12- Sentimentos Desconhecidos

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— Acho que isto aqui é mais uma sala de lazer do que um lugar para guardar arquivos mortos. — observou o meu amigo.

— Penso que eles ficam aqui descontraindo quando não estão dando aula. — reparei os armários, gavetas e livros que aí estavam. — Nada!

Sentei numa das cadeiras decepcionada. Esperava mesmo poder encontrar alguma coisa ali.

— Será que guardam nalgum computador? — questionei.

Erdogan permanecera em pé.

— Na idade da pedra não tinha tecnologia. De certo que todos documentos antigos são só papeis mesmo. Eu acho que eles só começaram a computadorizar essas coisas a partir dos anos 1900.

— Mas não descartamos a possibilidade de que talvez tenham alguns de antes do século vinte no computador.

Me debrucei na mesa e ele no encosto da cadeira à frente da minha.

— E onde está esse computador? No escritório da diretora ou no dá professora Roselyn?

— Não vi computador no escritório da professora Roselyn. Espere aí, onde fica a secretária daqui?

— Está perguntando para mim? — deu de ombros intrigado tanto quanto eu. Até o momento não tínhamos visto nenhum indício de onde seria a secretaria. — Eu também não faço ideia. Talvez seja a Rodelyn.

De repente, ouvimos um "taque", como o som de uma alavanca sendo pressionada.

— Vem aí alguém! — declarei sussurrante.

       Rapidamente o menino apagara a luz deixando-nos mergulhados na escuridão quando a porta automaticamente fora aberta. Sabíamos que era inútil nos escondermos no escuro considerando o fator "visão apurada" que tínhamos. Encolhemo-nos atrás de uma saliência que tinha na parede que ficava longe da visão de quem entrasse.

— Eu acendo a luz. — disse uma voz masculina.

“Emir?!” — meditei.

— A diretora avisou que ele chegaria hoje. Mas acho que houve algum problema com o vôo dele para Londres. — falou a professora Samia.

      Permanecemos aí a ouvir a conversa deles em silêncio. A luz fora acesa. Olhei para os olhos do meu amigo e fiz sinal de silêncio para ele. Acenara em concordância.

— Coitados dos meus morceguinhos. Agora vão ter que ficar mais um dia sem ter que sair para fora durante o dia.

— Por mim, esses pestinhas ficariam o ano inteiro nos dormitórios. Só saíam para as aulas e treinos. Fazem barulho demais.

Esse certamente era o Ogro. Reconheceria a grosseria dele até de nariz e olhos tampados.

— Você é muito insensível com eles. Muitos deles são só adolescentes ainda. Você sabe que adolescente odeia ficar parado e quieto. — falou Roselyn. — vou buscar a bebida, já volto.

        Bebida?! — isso se revelara ser um problema, quando eu e o meu amigo olhamos para a nossa destra, lá estava a mesinha, e sobre ela, um recipiente de vidro transparente com o liquido vermelho. Ouvimos os passos sonoros da professora se aproximar da nossa presença, foi aí que Erdogan segurara meu ombro e me puxara para dentro de outra sala. Saímos dali correndo através das paredes até o laboratório. De seguida espreitamos pela porta, e quando percebemos que não tinha ninguém por perto, esgueiramo-nos para fora dali.
      
     Eu não era do tipo que desistia fácil quando o assunto era de suma importância para mim, o fato de não ter encontrado nada no escritório de Roselyn, significava que o que procurávamos jazia noutro lugar. Decerto que não seria nos computadores por sere documentação de séculos atrás. Então só havia uma solução: continuar a procura. Se realmente essas pessoas são da minha família, eu tinha que saber, porque, de certo modo, eu começava a acreditar que eram mesmo, e que Azra me escondia mais coisas do que podia imaginar. Nunca conheci o meu pai. Segundo ela, ele fora morto pelos Negromantes pouco antes de eu ter nascido, e que a casa em que moravam foram incendiada por eles, daí a razão de não existir retratos dele, uma história originalmente bem planejada que fazia sentido dos pés a cabeça, de tal maneira que não me deixaria curiosa por querer saber mais e outros porquês.

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⏰ Última actualización: Oct 03, 2021 ⏰

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