Capítulo 17

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Gabriel estava completamente pensativo. Tinha no mínimo quatro dias que mal via Gustavo, já que o amigo estava indo visitar Koda todos os dias para garantir que estava tudo bem.

O loiro realmente queria que seu amigo e Elisa se acertassem, e tudo se acalmasse, mas sabia que uma parte de Gustavo, mesmo que não sentindo raiva, sempre teria uma mágoa por tudo que foi dito e escrito. Por isso, ele precisava descobrir o que tinha de tão estranho naquelas cartas e esperava que realmente conseguisse.

— Por que está tão pensativo? — Bernardo questionou, fitando o garoto.

Gabriel pareceu apenas naquele momento se lembrar que não estava sozinho, saindo do meio de seus pensamentos e focando no jovem sentado ao seu lado no sofá.

— Gustavo. — Ele respondeu.

— Aconteceu alguma coisa?

— Lembra que falamos sobre descobrir o que aconteceu com as cartas? — Gabriel indagou, olhando para frente e estreitando os olhos.

— Claro, ainda precisamos pensar como fazer isso.

— Que tal agora? — O loiro virou seu corpo na direção de Bernardo. — O Gustavo está na casa da Elisa, podemos ir lá na dele e pegamos a carta.

— Como vamos entrar na casa dele se ele nem está lá? — Bernardo parecia realmente inclinado a aceitar aquela ideia.

— Eu tenho a chave e quase sempre está aberta.

— Então vamos.

Gabriel sorriu, completamente satisfeito pelo jovem ter topado ir com ele, talvez tudo finalmente ficasse às claras sobre aquele acontecimento do passado.

Os dois saíram da casa do loiro e caminharam tranquilamente até a de Gustavo, onde Gabriel apenas abriu a porta e entrou sem alarde, já se direcionando para a escada com Bernardo o seguindo.

— O que estão fazendo aqui? — Uma voz completamente familiar falou.

Assim que Gabriel se virou na direção do som, viu Rafael com os braços cruzados e uma careta no rosto.

— Vamos fazer trabalho. — Gabriel respondeu ligeiramente, já dando as costas ao homem.

— Você não tem casa? — Rafael questionou, revirando completamente os olhos.

— Você também tem e está aqui enchendo o saco.

— Quem você pensa que é pirralho? — O homem estava tenso e parecia meio estressado.

— E você? Só vem aqui pegar o dinheiro do seu pai, por que não some de uma vez e para de fazer a vida do Gustavo um inferno?

— Escuta aqui... — Rafael foi para cima do garoto, o segurando pela gola da camiseta.

— Solta ele. — Bernardo o interrompeu, colocando a mão no braço do homem.

O jovem tinha um tom desafiador, ao mesmo tempo que firme, quando repetiu:

— Solta ele, agora.

Rafael deu uma risada sarcástica, antes de largar a gola de Gabriel e sair da casa sem dizer nada.

— Ah... Obrigado. — O loiro agradeceu, levemente constrangido. — Eu preciso parar de enfrentar ele.

— Por quê? Ele é um babaca.

— Sim, mas também é maluco.

— Relaxa. — O rapaz sorriu. — Eu protejo você.

Gabriel evitou fitar mais um pouco Bernardo, já que provavelmente coraria e fez um sinal para que subissem as escadas, entrando no quarto de Gustavo. O loiro não conseguiu deixar de fazer uma careta, já que o quarto estava uma verdadeira zona com todas aquelas roupas espalhadas pelo chão.

Você Nem Imagina • 2022Where stories live. Discover now