17. Escuridão

5.9K 509 168
                                    

- Alguma coisa está te incomodando, afinal ainda não interrompeu o meu falatório. - Beky observa ao se sentar numa poltrona de frente com a lareira da Sala da comunal.

Mordi o meu lábio inferior e fitei as chamas acesas. Eu podia confiar na minha melhor amiga, óbvio, então por que estou tão insegura a contar a ela sobre o que esta acontecendo? Aliás eu mesma quero contar a McGonagall.

- É um segredo... - murmuro e a loira se senta ereta com uma expressão solene.

- Você sabe que pode contar tudo para mim.

- Eu sei, mas o problema é que o segredo não é bem meu... - solto um suspiro longo e começo a contar tudo desde o dia que sai escondida junto com os Marotos de Hogwarts, da conversa que escutamos, das nossas suspeitas e como elas foram afirmadas no dia em que James fôra esfaqueado, e por último, a ameaça na parede. Rebekah escutava tudo com atenção e não interrompeu nenhum momento.

- Isso é muito perigoso, Rosie. - afirma e olha para o teto. - Tem certeza que conseguem lidar com isso sozinhos? Não quero que se machuquem.

- Quando eu e o Fred encontramos a mensagem resolvi contar a diretora, mas você me puxou antes. Duvido muito que meu primo tenha falado algo, ele está com medo de algo acontecer e nós caso o faça. Todos estamos com medo.

- Isso é perigoso. - repete num murmúrio.

- Eu sei, por favor não conte a ninguém sobre o que contei a você.

- Meus lábios estão selados... Até o ponto que que um de vocês se machucar.

- Obrigada. - agradeço me sentando ao seu lado e abraço minha amiga com força.

Ficamos por um tempo assim até uma rajada de frio entrar por uma janela e apagar o fogo. Eu comecei a ter um pressentimento ruim depois disso. Fechei a janela e parecia que algo estava me observando. Não havia ninguém além de mim e da Beky na Sala comunal e realmente estava me incomodando.

- Beky... - chamei - você também esta se sentindo observada?

- Não, por quê?

Um vulto percorreu o local e sumiu atrás de um sofá, Rebekah vem para meu lado com a varinha em punho e juntas nos aproximamos do velho sofá azul com nossas varinhas voltadas a ele.

Nos entreolhamos e do nada o sofá cai em nossa direção, por conta do susto lancei vários feitiços sem olhar para onde atingia e saí correndo da Sala comunal com Rebekah em meus calcanhares.

Não foi muito heróico fazer isso, mas a sensação de ser observada mais aquilo me levou a fazer algo sem pensar. Não me julguem. Ao sair correndo e gritando nos esbarramos em alguém que passava por ali. Felizmente era apenas o Scorpius.

- O que aconteceu? - pergunta me segurando pela cintura.

- Tinha algo lá dentro... - comecei com a voz falhando.

- E praticamente nos atacou! - Rebekah completou se curvando para frente e apoiando suas mãos nos joelhos.

- Esperem aqui, está bem? - Scorpius pede e pega sua varinha.

Por teimosia, e também curiosidade, fomos atrás dele, o sofá continuava tombado e algo se mexia freneticamente debaixo dele. Scorpius levitou o sofá e saiu dali um animal preto e gordo. Rebekah deu um grito e Scorpius pegou a coisa antes dela fugir.

- Uma coruja - revira os olhos - vocês duas estavam fugindo de uma coruja. Já podem ganhar o prêmio de corajosas do ano.

- Por favor né, como se uma coruja fosse tombar esse sofá. - me defendo e cruzo os braços.

- Acho que foram vocês duas que derrubaram enquanto lançavam feitiços a cegas.

A Sala comunal estava totalmente revirada com várias almofadas rasgadas espalhadas pelo chão, Rebekah toma frente e aponta o dedo bem no nariz do loiro.

