Capítulo 8

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John

— Que péssima fase, Salt recebeu um não. — Átila comentou enquanto Tyler gargalhava.

Estávamos na casa do Átila.

— Vocês são dois imbecis.

— Átila, eu estou me sentindo o Salt no último ano, eu sou o conselheiro agora. — Revirei os olhos.

— E o seu conselho foi péssimo, os meus sempre deram certo.

— Você me levou até a Sasha. — Reclamou.

— Nessa eu o defendo, foi você quem quis. — Tyler olhou feio para ele.

— Amanhã vou falar com ela de novo.

— Porque insistir nela? — Átila perguntou.

Parei para pensar.

— Não sei, acho que o jeito dela, ela é engraçadinha e misteriosa.

— Você quis dizer problemática? — Tyler perguntou.

— Já não basta a Hanna? — Foi a vez do Átila.

— Já chega, eu vou para casa!

— O mestre passará em sua casa amanhã, para ouvir como foi o ouvir um "Não" pela segunda vez na mesma semana. — Ignorei o Tyler e sair.

***

O meu dia foi extremamente cansativo, ao ponto de me fazer desistir de passar no bar.

Depois de um banho gelado e demorado, pensei que deitaria e conseguiria descansar e me distanciar das minhas preocupações, mas eu nem consegui chegar perto da cama.

— Sua irmã está chorando sem parar, eu não sei mais o que fazer e o seu pai não está em casa. — Dava para ouvir claramente o choro dela na ligação e pela voz da cuidadora poderia facilmente perceber o quanto estava nervosa.

Melanie se acalmou depois que eu cheguei, não conversou comigo, Dália buscou um chá e depois de um tempo ela dormiu.

— Estou preocupada com ela, tão nova e já tem ataques de pânico. — Comentou depois que deixamos o quarto dela.

— Eu vou leva-la a uma psicóloga amanhã, me ligue sempre que precisar, seja qual for o horário. — Ela assentiu.

Assim que cheguei na sala o meu pai chegou.

— John, mandei a lista de pedidos para você.

— Melanie está tendo ataques de pânico. — Ignorei o seu aviso. — Por culpa sua.

— Tudo é culpa minha agora, a sua mãe está morrendo, a sua irmã está dando chilique, o que mais é culpa minha?

— Você é o pai dela.

— Eu dou tudo a ela, assim como fiz com você. — Gargalhei.

— Tudo que o seu dinheiro pode dar.

— Você é um ingrato. — Respirei fundo. — Vou pagar o tratamento dela.

— É o mínimo, não acha?

***

Pela manhã, levei a Melanie na psicóloga, ela estava cada vez mais cabisbaixa, aquilo estava me angustiando.

— Onde quer almoçar? — Perguntei antes de sair do estacionamento.

— Quero ir para casa.

— Podemos fazer algo legal hoje, não quer ir no cinema?

— Não, vou ficar em casa com a Dália.

Levei ela para casa, cheguei a perguntar se ela queria que eu ficasse e fiquei triste com sua resposta.

Passei a tarde fingindo está fazendo alguma coisa no deposito, liguei para minha tia Mary e procurei saber da minha mãe, evitava ir até lá, não gostava de vê-la daquela forma, gostava de relembrar os bons momentos.

— Queria poder te dar boas notícias.

Fiquei em silêncio por um tempo.

— Avise a ela que eu mandei um beijo e que eu a amo.

— Vou avisar.

— O meu pai tem ido aí?

— Não. — Apertei os olhos e suspirei.

— Está bem.

Passei no apartamento, tomei um banho e segui para o bar, Julie revirou os olhos ao me ver, o que me fez rir.

— Boa noite, Julie. — Me sentei próximo a ela que fingia me ignorar do outro lado do balcão.

— Boa noite, o que deseja?

— Sair com você. — Me encarou séria.

— Você é muito inconveniente. — Ela se apoiou no balcão.

— Ser insistente é ser inconveniente?

— Quando passamos a insistir em algo que não tem a menor chance de acontecer, sim, passa a ser inconveniência. — Assenti.

— Eu só quero uma oportunidade, se não gostar, eu sumo. — Ficamos nos encarando em silêncio. — Preciso de uma resposta.

Ela mordeu os lábios e enfim respondeu:

— Está bem. — Suspirei aliviado. — Pode ser um almoço, já que a noite estou aqui.

— Claro, pode ser amanhã mesmo. — Ela assentiu.

Passei o meu número para que ela me passasse o endereço.

— Até amanhã. — Ela sorriu, guardei aquela imagem na minha mente, já que tirar um sorriso dela foi ridiculamente difícil.

Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now