Capítulo 15

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Olha eu aqui, passando pra dizer que você é um ser extraordinário, o universo tem sorte em ter você aqui!
Ah, boa leitura!

Cecília

No dia seguinte nós não falamos sobre o ocorrido em seu quarto, eu não sabia se deveria saber de quem era todo aquele sangue, mas constatei que não era de Theodor, mesmo os nós dos seus dedos machucados não jorrariam tanto sangue.

Theodor passou o dia ausente, apenas a noite é que ele veio ao meu quarto, já era tarde da noite e ele apenas me abraçou, me beijou e dormiu, parecia exausto.

Era chegado o dia da viagem, meus nervos estavam a flor da pele. Theodor parecia alheio ao meu nervosismo. Me acordou às três horas da madrugada, ele estava animado ou parecia estar.

Saímos às quatro horas, ainda estava escuro, haviam dois carros com os seus capangas nos seguindo e mais dois carros a nossa frente, achei estranho porque não lembro de ver toda essa segurança na outra vez que saímos.

Estávamos entrando por uma zona rural. Então estávamos cercados por mata, um caminho estreito, alguns galhos batiam nos vidros me tomando por sobressaltos de susto.

— estamos chegando.

Theodor falou, ele segurava minha mão, estávamos sentados nos assentos de trás. Hernandes e outro homem estavam sentados na frente.

— no aeroporto? Parece mais um lugar abandonado, porque viemos por esse caminho?

— medidas de segurança, nada com que precise se preocupar.

Então ele beijou o topo da minha cabeça.

O dia já começava a clarear quando os carros pararam em um campo extenso de terra batida.

Havia um jatinho a nossa espera, Theodor me ajudou a sair do carro, ele me guiou até os degraus e me ajudou a subir. Sentamos nos assentos perto da cabine, Theodor afivelou meu cinto e depois afivelou o seu próprio.

— é por pouco tempo.

Ele falou e logo a aeronave começou a se mover, não foi uma decolagem nada sútil, mas depois de alguns minutos a aeronave estabilizou. Theodor retirou o seu cinto e se virou para mim.

— vou só resolver um assunto com Hernandes, volto logo, precisa de alguma coisa? Está com fome?

Neguei com um movimento de cabeça.

Theodor direcionou seu olhar para meus lábios antes de me beijar.

Sozinha em meu assento pude raciocinar sobre como iria ser na casa dos meus pais. Claro que eu já tinha pensado sobre, mas a realidade de que estava bem perto de acontecer me deixou ainda mais nervosa. Theodor estava levando Hernandes e mais quatro capangas com ele. Meus pais eram minha única preocupação. E se algo desse errado, e se eles descobrissem alguma coisa, caramba, eles não eram burros.
De repente imagens de Theodor machucando meus pais, ou pior, atirando em suas cabeças me deixou desesperada, tentei mudar o foco dos pensamentos, mas estava lá, meus pais estariam mortos em segundos tudo por minha causa. Eu estava suando frio, meus ouvidos ficaram abafados, de repente eu estava sufocando com medo do que poderia acontecer.

Tentei desafivelar meu cinto, estava sem ar, mas não encontrava o botão, minhas mãos estavam pegajosas. Então meus braços começaram a pesar. Controlei minha respiração, eu tentei, Theodor apareceu em minha visão periférica.

— porra!

Ele parecia preocupado. Theodor desafivelou meu cinto, Tocou minha testa, então trouxe ambas as mãos para a lateral do meu rosto.

Aprisionando PássarosWhere stories live. Discover now