Primeiro dia na praia

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Max decidiu que faria churrasco, então Heriberto e Cruz foram comprar algumas bebidas para nós e também refrigerantes e frutas para os sucos naturais das crianças, enquanto eu, Fernanda e Maria fomos fazer o almoço, a babá ficou cuidando das crianças e a Diana ficou no carrinho na cozinha com a gente, já que era tão apegada a Fernanda.
Heriberto chegou com o Cruz alguns minutos depois, nos cumprimentou e colocou as bebidas no refrigerador, e nos entregou as frutas, as quais Fernanda começou a corta-las para fazer os sucos, embora tenhamos comprado refrigerante para elas não gostávamos que elas bebessem muito, para saúde de nossos pequenos.
Ficamos conversando enquanto cozinhávamos, e como as coisas mudaram em questão de meses na minha vida, agora todos os meus filhos estavam comigo, e tinha meus lindos netos para completar minha família, a família a qual eu sempre imaginei ter, passei por grandes e terríveis tempestades para chegar até aqui, digo tanto do meu lado pessoal quando profissional, me arrependo tanto por em algum momento ter permitido a frieza, soberba e tristeza me transformar em outra pessoa, a qual eu nunca me orgulharia.
Heriberto chegou e me transformou novamente na Victoria de antes, ou talvez em uma Victoria muito melhor que eu um dia já fui antes de todo o ocorrido que arrancou minha linda Maria de perto de mim, da mãe que tanto amou e a esperou. Ele trouxe a luz que minha vida já não tinha há alguns longos anos, desde que aconteceram desgraças atrás de desgraças em minha vida, ele me mostrou que eu poderia ser amada e respeitada pela mesma pessoa, que um relacionamento é construído não apenas de amor, mas também de respeito, fidelidade, diálogo e compreensão. Ele arrancou todas minhas inseguranças e traumas, conseguiu arrancar a barreira que havia em meus olhos, onde eu estava cega, e enxergava apenas o que me convinha. Sorri apaixonada lembrando de nosso primeiro beijo, nosso primeiro momento de amor juntos, nossa primeira conversa e a primeira vez que o vi, vestido de médico, me olhando profundamente e com aquele lindo sorriso no rosto.
- Mamãe? Mamãe? - ouvi Maria me chamar, interrompendo meus pensamentos.
- Sim, minha filha, o que houve? - disse a olhando.
- Porque a senhora estava sorrindo apaixonada? A gente estava te chamando e a senhora não respondia - disse Maria rindo.
- Estava lembrando de como minha vida mudou desde que sair do orfanato, mas principalmente desde que o Heriberto chegou na minha vida. - disse apaixonada.
- Mãe, como a senhora descobriu que o amava? - disse Maria curiosa, ela não havia acompanhado todo o processo até ficarmos juntos como Max e Fer.
- Quando comecei a necessitar vê-lo, ficava sempre pensando nele, a forma como ele me apoiava, incentivava a ser uma pessoa melhor e como ele pouco a pouco foi me fazendo apaixonar por ele. - eu sorri - Ele me fez encontrar a Victoria que eu era antes de todo o ocorrido, conheceu meu pior lado, enxergou em mim o que ninguém jamais foi capaz de enxergar, teve paciência quando estava confusa mas principalmente ele ama e amou meus filhos, como se fosse dele, ele me diz isso diariamente, que vocês são como filhos dele... - disse encantada falando de meu marido.
- Mãe, vocês costumam brigar muito? - disse Maria ainda curiosa, ela sempre que podia buscava me conhecer mais, eu amava poder falar e responder tudo que ela queria saber, pude observar a Fernanda sorri para mim, observando a Maria.
- Brigamos pouco filha, a gente busca sempre conversar sobre tudo que nos incomode. - disse pegando em sua mão e levando ela até a mesa aonde sentamos - Como ontem quando estava fazendo minha mala e ele não gostou desse biquíni porque sentiu ciúmes, então encontrei uma solução para ele e para mim, decidi que usaria perto dele na praia ou apenas aqui na casa, eu o entendi porque também sou bastante ciumenta, e assim como ele busca sempre entender e achar uma solução quando é comigo, tenho que fazer o mesmo quando é no caso dele. Entende filha? Isso serve para qualquer desentendimento, ele me ensinou que precisamos sempre conversar sobre aquilo que nos machuca ou nos incomoda. - disse a olhando.
- Atrapalho? - disse Heriberto entrando na cozinha.
- Não amor, vem cá. - o chamei, logo ele veio até onde eu estava sentada, o olhei e ele me deu um selinho.
- Estávamos falando de você, Heri. - disse Fernanda e Maria.
- O que estavam falando de mim? - disse meu marido, me fazendo levantar, se sentando logo após no meu lugar, me fazendo sentar no seu colo.
- Maria e mamãe estavam comentando como você a conquistou e como você é como marido. - disse Fer sorrindo com Diana no colo.
- Como eu te conquistei, amor? - disse Heriberto rindo me olhando.
- Com seu jeito, com seu carinho, com o apoio que você me deu, pelo amor que você sente por cada um de meus filhos, quando você conheceu todos os meus traumas e inseguranças e mesmo assim continuou comigo, quando você enxergou em mim o que ninguém jamais enxergou, com o nosso primeiro beijo e todas as nossas primeiras vezes. - disse Victoria o olhando sorrindo.
- Mamãe, não precisa detalhar tanto. - disse Fernanda rindo, sabia que ela era bastante ciumenta quando se tratava de mim, embora esteja mais tranquila agora que é mãe, e tem sua família.
