Capítulo 38

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Os dias estavam passando mais rápido do que eu gostaria, e as provas finais já estavam sendo feitas, junto com os montes e montes de trabalhos que faziam a minha cabeça doer de tão insuportáveis. Talvez eu devesse correr para o mais longe possível desse lugar, eu adoro a paisagem de Forks, mais essa escola está me tirando toda a minha saúde mental. E olha que eu não estou nem um mês aqui.

Respirei fundo, e estiquei o meu braço, tocando nas costas de Lyra ainda com os olhos fechados. Seu peito subia e descia conforme a sua respiração, e ela estava quentinha na sua nova caminha. Carlisle tinha dado uma pequena caminha para Lyra, ela se encaixava bem do lado da minha cama.

Senti as pontas dos seus dedos na minha nuca, e eles descendo até o meu ombro. Era quase natural as pequenas cargas de eletricidade que percorriam por minha pele a cada vez que ele me tocava. Era mágico, literalmente, era magia. Circulando, nos envolvendo, me fazendo sorrir, e me aquecendo de dentro para fora.

Respirei fundo, inalando o seu cheiro. Ele era diferente dos outros vampiros, não tinha cheiro de sangue ferro e doce. Era algo só dele que me fazia querer ficar cada vez mais perto do seu corpo.

— Bom dia. — sua voz potente me fez tremer levemente, e sem me importar com nada, me aproximei ainda mais do seu corpo. Ele me envolveu nos seus braços, e me deu um beijo no ombro.

—Bom dia. — respondi me virando para ele, e olhando para os seus olhos dourados. Nunca fui muito fã dessa cor, mais agora? Ela era o sinônimo de perfeição.

E bom, talvez, só talvez, eu estivesse obcecada por eles. Eu estava ficando louca. E Julia com toda certeza iria rir da minha cara.

Revirei os olhos e abri um sorriso para ele.

— Que horas são? — ele não tirou os olhos de mim quando respondeu.

— Você já está atrasada para a aula. — ele abriu um sorriso brincalhão. E desviou os seus olhos dos meus, olhando para Lyra.

Caralho, isso não era nada bom. Eu nunca fui uma pessoa que me atrasava, mais nesses dias as coisas haviam mudado drasticamente. Talvez porque um certo vampiro estava dormindo comigo e tinha pena de me acordar cedo para fazer o básico que é ir para o inferno que alguns chamam carinhosamente de escola. Eu poderia facilmente viver a minha vida sem nunca mais pisar em uma única sala de aula.

Respirei fundo, e abri o boca para xinga-lo, mais nesse instante ouvi um resmungo infantil, e no mesmo instante me virei para o serzinho deitado do meu lado.

Minha estrelinha se espreguiçava e empinava a bundinha para cima. Abri um mínimo sorriso, e fiquei a observando, até aqueles enormes olhos verdes finalmente se abrirem, e se direcionarem para mim. Ela abriu um pequeno sorriso, que só se abriu quando seus olhos pararam em Carlisle. Era incrível como em algumas cotações Lyra gostava mais de Carlisle do que de mim. Principalmente quando se tratava de comida. Minha Hécate. Aquela menina era a gula em carne e osso. E bem, isso é normal para um serzinho tão poderoso como ela.

— Bom dia filha. — murmurrei e ela me respondeu com um muchuchu e se virou de costas para mim, pegando o seu lobinho de pelúcia e se aconchegando em cima dele.

Soltei uma risada me lembrando de Júlia, eu tinha um lembrança, dela bem pequenininha fazendo a mesma coisa, e logo em seguida dormindo de novo.

Bati a mão no colchão e me espreguissei levantando da cama logo em seguida. Carlisle seguiu cada passo meu até o armário, até eu me trocar, e descer as escadas até o primeiro andar.

Parei de supetão quando vi a mesa posto e meu café, junto com um monte de outras coisas em cima da mesa. Abri um sorriso e falei.

— Acho melhor você parar com isso se não quiser que eu fique mal acostumada. — ele se aproximou e deitou a cabeça no meu ombro.

— Temos milhares de anos juntos Andrômeda. Oportunidades para mima-la não vão faltar nunca. — ele sussurrou a última parte como se fosse um segredo. Minha pele se arrepiou com isso, e eu dei um passo para frente. Eu estava praticamente sozinha com Carlisle do meu lado, minha filha ainda estava dormindo, e toda essa tensão no meio de nós dois?

Com toda certeza do mundo eu ia acabar deitada no sofá com ele dentro de mim. O que não seria uma má ideia se boa fosse me atrasar ainda mais para a aula.

Revirei os olhos olhando para os lados. Mais algo me fez parar, um ponto branco no canto da minha visão. Não, um vaso, cheio de rosas brancas. Abri um sorriso.

— Carlisle não precisava. — ele me olhou confuso, e eu apontei para o vaso, seu rosto se fechou no mesmo momento.

— Não são minhas querida. Elas já estavam aí quando eu desci hoje. — franzi o cenho, e me aproximei, vendo um pequeno envelope preto no meio das flores. E o tirei dali confusa.

Arfei e dei um passo para trás quando as flores antes brancas começaram a se transformar.

De amarelo para roxo.

Engoli em seco.

Rosas de bruxa. Rosas mensageiras.

Da calma até o perigo.

Era isso que elas simbolizavam.

Droga, estamos em perigo.

Um Amor, Doutor (Carlisle Cullen)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora