O que ela tem?

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Estava com Victoria no hospital, já tinha algum tempo que haviam levado ela para emergência e eu estava esperando alguma informação do seu desmaio, sabia que ela teve bastante emoções para apenas um dia e eu suspeitava que por isso havia ficado fraca o que causou o desmaio. Logo vejo Max chegar aflito me perguntando o que Victoria teve e lhe disse que ainda estava aguardando informações.
Um tempo depois, vejo meu amigo Sebastian vir em minha direção um com olhar preocupado e fiquei ainda mais aflito pela minha esposa, afinal o que tinha acontecido?
- O que ela tem, Sebastian? - disse aflito e angustiado.
- Então Heriberto, ela teve um ataque de ansiedade, ela já tinha alguns sintomas ou algumas crises? - ele perguntou enquanto olhava a ficha de Victoria.
- Sim, as vezes ela começar a chorar aparentemente sem motivo, se culpava e entre mais alguns sintomas. - eu respondi ainda preocupado.
- Então, preciso que ela não tenha emoções por essas semanas seguintes, vou encaminha-lá para um psicólogo e caso ele ache necessário talvez para um psiquiatra para que as crises não aconteçam tão fortes como essas, causando o desmaio. Vou dar alta para ela ainda hoje porém me mantenha informado sobre qualquer sintoma que ela tiver sim? - Sebastian disse me olhando.
- Claro, cuidarei dela. - afirmei lhe olhando.
Sebastian me passou todas as recomendações necessárias e ele me levou para o quarto onde Victoria estava, assim que abri a porta pude vê-la pálida e triste, ela estava acordada porém chorava, foi horrível ver minha esposa da forma como ela esta agora, tão frágil e tão fraca.
- Meu amor. - eu disse assim que cheguei perto da cama que ela estava deitada, pegando em sua mão - como você está?
- Disse aflito, segurando minhas lágrimas, me sentia impotente sabendo que não poderia fazer nada além de lhe dar meu amor e todo meu apoio.
- Estou melhor. - ela disse fraca.
Enxuguei suas lágrimas e disse a ela que tudo iria ficar bem, admito que também falei aquilo para mim, precisávamos acreditar que esse momento passaria, e eu farei tudo que estivesse ao meu alcance, até o que não estivesse, para lhe ajudar a voltar a ser a mulher que ela era antes de tudo que aconteceu.
- Heri, liga para Fernanda e o Max. - ela disse me olhando.
- Max está aqui meu amor, vou pedir para ele entrar e vou ligar para Fernanda sim? - lhe respondi, ela apenas afirmou e após beijar sua testa sai do quarto indo em direção a recepção para chamar Max.
- Max, Victoria quer falar com você. - eu disse assim que o encontrei, percebi que estava aflito e preocupado.
- Ela está em qual quarto? - ele disse angustiado.
- No quarto 505 Max, vou ligar para sua irmã e já encontro vocês. - lhe respondi e fui fazer a ligação.
- Fernanda? - disse assim que percebi que ela havia atendido.
- Oi Heriberto. - ela me respondeu educada.
- Você pode vir no hospital agora? Sua mãe está internada. - disse angustiado.
- O que ela tem? Estou indo para aí agora. - ela me respondeu e pude ouvir a voz do Cruz atrás.
- Ela teve um desmaio, a trouxemos para o hospital, o Sebastian disse que ela teve um forte ataque de ansiedade, ele dará alta para ela mais tarde. - lhe respondi resumindo tudo que havia sido dito.
- Heriberto ela está melhor? - ela disse e pude perceber que ela estava chorando.
- Está sim, Fer. - disse tentando lhe tranquilizar.
E assim finalizamos a ligação, decidi esperar na recepção um tempo para que Victoria pudesse falar com Max todo o ocorrido, e assim poderia também esperar a Fernanda chegar.

