Capítulo 12.

1.5K 114 26
                                    


Então... 🔥

—————

POV RAFAELLA

A água morna do chuveiro caia relaxando meu corpo da tensão daquela noite longa. Em um milhão de pessoas prováveis, eu acabei caindo de paraquedas na casa de Marcela Mc Gowan. Não rir com ela era quase impossível. Ver que a loira não mudou muita coisa desde os seus dezessete anos me faz pensar se em algum momento dessa estrada eu me perdi em mim mesma.

Fiquei responsável demais, formal demais, careta demais...?

A princípio, eu tive que mudar. Não dá pra continuar sendo uma jovem louca com uma vida crescendo dentro de você. Ok, não que eu fosse louca cem por cento dos meus dias, eu sempre fui uma aluna nota dez mesmo tendo meus poços de insanidade. Mas quando Laur nasceu e eu olhei seu rostinho pela primeira vez, soube que a Rafaella festeira e a Rafaella responsável não poderiam ficar numa luta de espaço pro resto da vida. Sendo assim, apenas uma sobreviveu.

Eu tentava continuar dormindo, acreditando na remota possibilidade daquele choro alto e manhoso ser apenas um sonho. A melodia que se fazia presente em minha vida agora era causada por uma pequena garganta que nem sabia pronunciar a palavra mais básica, porém gritava como se sua vida fosse depender disso.

Por favor... só hoje. Volte a dormir. Eu estou exausta.

Ge: Rafa? - a porta do quarto se abriu me fazendo fechar os olhos com mais força pela luz do corredor. - Laurinha está bem? Cê precisa de ajuda com algo?

R: Hm. - me forcei a levantar. O cansaço era grande, mas o choro estava ficando maior. - Desculpe mãe, estou muito cansada. Que horas são?

Ge: Quase duas da manhã. - mas já? - Tem certeza que não precisa de ajuda com nada?

Afirmei com a cabeça. Minha cara não deveria estar a das melhores, eu estava com olheiras, mal tinha tempo de tomar um banho por mais de dez minutos e tinha que engolir o almoço e o jantar.

Ge: Certo, querida se precisar de alguma coisa, só me chamar. - murmurei um "obrigada" como resposta e ouvi ela fechar a porta.

Laur ainda se esgoelava no berço. Com seus dois meses ela ainda acordava de três e três horas e eu acho que não me preparei para essa parte.

Eu estou falhando em alguma coisa?

R: Hey, baby. - a peguei no colo, dando um cheiro em seu pescoço. - Calma, a mamãe já está aqui. - apoiei sua cabeça no meu ombro, indo em direção à cama. - Teve algum pesadelo? Ou sua fralda tá cheia?

Me sentei na cama com cuidado, a abraçando delicadamente. Acendi o abajur numa luz fraca e pude ver seu rostinho gordinho torcido num biquinho manhoso.

Como é linda...

R: Deixa a mamãe ver... - afastei sua calça de algodão junto da fralda. Sem xixi e cocô. - Cê tá limpinha, meu amor. Ou é cólica ou fome, não é?

Levantei minha blusa, notando que o sutiã estava encharcado. Meus seios estavam explodindo de tanto leite apesar da minha pequena mamar como um leão faminto. Como eu imaginava, Laurinha virou o rosto, abocanhando com tudo meu seio. Durante a madrugada era a hora que ela mais sentia fome, o que garantia que a mesma não foi trocada na maternidade pois esse buraco negro no estômago só Rafaella Kalimann tinha.

Eu amava como seus olhos focavam em mim quando ela estava mamando. Tão pequenos e verdes, parecia um próprio mundo perto dos finos cílios. Acariciei sua mãozinha que repousava no meu seio.

My Protection (RABIA)Where stories live. Discover now