Já estava quase na hora de ir para o colégio, mas Gustavo estava sentado na cama, com Elisa deitada em seu braço, enquanto ele fazia carinho nela.
Sua mente estava uma confusão e ele não conseguia entender o que estava sentindo, sempre soube que não a odiava, e quando era mais novo, era completamente apaixonado pela garota, mas tanto tempo depois ainda ser dominado por aqueles sentimentos era assustador.
— Você podia não ter respondido a carta daquele jeito. — Elisa falou, o tirando de seus pensamentos e fazendo ele a fitar.
— Bom, você que começou sendo grossa, eu não tinha muito o que fazer. — O rapaz falou em um tom de voz brincalhão, enquanto contava as pintinhas no braço da garota.
Elisa se sentou, afastando seu corpo do abraço dele e o encarando séria, o que fez Gustavo ficar confuso.
— Do que você está falando? Eu mandei a carta para dizer que gostava de você.
— Pirou? Óbvio que não, você falou um monte de coisa horrível.
— Quem pirou foi você! — A garota se levantou irritada, pegando o tênis e calçando novamente.
— El? O que foi? — Gustavo perguntou, indo até ela e parando em sua frente.
Elisa o olhou, de uma forma que ele não conseguia definir sua expressão, muito menos o que ela significava.
— Nada, Gustavo. — A jovem cerrou os olhos, antes de passar pelo rapaz, pegar sua mochila e sair do quarto.
Gustavo passou a mão pelo cabelo de maneira irritada, pegando seu tênis, calçando rapidamente e olhando para Koda que estava sentado no canto.
— Por que ela tem que ser assim? — Ele perguntou para o animalzinho, antes de sair do quarto atrás dela.
Assim que desceu as escadas, viu a menina conversando com seu pai na cozinha, o que o surpreendeu, principalmente por Paulo estar acordado.
— Bom dia, pai! — O rapaz disse, se aproximando.
— Bom dia! — Paulo sorriu. — Que horas você veio para cá, Elisa? Nem vi você entrando e estou acordado desde às seis e meia.
A jovem forçou um sorriso, e quando estava prestes a responder, Gustavo falou mais rápido:
— Ela dormiu aqui.
Paulo arregalou os olhos, fitando seu filho e a menina em seguida, repetidamente.
— Dormiu aqui? — Ele questionou, vendo Gustavo assentir. — Onde? Achei que o Gabriel tivesse dormido no quarto de hóspedes, como quase todo dia.
— Ele dormiu, a Elisa ficou no meu quarto. — Gustavo explicou.
Paulo, que tomava um gole de seu chá, se engasgou, tossindo algumas vezes, antes de voltar a olhar para o filho.
— Ela dormiu aqui no seu quarto? E você?
— No meu quarto também, peguei o colchão inflável.
— Ah, separados, certo. — O homem pareceu respirar mais tranquilo. — Suas mães ficaram numa boa por você estar aqui?
— Não sei se elas repararam, eu só saí.
— Meu Deus! Se elas ficarem bravas, eu não sei de nada. — Paulo falou, mostrando preocupação.
— Pode deixar, tio. — Elisa riu.
O homem assentiu, se direcionando para as escadas.
— El. — Gustavo chamou, vendo a jovem olhar para ele, com indiferença. — Vamos conversar, vai.
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Você Nem Imagina • 2022
RomanceCONCLUÍDO 《Universo Monte-Sulistas - Filhos da Ilha - Livro 1.5》 SPIN-OFF 30 DIAS Em um passado muito distante, Gustavo e Elisa já foram muitos amigos, eles não se desgrudavam por nada, mas em certo momento algo os distanciou. Gustavo Marques prefer...