6. Sátiros do Diabo

8.6K 674 364
                                    

Minhas mãos pendendo ao lado do meu corpo estavam ficando brancas por conta das cordas apertadas e aquela situação estava ficando cada fez mais ridícula e estranha. As criaturas que riam e mexiam numa enorme panela borbulhante não estavam dando muita atenção a nós e conversavam entre si.

- Consegui mais três bruxos saborosos - sibilou o sátiro do diabo que nos pegou, seus cabelos eram desgrenhado e verdes.

- É conseguiu, mas são magros feito gravetos - retrucou o monstro de cabelo azul que mexia na panela.

- Ei! Eu não sou magra desse jeito! - exclamei e me arrependo logo em seguida.

- Ótimo - um sorriso faminto apareceu no de cabelos azuis. - você será a primeira a ser devorada.

- Esquece! Sou magra, magra, magra - respondo tensa.

Os sátiros do diabo voltaram sua atenção para a panela. Eu olhei para Rebekah e notei que só ela estava amordaçada, não entendi isso mas usei ao meu favor. Eu sei fazer feitiços sem precisar de uma varinha, mas por ser apenas uma iniciante eu não conseguia fazer com as mãos amarradas. Mas uma vez minha mãe disse que se você não conseguir pensar numa estratégia é só falar, essa é uma ótima tática de distração, mesmo que seja de um assunto que você já saiba a respostas.

- Então... Vocês comem seus companheiros e carnes de outras espécies?

Malfoy me olha como se eu estivesse louca, e o ignorei. Para minha sorte Kelsi sacou o que eu estava fazendo e sorriu de lado, entrando no jogo.

- Comem outras coisas como... hum... legumes? - ela completa.

- Sim ruiva, carne nos da força da mesma espécie nos fortalecem e de outras é só um aperitivo mesmo. - reponde o Azul.

- Legumes é a única coisa que nos mata, tem uma plantação logo ali - o Verde aponta por cima de seu ombro para uma área mais aberta.

- Hum, interessante. - murmuro e Malfoy continua me olhando descrente. - Vocês moram aqui há muito tempo?

- Bom, não faz muito tempo, fomos jogados aqui logo depois que a batalha contra você-sabe-quem acabou, quando aquele-que-não-deve-ser-nomeado não precisou mais dos nossos serviços. - respondeu o Verde.

- Certo, mas por que você não diz o nome dele? Envés do "apelido" não faz mal algum dizer Voldemort. - comentei.

Um trovão ecoou perto dali fazendo algumas árvores tremerem e os sátiros do diabo se encolheram.

- Quer parar de dizer esse nome! - Kelsi reclama.

- Mas o cara já morreu. - retruco cansada. - E o medo de um nome só faz aumentar o medo da própria coisa.

Kelsi bufa alto e vira o rosto, às vezes ela pode ser bem teimosa. Os sátiros do diabo nos olha interessados.

- Vocês estavam brigando - um do grupo que não havia ainda se pronunciado observou e seu olhos amarelados brilharam. - então por que pararam?

- Elas não es... - Malfoy começa mas eu o interrompo após me lembrar que sátiros do diabo adoram uma desfeita.

- É estávamos, por quê? - espreito os olhos em direção a Kelsi fingindo estar irritada com ela. Mas a garota não parece perceber.

- Podem continuar? Podemos até solta-las. - gritou um do deles e como estava no meio da multidão não pude distinguir qual.

- Claro. - dou de ombros com uma falsa calma, Kelsi que até então estava quieta me olhou confusa.

- O que você esta pensando? - Malfoy sussurra para mim.

- Em algo que provavelmente vai dar muito errado. - digo insegura.

Rebekah deu um gritinho abafado por conta da raiz em sua boca, a olhei em sua direção e a compreensão estampada em sua face, ela fôra a única que já me viu fazendo aquilo antes. O sátiros do diabo de cabelo verde se aproximaram de mim depois de soltar a Kelsi, quando suas mãos frias e cheias de calos começaram a desfazer o nó da corda eu concentrei toda a magia num único ponto da minha mãe e o atingi com um feitiço estuporante, ou pelo tentei, acabei por incendia-lo por completo e quase queimar o Malfoy também.

