Aprisionando Pássaros

Capítulo 40

Oi, como vocês estão?
Amores, tem vezes que demoro a postar porque fico sobrecarregada entre trabalho, casa, família... Também tem o fator da criatividade, as vezes tenho uns bloqueios criativos e não gosto de escrever por escrever. Respeito muito vocês para entregar qualquer coisa.
No mais, espero que gostem desse capítulo. Um beijão ❤️

Theodor

— você não pode estar falando sério.

Precisei me concentrar em sua expressão, Cecília parecia firme em cada palavra, mas eu me negava a acreditar.

— eu estou, e tem mais - meus instintos me diziam que eu não ia gostar do que viria a seguir — eu quero o divórcio.

— isso não vai acontecer.

Inferno. Isso doía pra caralho, meus olhos ardiam e eu estava sentindo ânsia de vômito, reações nunca sentidas antes, eu estava doente.

Cecília se moveu na cama, ela se levantou indo em direção a porta do quarto.

— eu já esperava por isso, de qualquer forma, é o que eu quero. Só queria que você soubesse onde meus pensamentos estão, não quero que você continue achando que tem direitos sobre mim.

Cecília abriu a porta, um gesto claro de que estava me expulsando. Eu não conseguia formular uma frase, eu estava sem ação, definitivamente, eu estava perdido. Olhei em seus olhos, eles sempre foram expressivos, mas não havia nada além de indiferença, porra, eu estava desesperado.

— você está com raiva, eu entendo, mas essa não pode ser sua decisão final - caminhei em sua direção, ela se manteve agarrada a porta — amor, olhe nos meus olhos - ela olhou, não sei o que ela viu neles, mas sua expressão caiu por alguns segundos, eu devia estar uma merda, mas eu não dava a mínima, eu gostaria de estar chorando cachoeiras de lágrimas se isso fizesse Cecília mudar seus planos — você ainda me ama?

— isso não muda nada, não importa...

— responda a minha pergunta, por favor.

Ela sorriu sem humor, então deixou escapar um segundo de fragilidade.

— não importa o quanto eu te ame, isso não muda meus planos, na verdade, eu nunca deveria ter te amado pra começo de conversa, mas por algum motivo aconteceu e por um tempo eu achei que você também me amasse...

— você, não duvide do que eu sinto, porra.

Falei nervoso, ela fez um movimento negativo com a cabeça.

— não, você acha que ama, mas o que você sente é algo doentio e eu achei sinceramente que você poderia ser um homem normal, com sentimentos normais, mas pelo amor de Deus, você é Theodor, o chefe do crime, capaz de matar sem remorsos, matar por motivos idiotas ou sem motivos, por que eu pensei que você poderia ser diferente comigo? Eu estive cega, cega em uma ilusão de falsa perfeição, você é muito bom em manipular pessoas, você é um ótimo mentiroso, mas a venda caiu, eu vejo você, eu não quero te amar e eu vou fazer de tudo pra matar esse sentimento dentro de mim.

Tentei controlar meu gênio, tentei me manter calmo e eu deveria ter saído por aquela porta, esperado um momento oportuno para conversar com Cecília, mas eu não me contive.

— nem fodendo. Você vai esfriar a cabeça e amanhã nós conversamos.

— estou falando o que eu sinto e você não vai ignorar isso, não dessa vez, seu louco psicopata!

Ótimo, ela estava alterando o tom da voz, isso mesmo amor, fique com raiva.
Sua raiva te mantém em um nível próximo a paixão, isso é mil vezes melhor.