8- A Badalada

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Fiquei claramente contente com a ideia de que tinha uma habilidade. Quando nos separamos no refeitório me tranquei no quarto até a hora depois do toque de recolher. Entretanto, antes disso, tentei usar o poder de Erdogan. Peguei a adaga e enfiei na minha coxa para ver se atravessava, mas a única coisa que consegui com isso foi estragar a minha calça e me cortar.

O ferimento cicatrizara de imediato. Tentei atravessar a porta do banheiro, a gaveta do armário com a mão e nada.

- O que você está fazendo? - perguntou uma figura que apareceu do nada no quarto.

- Oi, Sema. Que bom ver você. Estava só tentando me descontrair. Não tente me entender, vai por mim.

Sem falar nada se despiu e foi para o banho. Segurei a minha calça e reparei no corte; eu tinha uma estranha capacidade de fazer borradas ao tentar fazer algo bom: como tentar fazer um corte de cabelo bonito e acabar por cortar errado e me arrepender depois. Desisti da ideia de tentar e guardei a arma. Enquanto isso reli a carta que encontrara no Códex: "Olhos da Lua... Eu sou você e você sou eu... eles estão vindo atrás de mim, mataram ele, essa foi a penúltima vez. Eles virão atrás de você também... Não confie em nenhum professor ou monitor, ...principalmente o Demonstração. ...se estiver gostando de alguém, pare!"

"Aylla, para, para..." - ecoou uma voz em meus ouvidos.

"Olhos da Lua..." - até então esse nome me intrigava. O que tinham os professores e monitores? Bom, o professor Hossi nem precisava me indagar sobre ele, aparentemente eram poucos os vampiros que iam com a cara dele.

Quase tudo nessa carta não fazia o menor sentido para mim, porém, algumas coisas me eram familiares. Então pensei em fazer pesquisas por mim mesma além da vistoria da academia com os meus amigos. Se realmente teve alguém com o mesmo sobrenome que o meu eu queria saber quem era, talvez fosse um antepassado meu ou coisa do gênero, ou é só paranóia minha mesmo. Contudo, aceitaria que era só uma mera pessoa com o mesmo sobrenome que o meu, e que deixara uma carta para uma parente e que esta não a encontrara. Entretanto, o que me instigava a querer saber mais sobre isso era que comecei a suspeitar que isso tinha ligação com a pessoa que a professora Samia e a Dra. perguntaram se tinha parentesco comigo. Isso me deu a entender que agora que tínhamos aparência similar como dissera a Dra., o que sustentava o fato de que poderia talvez ter sido mesmo minha parente.

Até aqui Sema já tinha se deitado com os fones e apagado a luz. Guardei o envelope e olhei as horas: 23h50mn. Saí porta fora. Encontrei todos no canto em que Aslan e eu nos escondemos da outra vez junto a porta "proibida".

- E-e-eu acho uma má ideia, va-va-vamos embora - Osman mordia as unhas. Deu meia volta temeroso para se retirar.

Erdogan segurou ele por trás e o arrastou de volta para junto de nós.

- Deixa de ser medricas. - sussurrou.

- A porta está trancada a chave. - Karli anunciou após examinar.

- Eu consigo abrir. - falou Beyhan fitando os olhos na fechadura.

- Ou podemos fazer isso. - Erdogan pegou Osman no ombro e juntos passaram através da porta. Ele colocara a cabeça por fora e nos dera as mãos. Seguramos umas nas outras tocando a mão dele e passamos também.

Estávamos agora num espaço escuro. Karli usara sua fotocinese nas palmas espargindo todo o brilho na sala toda, quadrada com duas portas em cada lado.

ARCONTES - Livro 2Where stories live. Discover now