Por Victoria

Eu havia sido renegada pela minha filha, ela disse que me odiava e que deveria esquecê-la mas como eu poderia? Passei mais de vinte anos lhe procurando angustiada, preocupada e aflita, e quando a encontro ela me odeia com todas as suas forças e o pior, a culpa havia sido minha. Lembro que após ela me dizer aquelas duras palavras, eu vi tudo escurecer e percebi que tinha perdido minha força e depois acordei já estava aqui no hospital, Sebastian me disse que tive um forte ataque de ansiedade diante a todo o corrido e novamente lembrei de tudo que causei a minha própria filha, eu sou uma péssima mãe.
Vi Heriberto entrar e ele estava angustiado e aflito sabia que ele estava preocupado, conversei um pouco com ele e pedi que chamasse meus filhos e descobri que Max já estava lá, Heriberto foi chamá-lo e depois ligaria para a Fer. Em questão de minutos vi o Max atravessar a porta, ele estava com o rosto vermelho provavelmente tinha chorado e estava com o olhar triste.
- Como você está, mãe? - disse Max angustiado beijando minhas mãos com cuidado.
- Estou melhor, meu filho. - lhe respondi ainda fraca
- Porque você desmaiou mãe? Foi culpa da Maria? - ele disse triste.
- Não foi culpa dela meu amor, eu descobri quem é a minha filha e ela é a Maria desamparada porém ela me renegou como mãe, me disse palavras terríveis e depois eu só lembro que vi tudo escurecer e quando acordei já estava aqui. - resumo tudo que havia acontecido a ele.
- Ela te renegou mãe? Você passou anos a procurando, eu acompanhei grande parte da sua luta para encontrá-la - ele disse meio surpreso pelo o que tinha contado.
- Sim filho, mas ela está no direito dela afinal eu sempre a feri e a humilhei. - eu disse voltando a chorar - Fui uma péssima mãe, não é verdade? - disse me culpando mais uma vez.
- Você foi a melhor mãe que nós poderíamos ter, você apenas passou por momentos muito difíceis mãe e aquela era sua forma de se proteger. - ele disse enxugando minhas lágrimas.
Antes que eu pudesse lhe responder, vi Heriberto entrar no quarto com Fernanda ao seu lado, que veio correndo até a cama segurando sua barriga que já estava bem grandinha, sorri ao imaginar que logo minha menina seria mãe, e teria uma linda princesa. Heriberto beijou minha testa novamente, ele era tão carinhoso comigo, conseguia sempre despertar em mim as melhores sensações do mundo, como eu o amava, ele havia trago um copo com água para mim dizendo que eu precisava me manter hidratada e com sua ajuda consegui tomá-lo, já que Fernanda estava grudada em mim ainda chorando, apesar de já estar casada e grávida, ela ainda era minha menininha, e água dessa forma sempre que estávamos apenas eu e ela ou quando o Max e Heriberto também estava.
- Calma, meu amor, eu estou melhor. - disse tentando lhe tranquilizar.
- Está mesmo mamãe? Porque você teve esse ataque de ansiedade mamãe? - ela disse angustiada.
- Ela encontrou a nossa irmã Fer, é a Maria desamparada. - Max respondeu antes que eu pudesse responder.
- E porque você está triste mamãe? Não era para você está feliz? - ela disse sem entender.
- Ela me renegou minha filha. - eu disse magoada.
- Mamãe.. - ela disse enxugando minha lágrimas - Nos te amamos, você tem a gente e isso jamais vai mudar. - ela disse tentando me alegrar.
- Eu também amo vocês. - disse sorrindo - Meu amor, onde você deixou nossos anjinhos? - eu disse já sentindo falta dos nossos bebês.
- Estava na casa de Max. - Heriberto disse me olhando.
- Os deixei com Maria e nossos filhos, assim que ela disse que você tinha vindo para cá. - Max respondeu com pesar.
- Tudo bem, meu amor, sei que Maria cuidará muito bem deles. - eu respondi apenas.
Algumas horas depois, estávamos chegando em casa, Heriberto me levou no colo mesmo depois de insistir que não precisava, ela disse que eu precisava me cuidar e que ele cuidaria de mim até que eu estivesse melhor.
Fernanda e Cruz ficariam em nossa casa, por um tempo para ajudar com nossos anjinhos e também porque ela quis ficar mais perto de mim, eu amei a ideia, já que sentia falta de ter meus filhos na minha casa.
Max foi para sua casa pegar nossos anjinhos, pude perceber o quanto ele estava triste com toda a situação, e isso me preocupava.
Estava em meu quarto, com Heriberto, Fernanda e Cruz, estávamos conversando sobre como seria dali a diante, convidei Fernanda para ser uma de minhas modelos, ela disse que aceitaria, e ficou encantada com a ideia, assim que a Diana nascesse e já estivesse maiorzinha, ela começaria a trabalhar comigo e ter a minha filha do meu lado era como um sonho para mim, sempre pensei que a Fernanda iria querer trabalhar com o pai e para minha surpresa, ela era encantada por moda e disse que sempre quis trabalhar comigo, como não ficar alegre?
Heriberto estava do meu lado com um dos braços em meu ombro, e uma de suas mãos entrelaçadas as minhas, estávamos sentados na cama enquanto Fernanda me fazia comer, entre uma conversa e outra consegui me alimentar corretamente mesmo estando sem apetite algum.