- Você nos enganou! - berrou o Azul largando a colher de madeira no chão fazendo a grama em volta derreter por conta do líquido.

Me soltei por completo da corda e com um feitiço, que por milagre de certo, desamarrei Rebekah e o Malfoy.

- Qual o plano? - Rebekah pergunta.

- Kelsi você vai pegar os legumes junto com a Rebekah, mas antes peguem suas varinhas, eu fico aqui com o Malfoy para tentar imobiliza-los até vocês voltarem.

Elas concordaram e como nossas varinhas estavam próximas no caminho para a plantação pegaram as delas e eu peguei a minha junto ao Malfoy.

- Preparada? - pergunta para mim.

- Sempre. - respondo com um sorriso.

Os sátiros do diabo atacaram de uma vez, o que não foi uma tática muito inteligente. Eu e Malfoy até que formamos uma boa dupla, petrificando, queimando e afogando as criaturas que depois de segundos voltavam ao normal. Em meio aquela "batalha" sem fim senti uma ardência em meu braço que segurava a varinha e deixei cair a mesma.

- O que foi? - Malfoy pergunta e seus olhos se alargam ao ver aquele líquido da panela queimando minha pele que um dos malditos lançou. - Rose...!

- Estou bem. - menti e minha visão ficou turva.

As meninas voltaram com os uma enorme quantidade de legumes em suas mãos. Eu senti ficar tonta e me sentei no chão, odiava ficar impotente, ser a "dama em perigo" mas também não queria forçar e aquele machucado não estava nada bonito. Depois de todos os sátiros do diabo terem sido vaporizados após comerem a força os legumes as meninas se aproximaram me deram um dos legumes que sobraram.

- Eu não vou comer isso, eu odeio cenoura. - reclamo fraca.

- Pare de frescura e come logo - Rebekah manda quase me forçando a comer.

Dou uma mordida relutante na cenoura e sinto o meu corpo todo de esquentar, minha visão havia voltado ao normal e o queimado em meu braço havia sumido por completo e sem deixar nenhuma marca.

- Como se sente, Weasley? - Malfoy pergunta e noto que ele voltou a me chamar pelo sobrenome.

- Ótima. - disse me levantando.

- Vamos sair daqui, ou você vai persegui mais mutantes canibais? - Rebekah perguntou e eu ri. - É sério, nós temos que voltar para a escola.

- Oh Merlim, Hogwarts! Perdemos as aulas! - falei desesperada caindo na real.

- Fica calma, talvez perdemos só uma aula. - Malfoy disse dando de ombros.

- Para ela ficar calma? Podemos ganhar uma detenção no primeiro dia de aula! - Kelsi exclamou bem alterada.

Eu - já totalmente curada - e as meninas saímos correndo, mas antes eu ouvi o Malfoy murmurar "Corvinais".

Por sorte achar o caminho de volta foi fácil e na clareira nos limpamos com um feitiço. Malfoy apareceu do nosso lado, ele estava limpo e cheirando à colônia masculina, um cheiro prazeroso. Nós quatro mal entramos na escola e fomos barrados pela McGonagall.

- Onde vocês estavam com a cabeça, srtas. Finnig, Morgan, Weasley e sr. Malfoy, cabulando aula para entrar na Floresta Proibida! Da srta. Weasley e do sr. Malfoy eu já esperava que isso ia acontecer, por causa de seus pais que adoravam cabular aula para fazer baderna, mas das srtas. Finnig e Morgan eu não esperava isso, com a linhagem tão comportada. - a diretora olhava brava para nós, que estávamos cabisbaixos - Vou tirar cinco pontos da Ravenclaw e Slytherin por fazerem essa idiotice. Vão para suas salas de aulas sem desviar de seus caminhos.

- Obrigada pais, por entrarem em problemas. - murmurei comigo mesma já distante da diretora.

- Eu digo o mesmo. - Malfoy concorda ao meu lado.

Eu e as meninas entramos na sala de Poções e Scorpius na sala de História da Magia. Não falamos sobre o que aconteceu na Floresta Proibida e nem sobre nada.

A nova geração - Harry PotterWhere stories live. Discover now