Capítulo 21

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Já estava quase na hora de ir para o colégio, mas Gustavo estava sentado na cama, com Elisa deitada em seu braço, enquanto ele fazia carinho nela.

Sua mente estava uma confusão e ele não conseguia entender o que estava sentindo, sempre soube que não a odiava, e quando era mais novo, era completamente apaixonado pela garota, mas tanto tempo depois ainda ser dominado por aqueles sentimentos era assustador.

— Você podia não ter respondido a carta daquele jeito. — Elisa falou, o tirando de seus pensamentos e fazendo ele a fitar.

— Bom, você que começou sendo grossa, eu não tinha muito o que fazer. — O rapaz falou em um tom de voz brincalhão, enquanto contava as pintinhas no braço da garota.

Elisa se sentou, afastando seu corpo do abraço dele e o encarando séria, o que fez Gustavo ficar confuso.

— Do que você está falando? Eu mandei a carta para dizer que gostava de você.

— Pirou? Óbvio que não, você falou um monte de coisa horrível.

— Quem pirou foi você! — A garota se levantou irritada, pegando o tênis e calçando novamente.

— El? O que foi? — Gustavo perguntou, indo até ela e parando em sua frente.

Elisa o olhou, de uma forma que ele não conseguia definir sua expressão, muito menos o que ela significava.

— Nada, Gustavo. — A jovem cerrou os olhos, antes de passar pelo rapaz, pegar sua mochila e sair do quarto.

Gustavo passou a mão pelo cabelo de maneira irritada, pegando seu tênis, calçando rapidamente e olhando para Koda que estava sentado no canto.

— Por que ela tem que ser assim? — Ele perguntou para o animalzinho, antes de sair do quarto atrás dela.

Assim que desceu as escadas, viu a menina conversando com seu pai na cozinha, o que o surpreendeu, principalmente por Paulo estar acordado.

— Bom dia, pai! — O rapaz disse, se aproximando.

— Bom dia! — Paulo sorriu. — Que horas você veio para cá, Elisa? Nem vi você entrando e estou acordado desde às seis e meia.

A jovem forçou um sorriso, e quando estava prestes a responder, Gustavo falou mais rápido:

— Ela dormiu aqui.

Paulo arregalou os olhos, fitando seu filho e a menina em seguida, repetidamente.

— Dormiu aqui? — Ele questionou, vendo Gustavo assentir. — Onde? Achei que o Gabriel tivesse dormido no quarto de hóspedes, como quase todo dia.

— Ele dormiu, a Elisa ficou no meu quarto. — Gustavo explicou.

Paulo, que tomava um gole de seu chá, se engasgou, tossindo algumas vezes, antes de voltar a olhar para o filho.

— Ela dormiu aqui no seu quarto? E você?

— No meu quarto também, peguei o colchão inflável.

— Ah, separados, certo. — O homem pareceu respirar mais tranquilo. — Suas mães ficaram numa boa por você estar aqui?

— Não sei se elas repararam, eu só saí.

— Meu Deus! Se elas ficarem bravas, eu não sei de nada. — Paulo falou, mostrando preocupação.

— Pode deixar, tio. — Elisa riu.

O homem assentiu, se direcionando para as escadas.

— El. — Gustavo chamou, vendo a jovem olhar para ele, com indiferença. — Vamos conversar, vai.

Você Nem Imagina • 2022Where stories live. Discover now