Capítulo 12

57 22 14
                                    

Julie

— Acorda. — Abri os olhos me deparando com Ana e seu rosto cheio de maquiagem colorida.

— Que? — Perguntei desnorteada.

— Vamos sair. — Anunciou como se tivéssemos marcado.

Ela se afastou da cama, deixando amostra sua roupa, um short azul e uma blusa verde neon.

— Vamos? — Perguntei.

— Sim, amanhã é o aniversário de Clarissa, preciso comprar alguma coisa para ela.

— E porque eu teria que ir, se você é quem vai comprar?

— Ver você o tempo todo dentro dessa casa me estressa, vá se arrumar. — Saiu do quarto.

Resolvi não discutir com ela e ir.

***

— Ela odiou o vestido que dei no ano passado, ela não disse que odiou, mas ela também nunca usou.

Estávamos de caminhando no shopping.

— Como ele era?

— Era colorido e bem decotado, a coisa mais linda.— Ela falou empolgada.

— Conheço vocês não têm nem um mês e jamais daria um vestido como esse para ela. — Ela me olhou com o cenho franzido.

— Por que não?

— Porque esse é o seu gosto, não o dela, Clarissa gosta de coisa simples. — Revirou os olhos. — Sinceramente, eu não sei como vocês são amigas.

— Se eu disser que também não sei, você acredita? — Ri.

— Olha aqui. — Chamei sua atenção para a vitrine de uma loja de joias. — Essa pulseira é cara dela. — Ela era prata com apenas um pingente de coração, era simples, mas linda.

— Esse negócio sem graça. — Ri da forma como ela falou.

— Vai por mim, ela vai amar. — Me olhou desconfiada. — Se ela não gostar, eu pago o valor que você gastar.

— Agora eu gostei. — Revirei os olhos e ela praticamente correu para a loja.

Eu comprei um par de brincos para ela e ouvi a crítica de Ana, ao dizer que não tinha graça alguma gastar dinheiro com coisas sem graça.

***

A minha manhã na terça-feira foi acompanhada de ligações de Paul.

— Me responde uma coisa, Julie. — Tirei minha atenção do celular que estava vibrando do meu lado no sofá.

— O que?

— Por que ainda não bloqueou o número? — Ela esperou a minha resposta, enquanto eu só fiquei lá, calada, talvez porque não tivesse resposta para ela.

Por fim dei de ombros, peguei o celular e fui para o quarto, deixando-a sozinha na sala.

***

— Oi. — Virei em direção ao balcão.

— Oi, como é que está? — Perguntei me aproximando do balcão.

— Nossa, como as coisas mudam. — John escorregou os dedos pelos fios de seu cabelo.

— Como assim? — Perguntei confusa.

— Geralmente eu não recebo nem se quer um "oi". — Ri.

— Tudo bem, podemos voltar ao normal! — Comentei.

— Não precisa não, estou bem. — Mordeu os lábios.

— E a sua irmã?

— Está melhorando, falou até que vai te pedir desculpas. — Sorri.

— Que fofa.

— Podemos marcar alguma coisa essa semana para vocês se verem. — Pensei um pouco e por que não?

— Tudo bem. — Ele arregalou os olhos. — O que foi?

— Tinha criado várias desculpas para sair com você de novo, não sabia que seria tão fácil dessa vez. — Revirei os olhos.

— Ai meu Deus, preciso voltar a trabalhar. — Falei e caminhei para longe do balcão.

— Ei! — Virei. — Sábado à tarde, ok? — Nesse momento Ana passou atrás dele e abriu um sorrisinho me provocando.

Ignorei a mesma.

— Ok.

Voltei a trabalhar, mas com os olhos de Ana presos a mim, a curiosidade estava estampada em sua cara.

No fim da noite eu e Ana pegamos um mini bolo que compramos para Clarissa e batemos os parabéns para ela que ficou toda emocionada.

Ao entregarmos os presentes, Ana a analisou atentamente, claro que estava torcendo para ela não gostar e eu ter que pagar a pulseira que não foi nem um pouco barata, para o azar dela, Clarissa amou, saltou em cima dela com um abraço que deixou Ana estatelada.

— Que linda! — Comentou enquanto colocava no braço.

Ana me olhou e eu soltei um "Eu disse!" Baixinho e ela revirou os olhos. — Obrigada, meninas, eu amei! — Comentou empolgada.

— Que bom, Cla, agora vamos focar em Julie. — Revirei os olhos.

— Nem vem.

— Não era você que não ia se envolver com alguém tão irritante. — Deu ênfase no "irritante".

— Não estou me envolvendo com ele. — Rebati.

— Está bem, Julie. — Falou com os olhos semicerrados para mim.

— Aconselho você a ignorar essa maluca. — Clarissa falou.

— Farei isso.

— Sabem que eu ainda estou aqui, né? — Fingimos ignorar ela. — Eu odeio vocês. — Rimos. 

Um Amor Em Meio Ao CaosWhere stories live. Discover now