De longe, eu ouvi um resmungo infantil, e de imediato, abri os meus olhos olhando para os lados.
Já era de manhã, eu percebi pela luz que passava pelas frestas da janela. E estava mais frio do que ontem a noite, quando eu cheguei em Forks.
Novamente eu ouvi um resmungo, e pisquei os olhos tentando ao máximo me acostumar com a falta de luz no quarto. E depois de alguns segundos, percebi.
Porra, aonde Lyra tinha se metido?
Respirei fundo, e tentando manter a calma, passei as mãos pela cama de casal, mais a única coisa que eu consegui encontrar, foi os cobertores e algumas roupas que eu tinha jogado em cima da cama por conta da preguiça. E mais nada.
Meu coração se apertou e a angustiada de não saber aonde ela estava começou a crescer. Em um roupance eu levantei da cama, e sem me importar com as coisas que eu derrubei enquanto caminhava, eu liguei o interruptor e me deparei com um desastre.
Pisquei, reprimi os lábios, pisquei novamente. E depois, soltei um suspiro aliviada.
Lyra estava a dois metros do chão, quase colada no teto, e muito perto da lâmpada. Ela estava de barriga para baixo, e olhava para mim com aqueles enormes olhos verdes, e com um enorme sorriso no rosto, como se essa fosse a melhor diversão do mundo. E realmente era, voar era uma das melhores coisas do mundo, principalmente para um bebê de seis meses.
Isso me fez pensar em tudo o que a minha mãe passou com duas crianças controladoras dentro de casa, sozinha, e com seus fortes poderes em desenvolvimento.
Com toda certeza não tinha sido uma tarefa nada fácil para ela. E eu também iria ter muito trabalho com Lyra.
Ela nunca tinha manifestado nada dos seus poderes antes, e eu ainda não sei o porquê de eu não estar gritando a plenos pulmões por ela ter demontrado os seus poderes tão cedo. Talvez porque eu tenha visto a Júlia esplodir uma casa com seus nove meses de vida. Eu tinha três anos na época, mas mesmo assim eu ainda conseguia me lembrar com perfeição daquele dia. E eu agradeço até hoje a ela por ter esplodido a casa.
O monstro estava lá dentro. Com uma faca e os dentes pontiagudos, cheios de sangue. Sangue da minha mãe.
Abri um sorriso quando ela gargalhou balançando os bracinhos e as perninhas gorduchas.
Sim, era para eu estar desesperada tentando a segurar para não cair.
Mas eu com toda certeza não precisava desse desesperado todo. Ela era forte. E eu estava tão orgulhosa da minha pequena!
— Lyra? — a chamei, e ela soltou mais uma gargalhada. — Vamos descer minha pequena? — ela soltou mais uma gargalhada e subiu um pouco mais. — tome cuidado Lyra, vai bater a cabeça no teto desse jeito. — ela soltou outra gargalhada e como o vento, subiu mais um pouco, batendo de leve a cabeça no teto.
Coloquei a mão na boca e segurei o riso quando ela fez um biquinho.
Dei um passo para frente e me conectei com o corpo de Lyra, e segurei o controle, a forçando a ir para baixo. Ela tentava nadar quase desesperadamente para cima, mais eu não soltei o controle, e logo ela estava nos meus braços.
Passei as minhas mãos pelas suas roupas, até constatar o que eu já sabia, seu colar não estava aonde deveria estar, no seu percoço. Olhei em redor e o encontrei jogado no chão perto da cama, e com a corrente quebrada, soltei um palavrão e ouvi Lyra rir de mim.
— Como você conseguiu quebrar uma corrente? — ela me olhou, e por um momento, ficou seria, mais logo em seguida abriu um sorriso. Suspirei, e peguei o colar no chão. — Vamos ter que consertar isso aqui logo se eu quiser levá-la para uma escolinha. — ela fez um bico, como se entendesse o que eu falei. — E você vai se comportar. — ela fechou a cara de vez.
Revirei os olhos, e consertrei um pouco de magia no ouro da correntinha, encurtando ela até virar uma pequena pulseirinha, coloquei no pulso de Lyra, e ela ficou olhando a correntinha por alguns segundos, até tentar tira-la novamente.
Revirei os olhos e abri a porta do meu quarto com ela nos braços, cruzei o corredor, e desci as escadas até o primeiro andar. Não havia nem sinal de alguma alma viva no segundo andar, então eu entrei na cozinha e coloquei Lyra em uma cadeirinha que eu tinha trazido para ela usar.
— Já que você me acordou cedo. Acho que um café da manhã bem caprichado não faria mal a ninguém. Não é mesmo? — perguntei, mesmo sabendo que ela estava muito distraída com um mordedor para me dar bola. Suspirei e comecei o meu trabalho.
Ovos com bacon, panquecas com chocolate, e por último, mais não menos importante: a papinha de maçã e banana da minha bebê.
Quando coloquei o prato na sua frente, pareceu que o pequeno mundinho dela tinha acabado de parar, e a única coisa que importava para ela, era a comida.
Há alguns dias minha irmã tinha dito que isso Lyra tinha puxado de mim.
Respirei fundo.
Que saudades eu estava da minha pequena Electra.
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Um Amor, Doutor (Carlisle Cullen)
FanfictionLucy Andrômeda Swan Lucy Swan é uma dominadora. Seres sobrenaturais que conseguem dominar a matéria. Depois de engravidar e acabar descobrindo que seu namorado não era quem dizia ser. Ela resolve ir junto com a sua filha para a casa do tio. Charl...