Family Lovers- O recomeço

O passado bate a porta Part.1

Os dias que se seguiram foram agitados na mansão, eu ia de um lado para outro entre os quartos para ver como estavam todos. Ethan já recuperado me dizia o que fazer para trocar os curativos e precisei ir a farmácia cidade algumas vezes para comprar ataduras e tudo mais que fosse necessário, em uma das minhas idas até lá acabei por encontrar o Loic que estava de visita na casa de seus parentes, era compreensível que tendo família ele não podia desaparecer por completo, então vez ou outra ele ia visitava com a permissão do Ivan para não levantar suspeitas.

Aí fim de 8 dias todos estavam curados e contentes. Vladimir mesmo com a capa teve lesões com os raios de Lua que o haviam atingido mas as marcas desapareceram por inteiro, Beliath feliz por se olhar no espelho sem nenhuma cicatriz estava sendo o galanteador de sempre, Ivan e Aaron tiveram alguns arranhões nada grave é verdade, mas mantivemos o cuidado de higienizar e limpar conforme as orientações do Ethan e por fim Raphael que também teve ferimentos alguns até profundos voltava a sua rotina e seus poemas de amor.

Tudo corria bem para eles e em uma reunião casual entre o grupo Leandra, Loic e eu fomos convidados a estar presente. Não entendia o motivo de reunir a todos, mas Vladimir fez questão de agradecer pela ajuda e colaboração na recuperação de cada um.

Leandra estranhamente me agradeceu por não ter abandonado seu irmão e Beliath do seu jeito sedutor me dispensou seus elogios. Até o Ethan para surpresa de todos fez honrosas mensões ao Ivan e a mim por tê-lo ajudado.

* Raphael se pronunciou*

- Eloise, creio falar por todos os presentes, quando digo que você era o elo que faltava para completar a corrente da nossa amizade. Estavamos separados e dispersos é verdade e sua ausência levou embora muito da alegria que havia aqui, as circunstâncias que a trouxeram até aqui não foram as melhores, porém, você retornou e todo nosso grupo se tornou completo novamente, muito obrigado!

- Não sou de concordar com o Raphael minha linda, mas, ele disse a verdade. Você não mediu esforços em vir né ajudar e graças a sua estão todos reunidos e eu te devo minha vida, obrigado!

* Todos em união gritaram*

- VIVA ELOISE VIVA!!!!!

Eu fiquei sem fala, achei que não teria mais lugar entre eles, mas, me enganei, as palavras do Vladimir ao dizer que este sempre seria meu lar e que está também era minha família me fizeram transbordar de felicidade.

Com a mansão em paz eu tinha uma pendência a resolver,papai Fernando havia ficado sozinho e Ivan precisava saber de tudo. Depois dos dias de caos que passamos era hora de esclarecer tudo, nossa conversa foi longa e muitas decisões precisavam ser tomadas.

Ivan me informou que sua ligação com o Loic foi esclarecido como vampiro e seu calice que era seu amigo de longa data. Loic para minha surpresa era sobrinha de Natalia a dona do clube de tiros e madrinha de Melanie, foi lá na cidade vizinha que eles se conheceram e após a morte da senhora Ivana eles se tornaram muito próximos.

- Ivan eu não sei se você já descobriu, mas quando sai da mansão acabei indo parar na alfaiataria da sua família e trabalhando para o seu...bom...o nosso pai.

- Nosso pai?

- Sim! Eu me acostumei a chamá-lo assim, nós ficamos muito próximos no tempo que fiquei lá, ele me tratava como filha e eu me dirigia a ele como pai. Espero que você não se chateie por isso...

- Eloise, eu sei que meu pai ou melhor nosso pai é um grande homem e o fato de ele te considerar uma filha só reforça a doçura que você tem e que faz com que todos a sua volta te aceitem e gostem de você!

* Ivan abriu um lindo sorriso deixando a mostra suas presas*

- Ivan, foi muito duro deixar papai sozinho e vir pra cá sem dizer nada. Ele sente muito sua falta apesar de todos esses anos e nunca te esqueceu ou deixou de sofrer por você.

- Eu sei. Depois que minha mãe morreu eu era a única família que ele tinha, meu erro foi fugir do meu passado...sempre fugi do meu passado por covardia, por achar que não era forte o bastante para ir em frente. Quando te conheci fiz tudo errado, eu quis a qualquer custo enfrentar e enterrar minha história com a Constance e pensei que isso faria alguma diferença na minha vida.

* Os olhos do Ivan se encheram de lágrimas*

- Eu sei que você tinha seus motivos Ivan e não te culpo...

- Não Eloise, dar um fim a minha história com a Constance foi outro erro que quase me custou perder você pra sempre. Eu custei a perceber que isso não resolveria meus problemas.

- Seu pai te ama muito Ivan, ele me contou que após a morte da sua mãe você mudou muito e ele se culpa até hoje pelo seu desaparecimento, mas, a decisão de enfrentar seu passado e todo sua história com ele só cabe a você.

- É verdade eu mudei, me tornei insensível a dor do meu pai e muitas vezes eu o culpei pela morte da mamãe e por não estar lá quando ela se foi. Eu não queria ser como ele passar minha vida naquela loja deixar de curtir minha vida e meus amigos...

- Ivan.

- Aquela loja era o sonho deles, mantê-la funcionando também era como manter a alma da minha mãe sempre presente entre nós, mas eu não entendia isso na época, achei mais fácil jogar a culpa nele e partir para tentar esquecer a dor da perda. Oh céus como eu estava enganado, como eu pude ser tão covarde e tão canalha com aquele que teve tanta força em lutar por mim, pela nossa família!?

Beliath havia se encarregado d contar aos outros sobre o pai do Ivan, Vladimir concordou que diante de tantos eventos que ocorreram no passado interferir nesse caso ou impedir o Ivan estava fora de questão, o que fosse melhor para que Ivan pudesse viver em paz ele e os outros apoiariam.

- E então o que faremos Ivan? Eu te amo mas também não posso virar as costas para o nosso pai!

- Eu ainda não sei, já faz tanto tempo que eu desapareci, meu pai pensa que eu estou morto e a dor que causei a ele talvez seja melhor remediada assim!

Eu entendia o sofrimento no olhar do Ivan, reaparecer para o pai depois de todos esses anos e como vampiro, não seria a coisa mais fácil do mundo para explicar, sem falar no abalo emocional de ambos. Preferi não insistir no assunto, nossa noite foi longa e o Sol logo ia surgir, Ivan me convidou ao seu quarto onde nossos corpos se encontraram ardentemente no fogo do nosso desejo.

Adormecemos abraçados e fomos embalados pelo som de pássaros cantando do lado de fora. O dia estava chegando ao fim e antes da mansão acordar um mal precentimento  né invadiu, aquela sensação angustiante fez com que eu despertasse aos gritos e acordasse meu doce vampiro.

- PAPAI!!!!!