentos dentro do bolso da calça e fecho o zíper,colocando a alça da mochila no ombro e correndo até a cozinha para pegar um copo de suco já que não tinha nada para fazer um café da manhã.

Saio trancando toda a casa e mando uma mensagem pra Paula pedindo pra que ela de uma olha no pequeno assim que der ,como os remédios que ele toma são fortes sabia que ele demoraria para acorda.

O bombadinho ( sim,ire o chamar assim de agora e diante) já me esperava ao lado de uma CB 300,sem falar nada já me estendeu um capacete e uma jaqueta de couro, seu olhar me examina de cima a baixo e logo me vira as costa subindo na moto.

- segura pra mim,por favor ? - peço sem graça estendo a mochila pra ele e colocando o capacete na cabeça. Chego perto da moto e coloco uma mão no seu ombro e o pé no apoio , subindo,logo pego a mochila da sua mão agradecendo e colocando novamente nas costas.

Ele acelerava mais a cada beco que passávamos ,minhas mãos estavam agarradas em sua jaqueta o segurando pela cintura,meus cabelos voavam com a velocidade, seu cheiro invadiu minhas narinas me fazendo fechar os olhos e sentir o vento e seu perfume em mim.Porra queria ficar cheirando aquele local o dia inteiro.

A velocidade da moto diminuir, me fazendo afastar dele e o encarar sem jeito pelo retrovisor.Ele para em frente a penitenciária e já tem algumas pessoas na fila,coloco a mochila pesada no chão e desço apoiando em seus ombros. Tiro o capacete e o entrego.

- Obrigada.

- Por nada,  morena.

- Qual seu nome mesmo ? - fico sem graça por ainda não saber uma coisa tão simples.

- Gabriel,morena - ele pisca pra mim fazendo charme.

- Obrigada Gabriel e desculpe por ontem.

Ele balança a cabeça para cima e para baixo.

- tá de boa ,depois te busco,moro ?

- tranquilo então ,valeu .

Ele sai que nem doido pilotando e eu levo aquela mochila até o final da fila para esperar minha vez.

(...)

Já são 7 : 15  hrs e agora que a fila começou a andar ,meu estômago começava a dar sinal e tinha uma menina  comendo biscoitos de polvilho atrás de mim ,quase mexe na bolsa buscando algo para comer ,mas não sabia se as regras ainda eram as mesmas.

Meu estômago roncou alto me fazendo corar em 50 tons de vermelho, a garota mais velha me encarou e sorriu.

- Desculpa ,não tenho o costume de vir aqui e fiquei tão ansiosa que não conseguir comer antes de sair . - menti não sabendo muito bem o que falar .

- tudo bem meu anjo - ela riu - eu também não conseguia comer antes quando comecei a vir aqui ,mas agora já acostumei. - seus olhos ficaram distantes por alguns minutos mas logo voltaram - aqui ,vamos comer um pouco pra passar o tempo - me estende o pacote de biscoito.

- Obrigada ! Sou a Melane mas pode me chamar de Mel - pego um biscoito e o saboreio.

- Sabrina ,prazer mel. Visitando seu marido?

Fiquei um pouco perdida no que responder para ela ,não podia dizer a verdade ,então apenas omito algumas coisas.

- Não exatamente, não sei bem o que temos pra ser sincera. Más sempre que ele pedi estou aqui.

- Sei bem como é ,eu ficava com o MK por um tempo e ele com todo mundo,pouco antes dele ser preso me tornei a fiel e aqui estou.

- É complicado,não acho que vai rolar algo além do que está acontecendo agora,não sei nem o que está acontecendo no momento para ser sincera - tento fazer graça e pego um biscoito ,minha fome parecia só aumentar .

Logo as 9 horas e 40 minutos consigo entrar ,passo pela revista e sou encaminhada para o pequeno cômodo que fiquei com BM da última vez.

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