Capítulo 35

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John

Dirigi até o hospital em silêncio, Julie respeitou isso a todo momento, não esperava outra coisa vindo dela.

A minha tia avisou que a minha mãe queria falar comigo, ela havia piorado.

Assim que cheguei na recepção me deparei com a minha tia.

— Ela não queria que eu falasse ontem, por conta da inauguração da filial, mas ontem depois que falou com você ela teve uma recaída, está muito mal.

— Eu pedi, implorei diversas vezes para que me ligasse independente da hora ou dia, a inauguração seria cancelada e isso pouco me importaria. — Me esforcei para não levantar a voz, mas era quase que impossível.

— Foi um pedido dela, me desculpe. — Esfreguei o rosto com as mãos.

— Quem está com ela agora?

— O seu pai. — Ri sem humor. — Ele poderia ter vindo antes.

— Não adiantaria muita coisa e você sabe disso. — Assenti. — Senta e espera um pouco. — Procurei por Julie que estava em pé atrás de mim, fui até ela, que me arrastou até um dos sofás da recepção.

Ficamos ali de mãos dadas, estava um pouco tenso, sem saber muito o que pensar, mas ela me passava uma paz, sua tranquilidade, o carinho gostoso que fazia com os dedos em minha mão, precisava dela ali.

Depois de uns vinte minutos o meu pai apareceu.

— Ela está a sua espera. — Avisou enquanto mexia no celular e saindo dali.

Julie beijou meu rosto e então segui até o quarto.

Sentei ao seu lado e fiquei observando-a por alguns minutos, até ela abrir os olhos de forma lenta.

— Não quero que lembre de mim nesse estado. — Sussurrou com a voz rouca, alcancei sua mão e ela apertou de leve.

— Melanie precisa de você. — Ela riu.

— Ela tem você.

— E eu? — Sussurrei. — Não tenho ninguém.

— A algumas semanas atrás realmente não tinha, mas hoje tem uma mulher que faz seus olhos brilharem como nunca vi antes. — Acariciou minha mão. — Se cuidar dela, vai tê-la sempre com você.

Eu não estava pronto para perde-la.

Ninguém nunca está.

— Fico feliz em ver o homem que se tornou, foi para isso que te criei, que passei por tudo que passei, não me arrependo de nada, John. — Soltou a minha mão e alcançou o meu rosto, limpando uma lagrima, que se quer eu sabia que estava ali. — Cuide da sua irmã. — Ela riu. — Nem sei porque te peço isso. — Ri.

— Obrigado por tudo, mãe. — Me aproximei do seu rosto e a beijei. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Ficamos ali, apenas nos olhando, era como se ela quisesse guardar cada detalhe meu. — Queria poder falar com Julie. — Falou depois de um tempo.

— Ela está na recepção. — Avisei. — Quer que eu traga? — Assentiu.

— Ela quer falar com você. — Falei ao me aproximar dela, tirei uma mecha que caia em seu rosto e coloquei atrás de sua orelha.

— Comigo? — Assenti e ergui a mão em sua direção, ela a agarrou.

Ela se posicionou de um lado da cama e eu do outro.

— Julie, como sempre tão linda. — Julie sorriu um pouco tímida.

— Obrigada, Sra.... Margareth. — Se corrigiu depressa.

Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now