Epílogo

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Pouco mais de uma semana depois...

— Tem certeza que não quer ir? — Gustavo perguntou pela sexta vez, apenas para garantir que seu irmão realmente não queria sair.

Depois da conversa que tinham tido, sem dúvidas o relacionamento dos dois estava apenas melhorando cada dia mais, parecia até com antes de a mãe dos dois ir embora.

— Pular carnaval com você e seu grupo de adolescentes? — Rafael indagou, com o tom sarcástico disfarçado em meio ao seu sorriso. — Vou ter que passar essa oportunidade.

— Certo, não sei onde o pai foi, mas avisei ele que vou voltar tarde, então não precisam me esperar acordados ou sei lá. — Gustavo avisou.

— Tranquilo, não esquece suas asas. — O irmão mais velho lembrou, apontando para o objeto branco no braço do sofá.

Gustavo agradeceu, pegando as asas, sua auréola e se despedindo do irmão, enquanto esperava na porta por Mateo e Gabriel.

O garoto olhou para si, com a bermuda e regata brancas, e suspirou antes de colocar as asas, vendo a figura dos amigos se aproximando.

Gabriel usava uma tiara de diabinho, junto de uma camiseta e bermuda vermelhas, que por cima tinha uma saia de tule da mesma cor.

Mateo usava uma bermuda branca e uma camiseta vermelha, por conta de sua fantasia de salva vida.

— A Elisa queria que eu passasse glitter em você, porque ela disse que você ia esquecer. — Gabriel avisou, se aproximando de Gustavo.

— Não quero passar glitter, eu já estou fantasiado, vou até usar essa tiara estranha de auréola que ela quer. — Ele apontou para a tiara que estava em sua mão.

— Obedece sua mulher. — O loiro brincou, pegando o glitter branco e passando um pouco no amigo. — Pronto, bem melhor. Até o Mateo passou, por que você não passaria?

— Chato. — Gustavo resmungou.

Gabriel abriu a porta, cumprimentando Rafael e deixando o glitter dentro da casa do amigo.

— Querem que eu leve vocês? Acho que fica longe para irem andando. — Rafael perguntou, antes que o loiro fechasse a porta.

— Se puder, eu quero. — Gustavo falou, colocando o rosto para dentro.

O mais velho se levantou, calçou seu chinelo e andou para fora, trancando a casa. Tirou a chave do carro do bolso e mandou os três garotos entrarem.

Assim, eles saíram do condomínio, indo em direção a praia central, onde eles se encontrariam com Elisa, Bernardo e Malu.

Para o alívio de todos, Maria e Elisa não tinham feito um barraco no shopping ou algo do tipo. Apenas conversaram. Malu se desculpou por ter trocado as cartas e mentido por tanto tempo, e Elisa disse que sentia muito por colocar a garota tão de lado naquela época.

Assim, o grupo estava reunido novamente, talvez ainda um pouco fragilizado, mas reunido.

Rafael precisou parar algumas quadras antes por conta da lotação de carros próximo da entrada da praia, então os garotos se despediram e aceleraram o passo, já procurando pelos outros três que tinham avisado que haviam chegado.

Eles tiraram os chinelos, sentindo a areia nos pés e a brisa do mar. A praia era ainda mais bonita de noite, com a luz da lua refletida no mar, no horizonte.

Não demorou para eles notarem três figuras se aproximando. Bernardo usava uma fantasia de anjo branca, enquanto Elisa estava de diabinha, só que com uma máscara vermelha combinando e Malu de salva vida, com a blusa branca e a saia vermelha, ao contrário de Mateo.

— Por que vocês vieram com as mesmas fantasias de casal? — Mateo perguntou para os dois amigos, que apenas deram de ombros, já que nem tinham se preocupado com isso.

Assim que os três se aproximaram, eles sorriram uns para os outros.

Malu e Mateo pareciam um pouco constrangidos enquanto se cumprimentavam, já que tinham decido usar uma fantasia combinando por seus amigos usarem também, mas eles não estavam tendo nada depois de tudo o que rolou e nem chegaram a tocar no assunto. Apenas tinham conversas normais de amigos, então foi isso que fizeram, se afastando um pouco do grupo.

— Você ficou tão perfeito de anjo. — Gabriel falou, abraçando Bernardo e dando um beijo rápido no garoto.

— Diabinho combinou com você. — O rapaz brincou, vendo o loiro fazer um bico, antes de lhe depositar um selinho nos lábios. — Te amo.

— Também te amo. — O garoto sorriu, pegando a mão do namorado.

As coisas entre os dois tinham fluido naturalmente bem, era como se tivessem uma conexão da vida toda, então não tinha demorado nem dois dias para os dois concordarem que era certo entrarem em um relacionamento. Além de no dia anterior, Bernardo ter deixado escapar um eu te amo e os dois decidirem que sentiam realmente aquilo e estava tudo bem um dizer para o outro.

Enquanto Malu e Mateo tentavam conversar sobre alguma coisa mais para o lado, e, Bernardo e Gabriel estavam de mãos dadas olhando o mar, Gustavo ainda fitava Elisa em silêncio, admirando a garota.

Ele se aproximou mais, sorrindo, enquanto passava os braços pelo pescoço do rapaz e ele a segurava firmemente pela cintura, selando os lábios dela e a girando no ar.

Nada no mundo poderia ser mais perfeito e ninguém o completava como Elisa, ninguém jamais conseguiria o completar da mesma forma.

Ele nunca podia abandoná-la, nem conseguia se imaginar fazendo tal coisa, porque os dois juntos era para sempre, da forma como tinham prometido.

— Oi! — A garota sussurrou, se afastando um pouco.

— Oi! — Gustavo respondeu.

— O que esse gentil cavalheiro faz perdido pela praia? — Elisa brincou, rindo baixo e usando um tom galanteador.

— Estava procurando por uma bela dama, será que é a senhorita?

— Não sei dizer se sou quem procura, senhor. — A jovem respondeu.

— Troquei mensagens anônimas com ela por um tempo.

Elisa segurou a risada, ao se lembrar de Mia, parecia que aquilo tinha acontecido há séculos.

— E como ela é? — A garota questionou.

— Encantadora, sem dúvidas, até me fez assistir séries sobre criaturas noturnas e sanguinárias.

— Quem procura parece ser formidável.

— Será que poderia ser ela por baixo dessa máscara? — Gustavo perguntou, sorrindo.

Elisa mostrou um sorriso sarcástico, já fazendo o rapaz rir, antes mesmo de dizer:

— Você nem imagina...

FIM

FIM

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Você Nem Imagina • 2022Where stories live. Discover now