Alguns meses depois..

Fernanda havia entrado em trabalho de parto e a nossa princesa Diana já havia nascido, como o Cruz trabalhava, eles continuaram na minha casa por um tempo para que pudesse ter a nossa ajuda já que era mãe de primeira viagem e assim eu poderia ajudá-la e também ficaria mais perto de minha netinha.
Eu comecei a fazer acompanhamento psicológico com a Dra Camila Guzman, ela estava me ajudando a lidar melhor a situação que eu ainda estava vivendo, já havia se passado três meses e meio, e minha filha Maria ainda não havia me perdoado, Max vinha em minha casa quase todos os dias e sempre trazia meus netos, a festa do aniversário deles foi tão linda porém não fiquei por muito tempo, ver minha filha e não poder abraçá-la e dar todo amor que eu tinha para lhe dar, me machucava então eu e Heriberto acabamos indo embora antes mesmo do parabéns.
Marquinhos e Ísis estão apaixonados pela pequena Diana e precisamos sempre ficar de olho nesses dois porque ficam querendo carregar e fazer carinho no cabelo da Diana, Heriberto precisou explicar algumas vezes que eles poderiam machucar a sobrinha deles e que eles como titios deveriam cuidar e proteger ela, e desde então ficam o tempo todo cuidando de Diana, até mesmo quando ela está dormindo, ficam pedindo silêncio colocando os pequenos dedinhos na boca para que ela não acorde, eles encantam a todos com seu jeitinho tão lindo e fofo de ser.
Eu e Heriberto estamos cada dia melhor, ele cuidou e permanece cuidando de mim dia após dia, como ele voltou a trabalhar e eu também, ele fica sempre ligando entres seus intervalos para saber como estou, agora Antonieta fica sempre do lado para cuidar de mim como Heriberto havia pedido, embora eu me irrite as vezes com o seu cuidado extremamente desnecessário, eu sei que ele faz pelo meu bem. Eu estou cada dia mais apaixonada pelo meu marido, disso eu não tenho dúvida alguma, com duas crianças "espoletas" em casa não estamos tendo tanto tempo um para o outro como antes mas sabíamos que seria assim e isso não é algo que nos atrapalhe, sempre que arrumamos um tempinho, aproveitamos nosso momento juntos, apenas nós dois.
Max sempre me avisa como Maria está, eu sei que ela esteve chorando de um tempo para cá com Max, mas ela não me da abertura alguma para conversarmos sem ser apenas o necessário quando a vejo, o que acontece raramente, não posso mentir dizendo que aceitei o seu ódio e sua rejeição, isso ainda me dói e meu marido segue enxugando as lágrimas de dor que sempre rolam em meu rosto pela rejeição da minha primeira filha, sei que com o tempo tudo pode mudar porém já se passaram quase quatro meses e ela se mantém cada dia mais distante e sempre que a vejo posso ver em seu olhar a dor e o ódio que ela sente por mim, e isso me mata por dentro. Heriberto diz que tudo irá se resolver, que logo ela verá o erro que está cometendo, ao me renegar, então decidir dar a ela o tempo que ela precisa embora isso me machuque, sei que ficar insistindo pode piorar as coisas, Maria é na tanto orgulhosa assim como eu, infelizmente.

Consecuencias De Un Pasado Donde viven las historias. Descúbrelo ahora