Operação "Orochi se fudeu". (36)

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Naruto on.

Eu já estive nesse quarto uma centena de vezes nos últimos dois meses, mas tentei imaginar o que Hinata estaria pensando agora. Maria estava deitada de lado na cama, agarrando um travesseiro como se a sua vida dependesse disso, e gemia alto. Yoselin colocava uma toalha molhada sobre a pesta dela e Gisella estava sentada na beirada da cama, esfregando a região lombar de Maria. As únicas outras garotas no quarto eram Deisy e Vanessa, ambas de 12 anos. Elas estavam sentadas muito juntas no sofá, assistindo a um programa na TV, os olhos indo da tela para Maria toda hora. Olhei para Hinata
e indiquei-as com a cabeça. As duas estavam obviamente assustadas. Todas as mulheres ali eram venezuelanas. Não tinham conseguido voltar para casa antes do Natal por causa de alguns problemas com a documentação delas. Mas agora tudo já estava em ordem para que pegassem o avião no dia 27. E, ao que parecia, haveria mais um passageiro.

Kiba pousou sobre a cama o kit de primeiros socorros que levou e foi direto para o banheiro, onde presumi que estivesse lavando as mãos. Perpuntei a Yoselin como Maria estava. Yoselin era a única que falava inglês, por isso serviria de intérprete para nós.

-- Já vi bebês nascerem, Sr. Naruto. Acho que falta bem pouco.

Assenti.

-- Ok. Kiba vai examina-lá em um instante.

Olhei para Maria, que fechava os olhos com força, gemendo de dor.

-- Maria, estamos aqui para ajudá-la a ter seu bebê. Vai dar tudo certo. -- falei

Fiquei me sentindo um idiota ao falar isso. Como caralhos eu sabia se iria mesmo dar tudo certo? Não entendia nada sobre partos.

Eu me virei para Hinata, mas ela já estava sentada no sofá com Deisy e Vanessa. As duas meninas sorriam para ela, que pegou chicletes na bolsa. Ao que parecia, não havia barreira idiomática no que dizia respeito a crianças e chicletes.

Kiba saiu do banheiro e começou a trabalhar, examinando Maria. Cheguei para o lado, pronto para ajudá-lo, se necessário, mas sem querer ficar no seu caminho.

-- Ela está com 10 centímetros de dilatação - disse Kiba depois de um instante. -- O bebê está com a cabeça encaixada. Parece que vai dar tudo certo. Vamos lá! Está comigo, Maria? - perguntou ele.

Maria assentiu com a cabeça, o rosto ainda contraido.

Yoselin e Gisella seguraram as pernas de Maria, uma de cada lado. Maria começou a fazer força. Fui ao banheiro e peguei outro pano úmido e uma pilha de toalhas.

Voltei para o quarto, e agora Maria gritava cada vez que fazia força, enquanto as mulheres contavam em espanhol. Eu me virei para Hinata que estava sentada no sofá com uma menina em cada braço, os rostos das duas pressionados contra o peito dela. Sorri para ela, que me deu um sorrisinho suave de volta.

Vinte minutos mais tarde, depois de um último grito, o choro do bebê preencheu o quarto. Maria caiu para trás no travesseiro.

- É um menino!-anunciou Kiba.

Ele amarrou o cordão umbilical com um fio e cortou o com uma tesourinha. O bebé deu mais alguns berros, então ficou quieto e abriu os olhos, olhando ao redor.

- Seja bem-vindo a esse mundo louco, rapazinho - falou Kiba baixinho.

Olhei para Hinata, que observava Kiba com o cenho franzido, como se estivesse montando um quebra-cabeça. Ela devia estar sentando compreendê-lo. Kiba era mesmo atrevido e mulherengo na maior parte do tempo, mas também tinha um outro lado. O lado que o fazia se colocar em risco pelas mulheres que resgatávamos e o lado que acabou de fazer o parto do bebê de Maria com talento e sensibilidade. Meu amigo provavelmente deixaria alguma mulher muito confusa um dia.

Meu Doce Veneno-NaruHina (Concluída)Where stories live. Discover now