Algo faltando

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Sarah

Meu pai tocou a campainha da casa do meu tio, e nós logo pudemos ouvir os latidos do cachorro dele.

- Hey, Sammy. - meu pai cumprimentou quando a porta foi aberta, sorrindo largamente para o irmão.

- Dean. - o outro exclamou, o abraçando.

Me abaixei para brincar com o pastor alemão que havia vindo nos receber, ganhando várias lambidas no rosto por conta disso.

- Oi, garoto. Sentiu saudades de mim? - perguntei, alisando o pelo de suas costas.

- Aposto que sim. Cachorros reconhecem quando vêem uma cadela.

- Ben! - meu pai repreendeu, fazendo-o ficar quieto.

- Oi, tio. - falei, dando um abraço nele, que foi prontamente retribuído.

Ben fez o mesmo e nós entramos na casa.

Tinham alguns amigos da faculdade do meu tio e alguns colegas de trabalho espalhados pela casa, comemorando o aniversário com ele.

Meu pai e meu tio sumiram casa adentro conversando e deixaram Ben e eu largados na sala.

- Vamos sair de perto desses caras? - Ben perguntou, falando em tom baixo para eles não ouvirem.

- Eu acho uma excelente ideia. - concordei e nos saímos em direção ao quintal.

Sentamos nas cadeiras de madeira que tinham lá, aproveitando os raios de sol da manhã.

Desviei os olhos para minha mão direita, sentindo falta de alguma coisa.

Eu não sabia o que era, mas eu tinha total certeza de que alguma coisa estava faltando.

- Pensando no matador de demônios? - Ben indagou, chamando minha atenção. - Não vai se apaixonar, hein?!

- Aí, não seja ridículo, Benjjy! - ralhei. - Já sentiu que tem alguma coisa faltando em você? Algum pequeno detalhe que faz toda a diferença?

- Não... - respondeu, o cenho franzido. - Você tem se sentido assim ultimamente?

- Não. Sim. Não sei. - bufei, confusa com o que eu mesma havia dito. - É só que... eu sinto que esqueci coisas... Coisas muito importantes. - expliquei. - Você não?

- Não, eu... Acho que não.

- Hum. - concordei, passando as mãos nas costas do cachorro que havia voltado até mim. - Sorte a sua. Tô' me sentindo louca agora.

- Depois de tudo o que passamos acho que não seria surpresa acabarmos loucos. - ri levemente, arrancando um sorriso dele. - Não, é sério. Quantas vezes já fomos sequestrados por caçadores que odeiam nosso avô?

- Perdi a conta. - falei, vendo o cão se deitar aos meus pés, fechando os olhos e tentando dormir.

- Pois é.

- Sabe, isso me lembra aquela vez que fomos sequestrados por vampiros. Eu tinha o quê? Dez anos?

- É, eu tinha doze.

- Os vampiros queriam se alimentar de mim, mas você se ofereceu a fazer o que eles quisessem sob a condição de que eles não podiam tocar em mim. O pai levou três dias para nos achar, e esse foi o tempo em que você alimentou sozinho três vampiros.

- É...

- Nunca te agradeci por ter me protegido.

- Não tem que agradecer. Você é minha irmã mais nova, é o meu trabalho cuidar de você.

Infinity / SupernaturalWhere stories live. Discover now