- Não venha ser sarcástico para cima de nós! Não temos culpa se nos assustamos e - ela se vira para mim - você que veio com o papo de estar sendo observada, o que deixou o clima ainda mais assustador.

- Agora a culpa é minha? - reviro os olhos e a loira põe as mãos em meus ombros.

- Eu não disse isso. - olha para Scorpius - Se livra logo dessa coruja.

Arrumamos a bagunça que fizemos e Scorpius me puxou para um canto afastado dos ouvidos da Rebekah.

- Qual era daquele papo de estar sendo observada? - ele quis saber, e estava preocupado.

- Ah esquece, não era nada, talvez seja consequência do meu cansaço. - respondo.

- Tem certeza?

- Claro.

Scorpius me abraça e escondo meu rosto em seu peito, inspirando seu cheiro que sempre gostei, sempre que ele passava por mim eu tinha a mania de inspirar seu perfume, agora não preciso mais fazer isso aliás, agora posso pegar seus casacos.

- Se forem me deixar segurando vela juro que vomito nos dois. - Rebekah interrompe o momento.

- Você só está assim porque o James não está aqui. - digo e ela revira os olhos enquanto subia as escadas para o dormitório.

- Melhor eu ir para a masmorra da Slytherin senão corro o risco de me pegarem. - Scorpius diz relutando em sair de perto de mim. - Se precisar de algo, ajuda ou até mesmo uma companhia durante a insônia sabe que pode me chamar.

- Está bem. - dou uma risada baixa e ele me beija rápido antes de sair.

Sorrio e mordo meu lábio, subo para o dormitório onde não encontro a loira. Me jogo na minha cama com preguiça de trocar de roupa e adormeci logo em seguida.

Meu sonho começa num corredor escuro, meu único ponto de referência vinha de uma pequena quantidade de luz saindo por uma fresta de baixo de uma porta que não consegui observar os detalhes. Meu sangue corre frio em minhas veias, aquilo não se parecia com um sonho normal ou com sequer um sonho. Tento abrir a porta mas a mesma se encontrava trancada, dei chutes socos e empurrei contar o meu ombro, mas nada.

Olhei para baixo e vi uma chave debaixo da maçaneta. Eu tinha absoluta certeza que ele não estava ali antes, eu teria percebido. Ao passar pela porta me deparei numa sala circular e escura como o breu, mas de onde veio aquela luz?, no centro da sala havia a silhueta de uma cadeira, olhei em volta, não tinha ninguém alí.

Nossa convidada finalmente chegou, hora de começar minha brincadeira favorita: a busca pela prima predileta dos Potter! - Berrou uma voz grossa e apavorante.

Meu coração acelerou freneticamente, não sabia o que estava acontecendo e aquilo me deixou completamente assustada, uma força invisível me puxava até a cadeira, meus punhos e tornozelos foram amarrados.

Umas vozes ditavam meus piores medos e a cada fala uma visão, eu tentava chamar ajuda mas não encontrava minha voz, eu queria chorar mas as lágrimas não saíam, eu queria me mover mas era impossível, estava presa.

Uma luz branca e forte me envolveu bruscamente, eu acordo berrando, que sonho era quele?

Não, não era um sonho. Eu realmente estava naquela sala escura, eu estava amarrada na cadeira, eu clamava por ajuda, mas ninguém me ouvia. Eu estava sozinha naquele lugar assustador.

Onde eu estava? E por que estava alí? A mensagem na parede... Eu contei a Rebekah. Estava sendo punida por isso.

Comecei a suar frio, em meia escuridão notei a presença de um vulto, segundos depois uma dor terrível me atingiu. Alguém me lançou a maldição Cruciatus, não precisa ser um gênio para deduzir aquilo. A dor era imensa que cheguei a desmaiar, a última coisa que vi foi um sorriso maldoso e ouvi a seguintes palavras:

- Se seus amigos seguiram minhas instruções você sairá ilesa, caso contrário sua vida corre perigo, pequena Rose Weasley.

A nova geração - Harry PotterWhere stories live. Discover now