Capitulo 5

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Pov Percy

Rio Flegetonte.

É isso o que avisto ao subir uma pequena colina depois da praia de cacos de vidro e água que lamenta.

O frio que sentia passou e deu lugar à um calor literalmente infernal. Meus braços estão cheios de bolhas e provavelmente meu corpo todo estará em breve. Mas felizmente, esse rio funciona como o néctar e ambrosia do Mundo Inferior, e para se curar é preciso apenas beber um pouco do seu líquido.

O único problema é que ele é feito de fogo e não são muitas lendas que confirmam que ele é um rio de cura.

Eu preciso fazer isso se quiser sobreviver e vencer Gaia. Os portões precisam ser fechados e eu preciso fechar. Mas beber fogo não é muito convidativo.

Contudo, eu preciso sobreviver se quiser reencontrar Annabeth. E sobreviver inclui não morrer de queimadura.

Flegetonte esta a minha frente. Eu posso me queimar com o fogo dele? Não lembro de ler algo sobre. Uma rápida olhada em minha volta me indica que só tenho as mãos para usar de copo.

    Leo seria de boa utilidade agora.

    Preciso reunir pensamentos do porquê eu estar fazendo isso. Rapidamente me abaixo e pego um pouco com as mãos em concha, de forma impulsiva, bebendo o fogo antes que perca a coragem.

A princípio acho bem melhor do que esperei: minhas mãos não pegaram fogo e nem se abriram em carne, não cheiro a carne chamuscada. Mas é claro que fica muito ruim em um segundo.

    A sensação é de beber uma água fervente mas um milhão de vezes pior. Sinto meu nariz se encher de chamas líquidas, minha boca sendo frita. Meus olhos não param de lacrimejar lágrimas ferventes e todos os meus poros do corpo pipocam.

Caio, vomitando e tremendo.

Alguns segundos de agonia, e a dor passa. Respiro fundo me sentando. As bolhas em meu braço começam a sumir e sinto meu corpo um pouco menos quente. Definitivamente uma experiência ruim, mas pelo menos, não morri ainda.

Preciso agradecer Annabeth por ter me obrigado a aprender sobre o Tártaro mais tarde.

    O Rio que pode curar não é tão bom contra a sede, mas ajuda um pouco. Porém, seu efeito contra a fome. A quanto tempo não como algo?

   A fome se instala em meu corpo, e sinto uma onda de fadiga. Não tem nada aqui para eu comer. Mesmo estando no hospital e morada de monstros, vou morrer de fome? A ideia nunca me passou pela cabeça.

    Pular no Tártaro também não, na verdade.

Mas a fadiga passa tão rápido quanto chegou quando escuto um sussurro de conversa, pouco atrás de mim. Imediatamente me escondo; não estou em condições de luta rápida e muito menos tenho vontade de algo assim. O melhor é esperar que passem sem sentirem meu cheiro, o que é meio difícil pra um filho de Poseidon. Que a sorte esteja ao meu lado.

O sussurro aumenta até deixar de ser sussurro. Pelas vozes, conto meia dúzia. Eu conheço uma dessas vozes. Me é familiar e me traz uma sensação nostálgica de raiva...

Os monstros chegam perto e finalmente entendo: são todas empousai, e, com toda a sorte que tenho, uma ja tentou me matar.

Kelli.

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