O passado bate a porta Part.2

58 8 0
                                    

Eu chamei pelo papai Fernando e meus gritos fizeram com que Ivan desse um salto da cama, meu corpo não parava de tremer e eu sabia que algo estava errado.

Os outros vampiros assim como a Leandra e o Loic passaram pela porta assustados aí me ouvir gritar.

- Senhorita o que houve?

Ivan veio segurar minha mão para tentar me acalmar antes de pronunciar qualquer palavra.

- Vladimir me perdoe se os despertei! Eu tive um pesadelo e acho que algo de ruim aconteceu com papai.

- Eloise minha amada, nosso pai está bem, você deve estar se sentindo culpada por estar longe dele é só.

- Não Ivan eu tenho certeza tem alguma coisa acontecendo!

Todos né olhavam como se eu estivesse louca, mas, meu coração dizia que eu precisava voltar para a alfaiataria, um sentido de urgência me colocava em alerta e não me deixava relaxar.

* Beliath tomou a palavra*

- Minha linda se você diz que tem algo errado eu acredito! Nos conte o que você sonhou para ficar neste estado?

- Beliath maninho, ela não tem poderes sobrenaturais como espera que ela saiba de algo!?

- Beliath, Leandra, deixem a senhorita falar!

Segurando a mão do Ivan e ainda trêmula comecei a falar mesmo sem saber se acreditariam em mim.

- Eu sonhei que estava em frente a alfaiataria, mas, quando entrei algo estava diferente, os móveis, os manequins, tudo tinha sumido. Em todos os andares salas e quartos vazios, não havia nada na loja toda, estava tudo em preto e branco, todos tinham sumido, só restava o vazio, o lugar estava frio, era como se toda vida que tinha ali tivesse sumido e pouco antes de acordar a imagem do papai veio a minha frente como se ele precisasse de ajuda.

Ivan me olhava fixamente, algo nas minhas palavras mexeu com ele e os demais não quiseram me contrariar e ficaram calados.

- Ivan eu sei o risco que você corre se enfrentar seu passado, por isso não te peço para ir comigo, mas, eu tenho que ir até lá, preciso ter certeza que nosso pai está bem!

- Eloise eu não sei se sonho tem fundamento, nem o que me espera se eu voltar com você, mas, acabamos de nos reencontrar não vou te abandonar, se o destino quiser me por frente a frente com papai que assim seja! Loic como meu cálice você terá que vir junto.

- Ivan, Eloise, se vocês vão mesmo até lá que um de nós vá também, não sabemos a razão desse sonho estranho, é melhor levarem um reforço.

- Está certo Vladimir, se não houver problemas que o Aaron nós acompanhe, ele é o mais próximo de um pai que eu tive desde a minha transformação, se precisar encarar meu passado e chegar ao ponto de precisar fazer com que meu pai se esqueça de tudo depois...bom pode ser que eu não tenha coragem o suficiente para isso e o Aaron pode me ajudar.

Com a questão decidida, o Sol tinha acabado de se por, Raphael sugeriu que Leandra também fosse conosco, não sabíamos o que esperar e em caso de emergência ela poderia voltar voando e chamar os outros.

* Entramos no carro do Loic e partimos*

Meu coração estava aflito, eu não sabia o que encontraria quando chegascemos, nem sabia o que esse encontro significaria para o Ivan. Chegamos a loja no meio da madrugada, haviam luzes ascesas e desesperada eu corri para dentro seguida pelos outros sem qualquer cautela.

- Melanie?

- Eloise minha amiga onde você esteve?

Melanie estava descendo as escadas quando entrei, em suas mãos uma bacia de água e alguns panos. Ela me disse que depois da minha partida papai ficou desesperado sem notícias, com medo de perder mais um filho ele havia passado 4 dias sem descanso percorrendo a cidade em busca de notícias sobre o meu parceiro, ou alguma pista de onde eu pudesse estar; Ele não se alimentava direito, não dormia e como resultado da chuva que pegou enquanto me procurava ele adoeceu e estava com muita febre.

