Capítulo 15- Aquele em que a Hayley Passa dos Limites

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~Pov Hayley~

Já era dia 23 de dezembro. A casa estava toda decorada, estávamos todos assando fôrmas e mais fôrmas de biscoitos. Percy já tinha chegado, então a família estava finalmente completa. Estávamos todos comendo, quando escuto a campainha tocar. Fui atender e no momento que abri a porta, meu coração parou por um milésimo de segundo.

- Angelina? O que tá fazendo na minha casa? - pergunto, encarando-a com cara fechada.

- Imaginei que o George estaria aqui. Preciso falar com ele. - ela responde com um tom de voz grosseiro.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Fred me abraçou por trás e roubou o biscoito que estava na minha mão. Quando ele se deu conta de que Angelina estava parada na porta, olhou para ela com cara feia e começou a falar:

- Você não vai magoar ele outra vez. Não acha que já fez o bastante? Ele tá finalmente te superando e você aparece aqui na maior cara de pau, dois dias antes do Natal. Você não tem jeito mesmo né?

- Fred, por favor. Eu só vim devolver algumas coisas dele que ainda estavam comigo. Deixa eu falar com ele. - ela diz com tristeza na voz.

- Não sei se quero deixar. Por que precisa falar com ele? É só deixar as coisas comigo que eu entrego.

- Por favor. Eu juro que não quero magoar ele, mas eu realmente preciso falar com ele. De preferência sem sua presença, ou da sua nova namoradinha. - ela fala olhando para mim.

- Namoradinha? Do que você tá falando? - pergunto.

- Vocês não estão juntos? Porque parece que estão!

- Não, Angelina. Não estamos juntos. Vou chamar o George. - Fred fala, com a voz alterada.

George chega poucos instantes depois e eu saio para não atrapalhar a conversa. Ele fecha a porta e eu não escuto mais nada. Será que eles iriam voltar? Naquele momento meu mundo caiu. Fred percebeu e me guiou, em silêncio, até a cozinha. Sentou do meu lado e me abraçou de lado. Fiquei em silêncio por um tempo, processando o que tinha acabado de acontecer. Meu silêncio foi quebrado com a entrada de Charlie na cozinha. Ele sentou- se do meu outro lado e começou a falar:

- Ei, você tá bem? Parece que tá em outro planeta.

- Não, eu tô bem sim. Só estava pensando em algumas coisas. - falo, forçando um sorriso.

- Vou fazer chocolate quente. Você quer? - ele pergunta, educadamente.

- Quero, por favor. Nossa eu estava precisando de uma xícara de chocolate quente agora! Obrigada Charlie!

- Não precisa agradecer. Senti que você precisava. - ele dá uma piscadinha e se levanta, indo em direção ao fogão.

Mais tarde naquele dia, não conseguia parar de pensar o quanto George parecia mais feliz depois de sua conversa com Angelina. Ele não tinha comentado nada sobre, mas eu podia sentir que ele estava diferente.

Depois do jantar, fui para o meu quarto, mas não conseguia parar de pensar nos dois juntos. Queria conversar sobre isso com alguém, mas Fred dormia no mesmo quarto que George, então ele não era uma opção. Então, pensei no Draco. Ele sabia dos meus sentimentos pelo George e era bom com conselhos.

Chegando no quarto dele, bati na porta e escutei sua voz dizendo que eu poderia entrar. Quando entrei, ele estava deitado, sem camisa, lendo um livro de Feitiços. Ele não era mais tão magro quanto antigamente. Na verdade, parecia até que estava malhando. Ele me olhou, esperando que eu falasse alguma coisa.

- Então Potterzinha, o que veio fazer aqui? - ele pergunta, ainda me encarando.

- Precisava conversar com alguém sobre uma coisa que tá me incomodando.

- Deixa eu adivinhar. É sobre o George e a Angelina? Fred me disse que ela veio visitar ele hoje. Mas acho que não aconteceu nada demais. Se eu fosse você, não me preocuparia com isso.

- Não sei. Ele parecia mais feliz depois de falar com ela. - falo, triste.

