Capítulo 33

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John

Jamais acreditei que poderia querer cuidar e proteger tanto alguém que não fosse a minha mãe ou a minha irmã, mas ver Julie naquela situação me trouxe uma vontade que estava totalmente fora do meu controle, um desejo de destruir tudo o que pudesse machuca-la ou entristece-la, sabia de sua capacidade de se proteger, ela era uma das mulheres mais fortes que havia conhecido, mas ainda assim, desejava trata-la como se trata um prato de porcelana, com delicadeza, temendo que qualquer movimento brusco possa derruba-lo e quebra-lo.

Em uma das nossas conversas via o carinho que ela carregava pelo seu carro e se Julie não precisasse tanto de alguém ao seu lado, eu mesmo teria o tirado de lá, só eu sei a quão dolorosa foi a cena dela se debatendo em meus braços e o ódio que manava pelo meu corpo ao vê-lo com um sorriso sujo nos lábios, teve certo momento em que por pouco não a larguei, mas Tyler tocara em meu braço.

— Não piore as coisas, a polícia está chegando, aguente! — Falou sério, ele conseguia essa proeza nos momentos certos, apenas assenti, apertando ainda mais ela em meus braços.

Apesar da noite ter terminado de uma forma agradável, ainda estava preocupado com ela, mas ela parecia radiante, com um brilho nos olhos que até então era desconhecido por mim, parecia mil vezes mais bonita e eu mal podia acreditar que havia conquistado algo tão raro como ela.

Pela manhã fui até o pátio e lá estava a camionete destruída. Átila já me esperava lá como havia pedido.

— Você quer mesmo reconstruir isso? — Perguntou assim que me aproximei.

— Bom dia, estou muito bem, obrigado. — Ela deu os ombros. — Sim, eu quero. — Átila tinha uma das melhores oficinas da cidade, não confiava em mais ninguém para tocar em meu carro além dele. — Que fique exatamente como estava.

— Não faço magica e nem coisa ruim. — Gargalhei.

— O mais parecido possível e claro, melhore as coisas que precisam ser melhoradas.

— Essa mulher te tem na mão e nem sabe. — Comentou observando o carro.

— É, ela me tem. — Sorri meio abobado. — Quando veremos você ao lado de uma mulher outra vez?

— Prefiro ficar com os carros. — Ergueu as sobrancelhas. — Vou começar esse trabalho essa semana mesmo.

— Sei que está em boas mãos, obrigado amigo. — Ele assentiu como sempre bem frio. — Kate, não iria ligar que você fosse feliz com outra mulher. — A expressão do seu rosto ficou rígida, evitávamos falar sobre aquilo, a pedido dele, como um assunto proibido, fingíamos que aquele passado não existiu, mas querendo ou não, existiu.

— Não tenho como saber isso. — Passou por mim em direção ao seu carro.

— Não engane a si mesmo. — Ele não olhou para trás.

— Até mais, Salt. — Entrou no carro e se foi.

***

Desci em frente ao prédio e subi as escadas como Julie me instruiu, bati na porta temendo errar, mas foi só eu ver aquele sorriso que eu percebi que acertei não só a porta, mas na mulher também, me deu um beijo rápido, mas antes que pudesse ir para longe a puxei para um beijo um pouco mais longo, sentindo seus lábios macios, apertei seu corpo contra ao meu e ela suspirou em meio ao beijo, seus braços envolveram meu pescoço e seus dedos adentraram em meus cabelos, um desejo de tê-la mais e mais, tomou o meu corpo.

— Ok, quanto tempo mais vai durar? — A voz de Tyler fez com que nos separássemos.

— Eu te odeio. — Falei ainda um pouco ofegante.

— Entrem. — Ela nos deu passagem.

Tyler praticamente correu para dentro do apartamento.

— Você está linda. — Olhei de baixo para cima, ela usava um vestido diferente do que ela costumava usar, ele era preto, ia até o meio da coxa, jamais tinha visto com algo tão curto e sexy, não tinha muito decote, porém atiçava a minha curiosidade.

Ela mordeu os lábios e sorriu de um jeito provocante, o lado que eu não conhecia ainda e já estava amando.

— Você está apresentável. — Revirei os olhos e passei por ela que ainda sorria.

Julie havia feito torta de frango e foi a melhor que havia comido em toda a minha vida.

— Não exagere. — Ela pediu depois que elogiei a torta por diversas vezes.

— Não acredito que seja um exagero, está realmente... buscando uma palavra chique e extremamente complicada de pronunciar, calma. — Anunciou Tyler colocando a mão no queixo, como um pensador e as meninas riram.

— Está perfeito, divino! — Afirmei.

— A minha mãe fazia muito para mim, essa não chega perto da dela, mas que bom que gostaram.

— Bem que você poderia fazer sempre, né? — Ana sugeriu.

— Não abusa. — Rimos e alguém bateu na porta. — Quem seria? — Perguntou a amiga que deu de ombros. — Eu atendo. — Saiu da mesa.

— Será que é a Clarissa, eu a chamei, mas ela não quis vim. — Ana colocava mais torta no prato.

— Como vocês me acharam? — A voz de Julie soou surpresa, automaticamente saltei da cadeira e Ana também.

— Como vocês me acharam? — A voz de Julie soou surpresa, automaticamente saltei da cadeira e Ana também

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Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now