- Ela nem detalhou tanto, Fer. - disse Maria empolgada.
- A Maria adora ficar sabendo sobre nós, querido. - disse o olhando, ele riu e a olhou.
- Adoraria contar tudo sobre nós, Maria, principalmente sobre sua mãe. - Heriberto disse sorrindo.
- Eu amo saber mais sobre a mamãe, agora que a tenho comigo, também sobre você, parece ser um marido e pai tão maravilhoso. - disse Maria sorrindo.
- Fico feliz em saber que me vê dessa forma, Maria. Espero que nossa relação, como seu padrasto, seja tão linda quanto a relação que tenho com meus filhos, porque é assim que vejo você, a Fer e o Max, como se fossem meus filhos, claro que respeitando o lugar do pai de vocês. - Heriberto disse segurando a mão de Maria, que estava sentada em sua frente.
- Posso te dar um abraço? - disse Maria - Quero que saiba que te considero como meu pai, assim como meu pai João Paulo, agora tenho dois pais. - disse Maria alegre.
- Claro que pode. - me levantei para Heriberto ir abraçá-la, quando eles se abraçaram não pude evitar de me emocionar, sorri os olhando.
- E eu? - disse Fernanda ciumenta colocando Diana no carrinho novamente após dormir - Obrigada por sempre nos amar como se fôssemos seus filhos Heri, eu perdi meu pai há alguns anos e você foi o pai que eu precisava, meu pai de coração. - disse Fer indo abraçá-lo.
Logo observo Max chegar, e Heriberto ficar emocionado diante a tudo que minhas filhas haviam falado a ele, Max veio até onde eu estava, me abraçando.
- Porque está todo mundo emocionado? - disse Max sorrindo, tentando entender o que havia acontecido.
- Estávamos conversando Max, sobre o quanto amo vocês, e vocês sabem que os amo como se fossem meus filhos, acabamos nos emocionando com tanta demonstração de carinho. - disse Heriberto secando as lágrimas após terminar de abraçar minhas meninas.
- Você é como nosso pai, Heriberto, desde que nosso pai morreu e você foi o nosso refúgio diante aquela dor terrível. Mamãe não poderia ter se casado com um homem melhor, e não poderia deixar de agradecê-lo por fazê-la tão feliz. - Max disse e foi lhe abraçar também, dando alguns tapas em suas costas.
- Não precisa nem agradecer, Max, amo vocês e cuidarei de vocês sempre. - ele disse o respondendo sorrindo.
Logo fomos almoçar todos juntos na área da piscina, dançamos, cantamos, conversamos e gargalhamos. Conquistei muitas das metas que eu tinha, talvez todas, mas nenhuma me trouxe tanta alegria que ver a linda família que eu construir. Estava sentada na rede com Ísis dormindo em meu colo enquanto nos balançava, observando Max, Heriberto e Marquinhos brincando de bola juntos, logo virei e observei a Fer com sua filha e seu marido sentada de frente a piscina, enquanto riam conversando sobre algo e na piscina estava Maria com Osvaldinho e João Paulo que estavam em suas boias, estavam brincando enquanto poderíamos ouvir o som da linda gargalhadas de meus netos, sorri, agradeci a virgem e a Deus pela família que ele me deu e ter trago de volta a minha filha, por quem tanto chorei e hoje, é a alegria da casa.
Amanhã seria a festa de meus pequenos, viriam apenas Antonieta, Pepino, Oscar, Sebastian e sua esposa, aproveitaríamos em família, decidimos que deveria ser algo íntimo e reservado porém feito com muito amor. Heriberto e eu havíamos contratado uma decoração para podermos registrar esse momento tão lindo do primeiro aniversário que eles passariam com a gente, mesmo sabendo que teria muitos pela frente, queríamos guardar recordações de cada um deles, para ter sempre com a gente.
A tarde, decidimos ir à praia, apenas eu e Heriberto deixando nossos pequenos com a babá e nossos filhos mais velhos para aproveitarmos um tempo a sós. Eu estava com o mesmo biquíni preto, apenas com uma saúde de praia por cima, óculos escuros e uma bolsa com as coisas que provavelmente precisaríamos usar estando na praia, Heriberto estava sem camisa e apenas com a bermuda que havia vestido mais cedo, chinelos e óculos escuros. De mãos entrelaçadas, caminhamos juntos para a praia que ficava praticamente em frente a nossa casa, percebi que Heriberto estava mais calado e logo ouvi que haviam assobiado assim que passei e Heriberto logo soltou minhas mãos e colocou suas mãos em minha cintura, me deixando mais próximo a ele, percebi que estava irritado com os olhares então fomos nos sentar, colocamos um lençol na areia e um guarda sol, Heriberto passou protetor solar em mim e ficamos um longo tempo apenas ali sentados conversando, tomando nossas bebidas, não tínhamos o costume de beber porém as vezes quando estávamos sozinhos, aproveitávamos.
Após aproveitar o resto do dia na praia voltamos, e após todos tomarem seus banhos, decidimos fazer uma 'sessão cinema' com todos, ficamos parte da noite na sala, Ísis acabou dormindo em meu colo e Marquinhos no colo de Heriberto, Osvaldinho no colo de Max e João Paulo acabou dormindo abraçado a Fer que dormia no ombro de seu marido, Maria estava carregando Diana, com muita dificuldade conseguimos acordar todos, exceto as crianças, já que dormiam tão tranquilamente. E assim o dia passou, e não poderia ter terminado de uma forma melhor.

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