- Eles viveram muitas coisas juntos. Esses sentimentos não vão embora do nada. Mas, sinceramente, se até agora ele não percebeu o quanto você é incrível e mil vezes melhor do que ela, quem tá perdendo é ele. E você deveria começar a superar, ir atrás de quem realmente te quer.

Olho profundamente em seus olhos azuis. São tão bonitos e únicos. Desvio meu olhar para sua boca rosada, em um contraste perfeito com sua pele branca. Quando me dou conta, estamos nos beijando. Tudo aconteceu tão rápido que eu, sequer, percebi.

- Me desculpa, eu... - falo, recuperando o fôlego. - Eu não sei porque fiz isso. Foi um impulso e...

Ele me interrompe com outro beijo, me puxando para seu colo. O clima esquenta cada vez mais e não conseguimos nos controlar. Eu nem gostava dele e acredito que ele também não gostava de mim, mas por algum motivo, nós dois estávamos totalmente entregues ao momento.

Acordo no dia seguinte e Draco não está lá. São quase 9 da manhã. Provavelmente, ele já tinha descido para tomar café da manhã. Levanto, ainda sem acreditar no que tinha acontecido e desço as escadas. Era véspera de Natal e todos pareciam muito felizes. Sentei na mesa muito envergonhada e peguei uma xícara de café.

Draco estava sentado do outro lado da mesa, agindo como se nada tivesse acontecido. Ele conversou comigo normalmente, mas eu estava envergonhada demais para responder de forma normal. Tonks não parava de me encarar um segundo, desconfiada da forma como eu estava me comportando. Decidi que iria conversar com ela a sós depois do café.

Percebi que Tonks tinha subido com o Teddy, então decidi que aquele era o momento perfeito para falar com ela. Subi logo e bati na porta do quarto. Ela permitiu que eu entrasse, quando o fiz, ela me olhou com ainda mais desconfiança.

- Oi você. - ela diz sorrindo. - Quer conversar sobre o que estava te incomodando na cozinha?

- Você é boa hein. - falo rindo, tentando disfarçar meu desconforto. - Na verdade, quero conversar sim, porque acho que fiz uma besteira muito grande.

- E essa besteira tem alguma relação com meu priminho?

- Talvez. - respondo, dando de ombros.

- Então, o que aconteceu?

- Ontem eu estava triste e fui conversar com ele no quarto dele e eu meio que beijei ele e depois a coisa começou a esquentar e a gente... Você sabe. - digo envergonhada.

- Você tá me dizendo que vocês transaram porque você estava triste? Tá de sacanagem né?

- Não - falo, forçando um sorriso. - O problema maior é que eu não sei se significou algo a mais pra ele. Não sei se ele gosta de mim ou se foi só no calor do momento. Isso tá me deixando maluca.

- Você tem que conversar com ele e ser sincera. Vocês são amigos há muito tempo, tenho certeza que ele vai entender.

- Obrigada Tonks. Não sei o que seria de mim sem você. - falo, sorrindo e saindo do quarto.

Saio confiante e vou direto para o quarto do Draco. Precisávamos esclarecer as coisas o mais rápido possível. Chegando lá, a porta está aberta. Vejo ele sentado em uma cadeira, de costas para a porta.

- Precisamos conversar sobre ontem! - falo, fechando a porta.

- Também acho. - ele concorda, virando o corpo em minha direção.

- Draco, preciso que você seja totalmente sincero comigo agora. A noite de ontem significou algo pra você?

- Sinceramente, não.

Suspiro aliviada com sua resposta. Agora poderíamos finalmente esquecer o que aconteceu e seguirmos nossas vidas sendo apenas amigos.

- Graças a Merlin. Eu queria me desculpar por ter usado você pra afogar minhas mágoas. Não foi legal da minha parte. - falo.

- Não precisa se desculpar. Nós dois passamos dos limites, mas agora que tudo foi esclarecido, ninguém precisa saber de nada e podemos continuar agindo como se nada tivesse acontecido.

- Por mim tudo bem. Obrigada. - respondo com um sorriso, saindo do quarto.

Mais que amigos - George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora