Yestoday

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"Estar sozinho era o único modo em que eu conseguia sentir uma sensação de segurança... " -Yestoday - Nct U.

Minho estava feliz naquele dia, muito feliz; normalmente ele não costumava ficar tão contente assim, era rotina a antipatia e o desânimo do garoto de cabelos castanho escuro. Mas naquele dia, era diferente; seus pais iam fazer uma viagem de negócios, e ele ficaria com a casa toda para si.

Minho não suportava seus pais. Pode até ser um tremendo clichê pensar dessa forma, mas era a mais pura verdade; e o garoto tinha motivos totalmente plausíveis.

Os pais de Minho eram bastante rigorosos e conservadores, era o padrão das famílias coreanas tradicionais. Os mais velhos eram podres de ricos, nem sabiam o que fazer com tanto dinheiro.

Ele tinha um irmão, um irmão mais velho. Eles eram muito unidos; para Minho, Yunho era a pessoa mais especial do mundo, o garoto gostava mais do irmão do que dos pais; nem Yunho conseguia entender esse amor incondicional que o seu irmão tinha por si, ele ficava maravilhado com tal sentimento, ele achava simplesmente incrível. Yunho era o seu herói, Minho se via no irmão, e queria sempre estar do lado do mesmo; o mundo de Minho se baseava em seu irmão mais velho.

O jovem rapaz não tinha amigos, nunca conseguiu manter qualquer relação. Toda e qualquer pessoa que entrasse na vida dele, em menos de duas semanas ia embora; Minho não conseguia entender o que havia de errado em si.

Yunho não queria ir para o exército; ele apenas queria ser escritor, mas seus pais não compreenderam tal desejo. Então, mandaram o garoto à força, literalmente, à força para o exército. Yunho não era japonês, assim como o resto de sua família; então ele não era obrigado a servir já que estava no Japão. Minho ficou bastante chateado, sem o irmão, ele não tinha para onde correr. Sem o irmão ele teria que enfrentar a escola sozinho; sem o irmão, ele teria que enfrentar seus pais; sem o irmão, ele teria que enfrentar a vida, e ele tinha muito medo disso.

Se passou 1 ano e nada do Yunho aparecer para ao menos visitar o irmão. Mais 1 ano se passou e nada de Yunho. Umas semanas depois, chegou uma notícia até à casa dos Lee: Yunho estava morto. Havia cometido suicídio. Minho não pôde acreditar em uma barbaridade daquela, isto não poderia estar acontecendo com ele, Minho estava um caos.

Depois da morte do irmão, Minho passou a odiar seus pais, ele achava que tudo aquilo era culpa deles. Os mais velhos tentaram de tudo para fazer com que o filho deles voltasse ao normal; mas nada deu certo. Contudo, os pais de Minho não sentiam nenhum pingo de culpa. Eles realmente só se preocupavam com status e dinheiro. Por isso, Minho preferia ficar sozinho, na dele, só saía de seu quarto para comer. Ele abandonou a faculdade no segundo ano; ele não tinha mais vontade de estudar; e caso se tratasse de emprego ou dinheiro, ele tinha uma herança enorme nas costas e uma rede de ternos multinacional.

- Sorrindo para as paredes, Minho? - disse o homem que trajava um terno um tanto elegante para apenas um café da manhã rotineiro. - Não vai falar com o seu pai, querido? - uma mulher usando um vestido vermelho disse ao entrar no recinto. - Ele está feliz hoje, querida. - disse o homem tomando um gole de seu chá-verde.

- Feliz? O que vocês intitulam como feliz? - dizia Minho pegando um copo que havia na mesa.

- Normalmente você sempre está com uma cara horrível. Parece que não está satisfeito com toda e qualquer coisa ao seu redor. - falou a mulher se sentando na mesa.

- Para onde vocês vão hoje? - perguntou o garoto mudando totalmente de assunto.

- Coréia do Sul.

- Vão ficar lá por quanto tempo?

- Um mês.

- É por esse tipo de coisa que minhas manhãs de segunda-feira ficam mais coloridas. - Minho diz com um enorme sorriso no rosto.

- Ao menos tenha mais respeito por seus pais, garoto! - ralhou a mulher dando um tapa na cabeça do filho. Ela estava sentada à seu lado.

- Minho? - o pai do garoto chamou a sua atenção. - Sim, senhor? - Minho diz olhando para o pai que estava à sua frente. - O que aconteceu com a Mina? Ela não apareceu mais aqui, e você também não falou mais dela. Eu não vi você saindo também... O que houve? - o homem o encarava com um olhar desconfiado.

- A Mina não gosta de mim, não rolou nada entre a gente. - contou simples. - E por quê? - o homem ali realmente queria saber. - Ela é lésbica. - ditou Minho na maior calmaria do mundo.

- Como? - franziu o cenho.

- Preciso soletrar? - o olhou friamente.

- Que garota mais baixa! - falou o homem indignado ajeitando seu terno.

- Baixa!? Quer dizer que se ela transa comigo ela é uma mocinha, mas se ele transa com alguma garota ela é baixa? Qual é o sentido disso? Isso é porque eu sou o seu filho? - Minho dizia olhando nos olhos de seu pai.

- Olha como você fala comigo moleque! - o sr. Lee bateu na mesa de punhos cerrados.

- Querido... Não discuta com ele. Você sabe onde isso tudo vai chegar... - disse a mulher tentando apaziguar o marido. - É bom que você arrume logo uma namorada, porque caso você não consiga uma do seu gosto, eu mesmo vou atrás de uma para ti. - urrou o homem apontando o dedo na direção do peito de Minho.

- Você é podre... - sussurrou.

- O que disse? - o homem ainda estava muito alterado.

- Nada... Eu não disse nada. - murmurou audível abaixando sua cabeça e indo em direção à seu quarto.

Do You Speak Korean? | minsungWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu