Capítulo 9.

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POV RAFAELLA

B: Tomara que essa bebida me aqueça um pouco. - Bianca reclamou enquanto usava seus braços para se aquecer.

Tirei a parte de cima do meu terninho sem que a carioca percebesse. Ela teve uma excelente ideia em sair com a parte de cima do biquíni e vir direto para um ambiente refrigerado. Deveria estar marcando uns dezessete graus aqui dentro então era óbvio que em algum momento ela sentiria frio.

R: Toma. - estendi o blazer para a mesma que me olhou confusa. Soltei um leve suspiro e balancei a peça nas mãos. - Você vai se sentir melhor. Não esquenta tanto, mas vai ajudar, isso posso afirmar.

B: Obrigada Rafaella, mas não posso acei-

Revirei os olhos e me aproximei dela ignorando totalmente seu orgulho. Bianca havia me feito entrar e ainda pagou uma fortuna em frutos do mar nesse restaurante caro, então oferecer o blazer a ela seria o mínimo que eu poderia fazer. Joguei a peça pelo seu braço tatuado e a fiz colocá-los nas mangas. Estávamos próximas demais, tanto que eu podia sentir o calor de sua respiração contra meu rosto, um hálito doce pelo drink que ela tomava há alguns minutos. Enquanto eu abotoava a peça para que ela ficasse mais aquecida eu podia sentir meu rosto sendo fitado por seus intensos olhos castanhos. Sabia que ela me olhava, e quando ergui o olhar para encontrar o dela, só tive tempo de desviar de seus lábios que vieram sedentos em minha direção.

R: Bianca! - exclamei assustada.

Pude vê-la soltar uma grande lufada de ar entre os lábios. Ela iria me beijar e minha mente apenas não conseguia entender sua motivação para isso. Havia semana em que eu sentia pequenos flertes em suas palavras, principalmente quando estávamos sozinhas. A pergunta que rondava minha mente era "por que" e "pra que" ela estava agindo dessa forma. A carioca é mundialmente famosa, pode beijar qualquer pessoa que tenha a vida como a dela então não faz sentindo sua cisma comigo.

Eu não conseguia tirar aquele momento da cabeça. Não serei hipócrita em dizer que alguns momentos me peguei pensando em como seria provar seus lábios carnudos, ainda mais a tendo tão perto em muitos momentos. Bianca era linda, esbanjava sensualidade e chamava a atenção. Beijá-la seria um sonho, porém eu pretendo manter os pés no chão pois sei que a realidade é outra. Desde o nascimento de Laura, ter qualquer tipo de relacionamento foi como um tabu em minha vida. Há muito tempo não me sentia desejada e atraente por conta do meu corpo não ser mais o mesmo. E muitas vezes eu me cobria de roupas para disfarças alguns pneus que apareciam em determinados lugares. A maternidade é um sonho vívido em minha vida, mas gerar uma criança nos muda de uma forma gigante, tanto por dentro quanto por fora. Sempre que eu me olhava no espelho podia notar pequenas marcas que a gestão me deixou.

Hoje em dia não me envergonho tanto assim delas, pois são marcas de amor após gerar minha pequena garota e eu faria tudo novamente se fosse preciso. Voltando ao assunto relacionamento, conheci uma mulheres ao longo desses anos e algumas delas não se adequavam a rotina de não poderem me ver todos os dias por conta da minha responsabilidade com Laurinha e outras sumiam repentinamente ao descobrir que eu era mãe de uma criança pequena. Namorar, trocar uns beijos ou quem sabe uma boa transa havia virado algo quase inalcançável para mim. Fazia quase dois anos desde meu último relacionamento informal e eu não sei se estava preparada para uma noite apenas até descobrirem que sou mãe. Bianca não parece ser o tipo de jovem que se apega e eu não tenho mais cabeça para relacionamento de uma noite só.

Balancei a cabeça para espantar tais pensamentos. Era hora de trabalhar e sonhar acordada ficava para outra hora.

POV BIANCA

My Protection (RABIA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora