A nova geração - Harry Potter

14. Os "alunos"

A figura encapuzada notou que eu estava o encarando e abriu um sorriso maligno antes de sair correndo.

- O que você queria conversar com a gente? - Teddy pergunta.

- Depois eu explico, vem comigo. - disse já os puxando.

- Para onde? - Fred pergunta se esquivando do meu aperto.

- Só me segue.

Ao sair da ala hospitalar avisto o homem encapuzado entrando em outro corredor. Como eu não pensei nisso antes? Argh! Obriguei os meninos a correrem para eu não perder o homem de vista, ele, depois de várias vezes entrando em corredores, finalmente parou e entrou numa sala, trancando a porta.

- Por que estamos aqui mesmo? - Teddy questiona enquanto recuperava o fôlego.

- Lembra daquela conversa que ouvimos no Três Vassouras, sobre o aluno comensal? - disse me grudando na porta para poder ouvir.

- Sim, e daí? - Fred se apóia nos joelhos.

- Pois bem, eu acho que esse aluno não é bem um aluno, e sim um comensal adulto disfarçado, afinal por que iriam pedir para uma criança fazer o papel que um adultos possa realizar? - expliquei. - Eu queria ouvir o estão falando...

- É faz sentindo - Teddy franze a testa - como chegou nessa conclusão?

Eu estava prestes a responder quando Fred exclama algo e pega duas orelhas de silicone ligadas por uma cordinha.

- Orelhas extra sensíveis, peguei no estoque da loja do meu pai. - explica - Assim podemos ouvir a conversa.

Ele passou uma das orelhas por baixo da porta e com a outra podíamos ouvir com clareza.

- ... quase pego! - reclamou a voz de uma mulher, a mesma voz que ouvi no jardim mais cedo.

- Não fui quase pego, ninguém desconfia de mim Margô. - garantiu a voz masculina que eu também ouvi no jardim.

- Quase não tem mais ingredientes para a poção polisuco, temos que dar um jeito, Will.

- Sim, eu estava quase perto de matar o primogênito dos Potter, mas aquela poção idiota acabou bem na hora, Urgh!, ainda bem que eu fui rápido. - Will disse e um baque surdo ecoou.

- Temos que acabar com isso logo, não aguento mais me passar por uma criança inocente de 11 anos!

- E você acha que eu estou gostando? Temos sorte de nos passar por crianças envés de adolescentes, eu não aguentaria passar pela puberdade de novo!

Os dois riram. Eu e os Marotos nos entreolhamos.

- Temos que acelerar isso. - Margô disse.

- Você bem que poderia ajudar. - Will reclamou. - Eu quase fui pego também porque você não estava vigiando como deveria, aquela loira poderia ter nos visto!

- Eu ajudo, mas não entro em dormitório masculino de jeito nenhum. E como iriamos saber que o menino Potter tinha uma namorada?

Nenhum som foi emitido, eu puxei os Marotos para o fim do corredor e vimos dois adultos saírem da sala e andar discretamente até o andar de cima.

- Então o tal aluno era um adulto usando a poção polisuco... Como McGonagall não notou isso? - Teddy pergunta. - E como você percebeu, Rose?

- Talvez usaram a maldição Imperius para entrar em Hogwarts. - sugeri. - E era isso que eu queria falar com vocês, mais cedo eu ouvi eles conversando na forma de crianças, e deu a entender que o garoto era o comensal.

- E aparentemente são dois comensais. - Fred comenta franzindo a testa.

- Temos que saber qual é a aparência eles estão se passando - avisei -, senão não perderemos fazer nada.

- Mas vai ser difícil, e temos que ser rápidos, não vai demorar muito para atacarem o Albus e algo me diz que dessa vez nada vai os impedir. - Teddy disse.

Balanço a cabeça concordando e ouço passos no corredor, um menino e uma menina usando roupas exageradamente grandes passaram por nós, ele era loiro e tinha olhos pretos, ela era a morena que vi no jardim.

- Ei! - chamei e os dois me olharam assustados.

- Que foi? - pergunta o garoto que tentava disfarçar a voz grossa de adulto.

- Oh desculpe, os confudi. - falei tentando ao máximo memorizar os seus rostos infantis.

Os dois me lançaram olhares atravessados e continuaram seu caminho.

- Acha que eles são os comensais? - Fred pergunta espreitando os olhos.

- É mais que óbvio, não acha? - digo cruzando os braços.

Na manhã seguinte os Potter já tinham ido embora pois havia chegado logo de madrugada, então não tive a oportunidade de dizer oi para meus tios. McGonagall colocou todos os alunos em alerta, e para andarem sempre em grupos e nunca sozinhos.

- Hoje tem prova prática de poções, feitiços e DCAT! - Kelsi comemorou durante o caminho até o Salão principal.

- Eu amo provas práticas, é tão emocionante. - digo sorrindo.

Os alunos que passavam por nós estavam tensos e sempre olhando para os lados, notei também que ninguém mencionava o ocorrido de ontem. Ao passar pelas enormes portas duplas vi que o James já havia recebido alta.

- Não sabia que James já tinha saído da ala hospitalar. - Kelsi comenta.

- Ele saiu ainda de madrugada, e está se achando por conta de toda atenção que está recebendo e também por ter saído vivo. - Beky responde sorrindo.

- Tenho que falar com ele... podem ir andando e deixem alguma coisa para mim. - falei rindo e segui para a mesa da Gryffindor.

- Hey Lily. - cumprimentei minha prima e me sentei ao lado de James - Que bom que você está melhor. - o abraço.

- Bem eu não podia ficar lá para sempre. - James disse sorrindo.

- É claro, é agora está se achando

- James se achando? Que novidade, não? - Lily ironiza e James da um soquinho em seu braço.

- Não está doendo? - pergunto ele nega com a cabeça.

- Nem parece que fui esfaqueado por uma faca enfeitiçada. - ele se aproxima de mim e cochicha em meu ouvido: - Teddy e Fred me disseram que descobriram quem é o aluno comensal e que na verdade é um cara adulto disfarçado.

- Você quer dizer que foi eu quem descobriu. - corrigi.

James sorriu como se aquilo não o interessasse e voltei para minha mesa.

- Ele estava se achando, não é? - Rebekah fala sorrindo.

- Como sempre. - digo me sentando ao seu lado.

Eu não sentia fome então fiquei debruçada na mesa observando meus colegas sorrindo e se divertindo por coisas bobas. Os comensais não saiam da minha cabeça e idéias para pegá-los ficavam batucando o tempo todo, mas não era só fazer isso e pronto... é, ainda tínhamos muito a que nos preocupar.