11- Procurando Respostas

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Eu esperava atingir o chão e sentir o máximo de dor possível do impacto... No processo da queda não tive sequer tempo de pensar em me equilibrar para cair em pé, mas, quando me dei conta, não estava no chão.

       Olhei para cima, e encontrei os olhos vermelhos como sangue e reluzentes como uma joia posta ao sol... Aslan?! — meditei ao sentir os seus braços que me seguravam.

— Você está bem? — perguntou num tom suave.

Fiz que sim.

— Me coloca no chão, por favor. — pedi parecendo tímida. O olhar analítico dele passeou o meu rosto por segundos. Foi estranho e constrangedor.

“Estava eu algures em cima do terraço, numa era que desconheço; nele estava uma garota bela que trajava um longo vestido com os braços nús. Seus olhos resplandecenciam por conta da noite. Veio um garoto, da mesma altura que eu, de longos cabelos escuros e olhos amarelos.

     — O que faz aqui? — perguntou o rapaz, e afagou o rosto da garota.

— Apanhar ar. — respondeu a menina”
   
  Abanei a cabeça e percebi que ainda estava nos braços de Aslan.

— Eu disse para me colocar no chão. — falei imperativa para ele.

       Sem dificuldades obedeceu. Endireitei a camiseta, olhei para cima e depois para ele.

— É sempre grossa assim com todo mundo ou só comigo? — Aslan perguntou inclinando a cabeça para o lado.

           Grossa! Isso doeu. Grossa eu não era, bom, talvez eu sim, mas só um pouquinho e... às vezes. Principalmente com quem parecia ter a habilidade nata de me irritar como ele fazia. Quando isso acontecia a grosseria era involuntariamente ativada. Abaixei os olhos e me voltei para ir embora.

— Não esqueceu de nada? — indagou. Retrai os passos. — Ah, muito obrigada, Aslan. Por usar seus braços maravilhosos para me salvar de uma queda.

Sorri daquelas palavras me lembrando de Erdogan. Voltei para ele.

— Era uma vez a minha crença em você. — declarei.

— De que crença está falando? — caminhou até mais perto de mim.

— De que você seria o único Varloc que não fosse convencido. Vi que estava errada. — sorriu de leve até exibir seus dentes, um sorriso bonito para alguém como ele. Não que fosse feio. — De qualquer modo... Obrigada, por nada. — por ter me ajudado. Era o que eu quis dizer.

            Dei as costas e continuei a minha caminhada adentro da academia. Ao virar para o lado notei a presença dele.

— O que estava fazendo lá em cima? O que fez você cair? — Levou as mãos aos bolsos.

    A capacidade de analisar os outros me concedera a habilidade de dar respostas rápidas caso fossem mentiras. Mas não garantia a credibilidade das mesmas. 

— Estava conversando com a minha mãe no celular, me descuidei, escorreguei e caí.

— Você mente mal. Na parte de ter escorregado.

Olhei para ele de testa franzida. Essa é uma prova de que a verdade doi.

— Por que acha que menti? — quis saber.

— Seu coração acelerou um pouco quando disse que escorregou. Ninguém fica nervoso ao dizer a verdade, a menos que esteja se declarando a alguém.

— E você sabe disso porque...? — incitei.

— Não te interessa. — retorquiu.

— Nossa! Depois eu que sou grossa.

ARCONTES - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora