2- Dia dos Testes Iniciais

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Quando saímos do campo de Educação Física fomos nos espalhando pela Academia inteira. Curiosamente Beyhan e o menino dos óculos cujo o nome esqueci 15 minutos depois conheciam algumas partes da academia como se já lá tivessem estado antes, perguntei e disseram que sim, eles tinham irmãos mais velhos que também passaram por ali e, às vezes eram permitida as visitas; Caminhamos juntos por todos os cantos, eles mostraram-me o refeitório, isso era outra coisa que me faria ser vista como uma aberração. De seguida foi a sala de ping-pong e sinuca. Depois me levaram para a biblioteca, que foi o lugar que mais me chamou atenção.

       Paramos na secção três, fila número dois. Fiquei a olhar os livros, esperava encontrar apenas livros de autores da espécie, o que claramente seria entediante, mas não foi, tinha obras de variados autores e gêneros. Outros eram de poesias, história. Alguns eu já tinha lido, principalmente os de história da origem da espécie e sua evolução.

— Vejo que gosta de livros também. — Falei para o menino dos óculos. Ele olhava para os livros com o mesmo olhar que alguém olha para a namorada, ou namorado, do mesmo jeito que eu olhava, não que eu soubesse alguma coisa sobre olhar para o namorado.

       Ele esboçou um sorriso agradável. Até que achei um pouco bonitinho. Bo-ni-ti-nho. Além de bobo também.

— Si-sim. Eu gosto bastante de ler. — replicou sem tirar os olhos da estante.

        Beyhan parecia estar mais interessada em livros sobre os diferentes tipos de sangue, cada um tinha um sabor único e específico, podendo, assim, ser identificados só pelo paladar. Aquele livro também já tinha estudado, Azra tinha um exemplar em casa. Me ocorreu perguntar qual o gênero preferido dos óculos, mas sacudi a cabeça e expulsei esse pensamento da minha mente, às vezes as pessoas se incomodavam por eu perguntar demais. No entanto, ele me surpreendeu ao se voltar para mim e ter feito a pergunta que eu me neguei a fazer.

— Qual o seu gênero preferido? — perguntou com um livro sobre como são os vampiros antigos e mais antigos.

— Quase todos que tenham romances. História e tantos outros. E vocês têm um? — Beyhan se aproximou de onde estávamos, então perguntei aos dois.

— E-eu prefiro ma-mais os de-de história e mat-matemática. Sabiam que se a-a espécie continuasse a ev-evoluir possivelmente nasceriam vampiros com 90℅ de genes humanos ou mesmo até possivelmente 100℅ humano?

— E como você sabe disso? — Beyhan quis saber.

    Ele ajeitou os óculos para cima.

— É-é só uma teoria qu-que eu criei com base n-nas minhas def-deficiências.

— Ah, entendi. Ei, o que está olhando? — Beyhan perguntou quando percebeu que eu estava distraída ola olhar para os guias dos outros alunos, eram todos veteranos.

     Virei e perguntei:

— Por que eles estão com as mesmas roupas? — Todos eles jaziam vestidos com calças e saias de cores diferentes, porém tinham camisetas  de cor azul escuro com o emblema da academia, era uma serpente enrolada num braço de punhos fechados com sangue escorrendo da palma; a cobra simboliza a cura instantânea dos vampiros, o punho representa os poderes e a força, já o sangue a nossa existência e a imortalidade. Outros deles tinham em cima das camisetas jaquetas, até mesmo sobretudo.
   
— Todos os veteranos são praticamente já crescidos, só falta terminar e sairem daqui. Eles serão os nossos Geminis. — explicou Beyhan cruzando os braços.

— A leiga aqui não sabe o que são Geminis.

— Ba-basicamente serão nossos in-instrutores. — O menino dos óculos devolveu o livro que tinha na mão a e continuamos a caminhada para fora da academia. — A cada um de nós é designado um Gemini. Ele será responsável pelo nosso desenvolvimento na academia.

ARCONTES - Livro 2Where stories live. Discover now