- ( Papai, o que eu fiz?)

Eu corri em direção as escadas sem olhar para os outros, eu precisava chegar ao quarto do papai. Assim que passei pela porta, eu o vi estirado na cama quase sem forças, pálido e fraco.

- Pai...papai o senhor pode me ouvir?

* Eu comecei a chorar desenfreadamente*

Ivan da entrada do quarto observava meu desespero sem saber o que fazer. Melanie chegou com outra bacia e panos limpos para fazer compressas e conter a febre. Eu ajudava na esperança de que papai abrisse os olhos e me visse ao lado dele, eu torcia para que ele tivesse a chance de ver seus filhos lado a lado.

Ivan mandou Leandra voltar para a mansão e pedir aos outros que se mantivessem calmos e Aaron ficou no quarto que eu ocupava aguardando ser chamado. Depois de muito chamar pelo papai finalmente obtive resposta, sua voz estava fraca, mas era compreensível, então pedi a Melanie que nos deixasse a sós.

- Eloise, é você minha filha?

- Sim papai estou aqui! Como o senhor se sente?

Papai sentia dores no corpo, porém, ele conseguiu me responder. Eu acariciava seus cabelos enquanto segurava uma de suas mãos e após algum tempo a presença do Ivan foi notada em um canto do quarto.

* Papai olhava avidamente para o filho sem saber se era um delírio pela febre ou se era real*

- Papai lhe explicaremos tudo, eu prometo!

No dia seguinte não havia escapatória, Ivan concordou que precisava falar com o pai e lhe contar tudo, eu os deixei a sós e só pedi aí Ivan que não chamasse o Aaron antes que eu também pudesse falar com papai. As horas se passaram, na recepção da loja o tic tac do relógio parecia um pesadelo interminável, por fim Ivan desceu as escadas, seu semblante estava mais leve e seus olhos inchados.

- Nosso pai deseja lhe falar Eloise.

Fui até o quarto e papai sentado na cama chorava como uma criança. Né sentei ao seu lado e deixei que ele iniciasse a conversa.

- Minha filha...vice sabia de tudo e não me contou. Por que?

- Papai eu não podia, quando vi a foto no antigo baú eu não sabia onde ele estava, a condição dele também não me permitiu revelar a verdade...

- Eloise minha querida, eu ainda não entendo tudo e talvez eu não entenda tão cedo. A única coisa que seu é que tenho vices dois de volta e não vou suportar perde-los novamente!

- Me perdoe pai! Eu tentei mantê-lo seguro, jamais quis te causar nenhum mal, por isso parti sem dizer nada.

Alguns dias se passaram e quando papai se recuperou era hora de decidir o que faríamos. Ivan e eu não queríamos que as informações aí nosso respeito fossem apagadas, Aaron queria o que fosse melhor para todos.

- Ivan, ele sofreu muito durante todos esses anos, ir embora outra vez não fará bem a ninguém aqui.

- Eu não enfrentei meu passado para abandonar meu pai de novo Eloise e sei que você tem razão então... Aaron ele não dirá nada a ninguém, podemos deixar tudo como está?

- Meninos eu entendo sua posição, porém, temos que pensar nos outros e no segredo que temos para proteger.

A conversa com Aaron foi tensa e difícil, pesamos os prós e contras até que ele cedeu ao nosso pedido. Nos restava agora levar papai a mansão, para entrar no nosso mundo ele deveria conhecer os outros vampiros e aceitar a nova condição de vida do Ivan inteiramente.

Quando chegamos a mansão papai ficou comigo na biblioteca, enquanto Ivan e Aaron se reuniram com os outros. Após algum tempo relutantes, Vladimir cedeu as apresentações e fomos ao encontro de todos no grande salão.

Family Lovers- O recomeçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora