Small Things

351 75 39
                                    

Eu poderia escrever todas as palavras que se derramam na minha mente sem errar, com uma inspiração transbordando perfeitamente, como um veneno se espalhando pelo o corpo. Obrigado pelas pequenas coisas que podem tornar a minha felicidade por séculos. — Small Things — 3racha.


Havia se passado duas semanas desde o primeiro encontro de Minho e Jisung, que foi quando o primeiro citado estava na sorveteria e viu o outro garoto passar bem em frente da mesma.

Nessas duas semanas que se passaram, eles resolveram se conhecer melhor. Ambos haviam gostado muito da companhia um do outro, assim, decidiram ser amigos e sair mais vezes; e foi isso que eles fizeram.

Eles trocavam muitas mensagens, e até cartas também, pois Minho amava escrever assim como o seu irmão uma vez amou. Jisung achava muito fofo e atencioso da parte do mais velho o mandar cartas tão poéticas, bem feitas e com a escrita impecável; ele se sentia importante, muito importante. Cada carta era uma surpresa diferente, um doce diferente, uma fotografia diferente, um poema diferente, criados por ninguém mais ninguém menos que Lee Minho. As vezes Minho o mandava cartas com o que ele estava sentindo no momento em que as escrevia, ou escrevia um texto de mais ou menos trinta linhas apenas elogiando os olhos de Jisung de todas as formas que conseguia; todos os elogios possíveis, todos os sinônimos qualitativos que Minho possuía em seu vocabulário e alguns a mais que ele procurava no dicionário.

Nunca era igual, era sempre uma coisa nova, e Jisung, particularmente, adorava tal coisa.

Eles também saíram bastante durante essas duas semanas. Foram ao shopping, lanchonete, restaurante, teatro, sarau, sorveteria, biblioteca, feira do livro, e até ao supermercado.

Foram para muitos lugares durante essas duas semanas.

Às vezes, eles simplesmente iam para o porto da província e ficavam por lá, observando o mar e ouvindo uma boa música, às vezes em silêncio, às vezes conversando sobre qualquer coisa; e assim se conhecendo mais e mais cada dia que passava.

A relação que eles tinham, até certo momento, só envolvia os dois; todavia, a mãe de Jisung queria conhecer a pessoa que conseguiu tirar o seu filho da cama pelas manhãs, que conseguiu fazer ele sair sempre que possível, que fez o seu "garotinho" sorrir novamente; e por um momento esquecer que sua felicidade dependia única e exclusivamente do irmão mais novo, que mesmo não estando mais presente, era sempre o seu porto seguro.

— Quando vou conhecê-lo? — perguntou a mulher que cortava algumas verduras no balcão, e no mesmo, Jisung repousava os cotovelos enquanto suas mãos estavam em seu queixo. — Preciso conhecer a pessoa que te fez levantar às cinco da manhã para ir vez o nascer do sol no porto. Você odeia acordar cedo! A não ser que precise muito. — a mulher ria fraco, e Jisung a olhou cerrando os olhos.

— Eu não sei, mãe... Não sei se ele se sentiria muito confortável com isso. — diz pegando um pedaço de cenoura e enfiando na boca. O pedaço era bem grande pois a mulher não o havia cortado ainda.

— Ei! — repreendeu a mulher. — Não pegue as cenouras grandes, irei fazer outra coisa com elas! — dizia a mulher tirando a vasilha em que estavam as cenouras cortadas em pedaços maiores de perto do filho. — E por quê? Ele tem algum problema quanto a isso?

— Na verdade não... É só que ele é introvertido, sabe?

— Sim... — disse parando um momento para pensar. — Vocês dariam um belo casal. Ele é introvertido, você extrovertido. Acho que daria certo, não? — indagou a sra. Han com um sorriso de orelha a orelha.

— Mãe! — interviu o garoto. — Somos só amigos!

— Lembra do que você fazia quando o Christopher ia te ver pela manhã? Você faltava jogar ele do segundo andar! Mas quando era o Felix, você levantava todo saltitante parecendo uma gazela, só que uma gazela manca! — ralhou a mulher.

— Mãe!

— Eu só estou dizendo a verdade! Você também dizia que o Felix era só o seu amigo, aí duas semanas depois estavam se pegando no terraço! — o lembrou do acontecimento.

— Mãe!

— Falando em Felix, será que ele está bem?

— Ele está ótimo! — exclamou Jisung assim que se recuperou do surto, pois sua mãe não parava de falar coisas absurdas. — Ele está namorando com o Christopher agora!

— Sempre achei que os dois dariam certo juntos. Desculpe, meu filho, mas o Felix e o Christopher foram feitos um para o outro. E você no meio da relação deles serviu para mostrar o que já estava na cara!

— Verdade... Mas eu realmente gostava muito do Felix... Porém, já passou! — disse se levantando.

— Exatamente! Agora você tem o... — disse confusa. — Qual o nome dele mesmo?

— Mãe! — a repreende. — Amigos! Apenas amigos!

— Okay, anotado! — dizia a mulher rindo da cara de descontentamento do filho.

Jisung iria se retirar, mas parou assim que o seu pai abriu a porta de entrada saudando aos ali presentes.

— Bom dia, pai! Como foi? Conseguiu o emprego? — perguntou Jisung.

— Infelizmente, não! Mas quem sabe na próxima, não?

— Que chato! — diz Jisung se jogando o sofá e pegando um livro da estante que havia do lado do mesmo.

— Isso meu amor, não desista! — dizia a mulher jogando um beijo para o marido.

— Jisung? Por que não ajuda sua mãe?

— Ela não quer ajuda! Já me ofereci e ela disse que não precisava. E também não é como se estivesse tão tarde, são onze horas em ponto. — diz olhando o relógio pendurado na parede.

— Certo, então... — falou o homem se sentando no balcão com a intenção de tomar um pouco de chá.

— Sabia que o Jisung está namorando? Logo ele trará o namorado aqui para nós conhecermos! — disse a mulher simplesmente do nada.

— Mãe! — Jisung se sentou no sofá e olhou em direção a cozinha.

— Finalmente!

— Pai! — o garoto se levantou e foi até aos pais. — É mentira! Eu não namoro ninguém!

— Não faz nem um mês que estamos aqui e você já está namorando! Dessa vez você foi rápido. Eu lembro do Fe... — Jisung logo o cortou.

— Por que vocês tem sempre que citar o Felix?

— Porque ele foi o seu primeiro namorado. — disse seu pai, como se fosse óbvio.

— Ai, ai! Eu não aguento mais vocês dois! Eu vou para o meu quarto. — se rendeu, logo, saindo.

— Quando o almoço estiver pronto eu te chamo! — diz a mulher observando o filho subir as escadas. Jisung apenas ressaltou um "sim, senhora" e continuou a subir as escadas.

Assim que chegou em seu quarto viu que seu celular apitava freneticamente por causa das notificações, o mesmo estava jogado em cima da cama. Quando pegou o celular pôde ver que havia algumas mensagens de Minho, e uma delas era esta:

"Que tal observarmos o pôr do sol hoje? Podemos ver as estrelas também."

Jisung abriu o maior sorriso assim que viu a mensagem. E logo depois de o responder pôde ter os seus surtos internos e externos porque o maior o havia chamado para sair novamente.

Era assim o tempo todo, mas Jisung se sentia preenchido sempre que o maior fazia algo do tipo. Ele nunca se cansava, e sempre achava surreal o romantismo do garoto.

Mesmo sendo apenas amigos.

Do You Speak Korean? | minsungWhere stories live. Discover now