3- Demonstração

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— O que acham se fôssemos dar uma volta pela academia? Explorar um pouco. — sugeri.

    Eles se entreolharam, Beyhan e Erdogan concordaram.

— Me-meu irmão disse que aqui não gostam dos bisbilhoteiros.

— Nós não vamos bisbilhotar, só vamos... Dar uma volta. Topa ou não?

    Medroso! Ficou pensando por segundos.

— Está bem. Va-va-vamos. — todos deram os últimos goles nas suas bebidas e partimos.

         Ao sair do refeitório, encontrava-se um pequeno corredor com duas saídas, uma à esquerda e outra à direita. Beyhan sugeriu que fôssemos pela direita, eram ainda 11 horas, então tínhamos mais quatro horas para vistoriar o máximo possível antes da aula de Demostração. Saimos no fim do corredor e aparecemos no centro no átrio, no lado direito estava a porta de entrada. A esquerda estavam os degraus que levavam para o andar de cima, uma escada para a direita outra para à esquerda. Lá ficavam os dormitórios, todo o rés do chão era constituído por salas, a saber, o refeitório, a sala de educação física, e mais outras salas que descartamos a vistoria por hora. Subimos as escadas enquanto admiravamos os balaústres, lustres, a decoração antiga. Nos encontrávamos no final dos degraus, à frente tinha um corredor, que provavelmente levava aos dormitórios, à esquerda uma única porta tanto como à direita. Corri até a porta da direita.

— Ei, vo-volte aqui. — sussurou o menino dos... Osman. — aí diz para não entrar.

— Eu sei ler, se ninguém pode entrar então por que tem pegadas aqui? — falei baixinho.

— Não questione, volte aqui, eu não vou ser castigada logo no segundo dia por sua causa. — Beyhan falou temerosa. — Essas pegadas devem ser da faxineira.

         Dei de ombros e seguimos caminho, mas antes de irmos para o corredor voltei para espreitar a porta do outro lado e Beyhan me puxou pelo braço. Ficamos espreitando pelas portas todas do corredor, eram dormitórios masculinos, no final tinha outro corredor  que fazia o cruzamento da cruz, porém à frente era barrada por uma porta, em cima dizia ser a área feminina. Pela esquerda e direita era a área dos rapazes.

— Olhem, tem uma escada ali. Para onde vai dar? — perguntou Erdogan.

— Para o terceiro andar. — respondi olhando. — Vamos.

— Por Decimus, se formos pegos vamos ser castigados. — Beyhan insistiu a olhar em volta. — Você não tem nenhum senso de perigo, não é mesmo?

— E-eu não quero ser castigado. — disse Osman temeroso. — Os castigos daqui s-são terríveis.

— E vocês não têm nenhum senso de aventura. — retruquei. — E não tem nada que possa ser mais terrível que o sol ou uma estaca no coração para você.

— Ela tem razão. — Erdogan concordou. — É só uma vista de olhos.

— Viram? — falei e bati na mão dele.

— Vocês são os dois inconsequentes isso sim. — falou Beyhan levando a mão a cabeça. 

— Ei, o que estão fazendo aqui? Voltem para o refeitório. — um dos monitores vinha na nossa direção. Aproveitamos a deixa  e saímos "voando" dali para o refeitório. No entanto, algo me chamou atenção na passagem de volta. Ouvi o barulho de madeira a escancarar, como quando alguém pisa num chão de madeira e, outra coisa foi que tive a impressão de ter sentido uma brisa quente tocar a minha pele. Isso era outra coisa estranha em mim que eu nunca compreendi, o meu corpo era tanto frio como quente. Chegamos ao refeitório, começava a ficar cada vez com menos pessoas. Faltava pouco para o horário da primeira aula, então todo mundo se dirigia antecipadamente para o campo.

ARCONTES - Livro 2Where stories live. Discover now