Capítulo 2

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Elisa Ribeiro poderia ser definida por muitas coisas, ela não entrava exatamente em um grupo. Alguns diziam que ela era popular, já que todos no colégio a conheciam, outros que era esquisita por perturbar muito Gustavo, às vezes até que era um pouco grosseira, mas todos concordavam que os únicos que a entendiam realmente eram seus melhores amigos, Bernardo e Maria Luísa.

Era para ser apenas mais um primeiro dia de aula normal, mas assim que escutou seu nome junto do de Gustavo, sentiu a raiva percorrer seu corpo. De tantas pessoas, por que justo o único que ela não suportava nem olhar para o belo rostinho?

— Eu não quero fazer dupla com ele. — A garota falou, olhando para o professor.

— Eu é que não quero fazer dupla com ela. — Gustavo resmungou, fitando a jovem.

— Coitadinho, ninguém liga para o que você quer. — Elisa retrucou, falando alto, já que o garoto estava do outro lado da sala.

— A gente quer a mesma coisa, sua maluca. — O rapaz disse.

— Ei! — Heitor os repreendeu. — Já chega disso. Vão agora para os lugares.

Elisa olhou para Gustavo, cerrando os olhos antes de pegar sua mochila e fitar Bernardo.

— Por favor, não mata ele. — O garoto pediu.

Bernardo tinha os cabelos castanhos um pouco compridos, olhos de um tom verde acastanhado e se encontrava naquele momento com um olhar de súplica para a amiga.

— Vai ser difícil. — Ela falou baixo, antes de se direcionar para a mesa ao lado da que Gustavo já estava sentado.

Elisa fitou o garoto. Observando seu cabelo despenteado de maneira arrumada, os olhos escuros e completamente intensos que estavam olhando fixamente para frente, e as duas pequenas pintas logo abaixo do olho esquerdo.

— Por que está me encarando? — Perguntou o rapaz, ainda sem olhar para ela.

— Não estou não, babaca. — Ela retrucou baixo.

— Eu não sou cego. — Gustavo a olhou pela primeira vez e ela sentiu seu corpo travar pela proximidade.

Odiava tanto aquele rapaz ao seu lado que em alguns momentos a simples presença dele a causava arrepios na espinha.

— Cala a boca. — Foi a única coisa que saiu, antes de se virar para frente.

Ela não queria olhar na direção dele novamente, mas era impossível não perceber o olhar em cima dela e aquele sorriso presunçoso que ele tinha nos lábios.

— Por que está sorrindo? — Elisa mostrou uma expressão de desgosto.

— Porque você não soube como me retrucar. — Ele estava completamente satisfeito e ela sabia bem disso. — Isso é completamente raro, ponto para mim.

— Ninguém está somando pontos. — A garota respondeu, respirando fundo.

— Eu estou. — Gustavo deu um último sorriso, antes de olhar para a frente e se concentrar na aula.

Elisa abriu a mochila, retirando seu estojo e caderno, finalmente tentando entender o que o professor Heitor explicava. Aqueles seriam longos dois meses, ela tinha certeza absoluta disso.

 Aqueles seriam longos dois meses, ela tinha certeza absoluta disso

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Você Nem Imagina • 2022Onde histórias criam vida. Descubra agora